O dia 17 de fevereiro foi especial para duas instituições particulares de solidariedade social da diocese de Leiria-Fátima, que inauguraram novos espaços destinados aos serviços que prestam. Uma na Batalha, outra no Reguengo do Fetal, ambas contaram com a presença de Pedro Mota Soares, ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, para que a festa fosse ainda mais significativa.
Junta de Ação Social da Paróquia da Batalha
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Fundada em 1952 por Maria Hercília Zúquete, na Batalha, com o nome de Junta de Ação Social da Diocese de Leiria-Fátima (em assembleia-geral de 16.07.2013 mudou a designação para “da Paróquia da Batalha”), visa “promover a solidariedade e a justiça entre os indivíduos e facultar serviços ou prestações de segurança social”. Fá-lo concretamente através do acolhimento de crianças na creche e jardim de infância Mouzinho de Albuquerque, procurando oferecer um serviço de qualidade acessível a todos, especialmente às famílias mais carenciadas.
Era essa a intenção da sua fundadora, que faria neste dia 90 anos de idade, e continua a ser essa a missão, referiu António Caseiro, atual presidente desta IPSS, no momento em que se inauguravam as novas instalações. “Quando faleceu, a fundadora tinha já intenção de construir uma nova sede, dadas as precárias condições do antigo edifício, e esta é a melhor forma de a homenagearmos na data do seu aniversário”, considerou.
Apesar dos tempos difíceis, “nada demoveu esta direção de prosseguir esse fim, cujo sucesso se deve a um alargado conjunto de parcerias com pessoas, instituições e empresas”, referiu António Caseiro, agradecendo em especial aos colaboradores e voluntários da instituição e apelando a que “essa colaboração continue por parte de toda a comunidade batalhense”.
Na mesma linha falou o presidente do município da Batalha, Paulo Batista Santos, sublinhando a importância de “não se descurar o social, sobretudo neste tempo em que somos forçados a duros cortes no investimento financeiro do Estado”. Saudando o ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social por ser “um baluarte desta preocupação social”, Paulo Batista deixou a sua homenagem “a todos os que se dedicam a esta causa de ajudar os que menos têm”, uma característica que considerou estar no “DNA dos portugueses”.
“Momento difícil” foi também a caracterização de Pedro Mota Soares, para apontar a maior urgência da responsabilidade social de todos. “Aqui, o Estado não deve ser patrão, mas parceiro das instituições que são as verdadeiras obreiras da ação social no País”, defendeu o ministro, referindo ter sido essa política que permitiu aumentar sempre a verba disponibilizada às IPSS, na ordem dos 1.900 milhões no últimos três anos, bem como a devolução de 50% do IVA e a isenção de IRC, “contrariando as intenções da troika”. O governante afirmou estar “convencido de ser este um caminho certo”, pela visita constante que faz ao terreno e pela “constatação de que as instituições sabem gerir melhor do que o Estado as verbas destinadas à solidariedade”.
No final, Mota Soares deixou às várias dezenas de pessoas presentes a “inconfidência” de uma boa notícia. Fora acordada neste mesmo dia com a autarquia a mudança das instalações da Segurança Social para um novo local, abandonando o atual edifício pouco acessível a pessoas com mobilidade reduzida.
Durante a visita às instalações, as crianças foram quem melhor soube mostrar como são modernas, funcionais e alegres, ajudando mesmo com o canto a tornar a tarde mais festiva.
Centro Paroquial de Assistência do Reguengo do Fetal
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Da Batalha para o Reguengo do Fetal, Pedro Mota Soares presidiu também à sessão inaugural da ampliação das instalações do lar do Centro Paroquial de Assistência. “Foi um esforço de boas vontades”, garantiu o pároco, padre Nuno Gil, resumindo a história da instituição desde a sua fundação pelo padre José de Oliveira até à contingência de um piso inutilizado por ter um “pé direito” baixo, segundo a lei em vigor até há poucos anos. “O famoso ‘piso dos emigrantes’ – assim chamado pela ajuda da comunidade reguenguense a residir no estrangeiro – pode agora ser usado para ampliar a oferta do lar, com qualidade”, afirmou o pároco, agradecendo o esforço de muitas pessoas e instituições para que tal fosse possível.
António Lucas, presidente da Mesa da Assembleia desta IPSS e também da Assembleia Municipal da Batalha, recordou também as vicissitudes históricas desta obra e elogiou a capacidade do Governo para resolver “o erro legislativo” que impedia a sua total utilização. O mesmo referiu o presidente do Município, sublinhando que “esta IPSS é exemplo da nossa esperança no futuro, pela perseverança dos seus promotores e por ser a que no Concelho oferece uma resposta social mais vasta e completa, desde a infância até à terceira idade”.
“Estes são os verdadeiros heróis deste país”, considerou Mota Soares, dirigindo-se ao pároco e aos funcionários e voluntários da casa, “que diariamente dão o seu melhor e não poupam esforços pelo bem estar dos que mais precisam”. Citou, a esse propósito, a “lufada de ar fresco que é o Papa Francisco”, quando afirma que “o verdadeiro poder está em servir os outros”.
O ministro confidenciou que esteve há três anos neste local, em campanha eleitoral, e verificou a referida “insensatez da legislação que impedia a utilização do espaço por falta de três centímetros de altura no piso”. Por isso, “uma das primeiras preocupações que tive foi a de flexibilizar a lei que asfixiava muitas das IPSS e que permitiu criar 30 mil novas vagas no serviço social a crianças e idosos, sem necessidade de se investir em mais betão”, referiu. “Fiz questão de vir pessoalmente verificar o resultado”, concluiu o ministro, antes de percorrer os vários espaços do edifício, incluindo o célebre “piso dos emigrantes”.