Imprensa de inspiração cristã quer “passar a ponte” da modernidade

“A meio da ponte, rumo ao futuro” foi o lema que juntou cerca de meia centena de jornalistas e editores no X Congresso da Associação de Imprensa de Inspiração Cristã, em Almada, nos dias 26 a 28 de outubro. O jornal PRESENTE foi um dos participantes nesta iniciativa, que marcou o 25.º aniversário da AIIC.

Luís Miguel Ferraz

2017-10-31 aiic

No ano em que comemora os 25 anos da sua fundação, a AIIC – Associação de Imprensa de Inspiração Cristã realizou o seu X Congresso, nos passados dias 26 a 28 de outubro, no Convento dos Capuchos, em Almada. A sessão de abertura contou com a presença do Bispo de Setúbal, D. José Ornelas, que deu o mote para o debate com a indicação da absoluta necessidade de a Igreja “não ter medo de comunicar”, ainda que “numa arena feroz e tantas vezes selvagem”, procurando estar “presente com transparência e coerência” nos novos meios digitais.

Partindo do imaginário da ponte, o congresso começou por propor uma leitura do “lado de cá”, em que se sublinhou a relevância da imprensa regional cristã ao longo da história. Na discussão entre se estes títulos deverão assumir-se como “modelo de negócio” ou “difusores de opinião”, há defensores de ambos os caminhos, sendo comum a afirmação da necessidade de se manter uma identidade bem definida e que ofereça aos leitores uma marca de confiança, credibilidade e qualidade. Ou não fosse o cristianismo, a primeira e mais importante marca identitária desta imprensa, uma base de garantia dessas qualidades essenciais.

Estaremos todos “a meio da ponte”, consideraram os cerca de cinquenta congressistas participantes, entre os quais esteve o jornal PRESENTE. Um lugar que significa estar a caminho e na procura de soluções para viver ou, por vezes, sobreviver. O essencial é acreditar e não ficar parado, procurando meios de atualização permanente, sobretudo para uma presença no mundo da comunicação digital, e também fontes de financiamento para a sustentar, com modelos administrativos coerentes e adaptados aos novos mercados.

 

O lado de lá

Afinal, qual é o destino desta passagem? Essa é a pergunta de mais difícil resposta, sobretudo quanto ao modo de desenhar o futuro e de o alcançar. Uma coisa parece certa: “Juntos somos mais fortes”, como sublinharam vários intervenientes, entre os quais o investigador leiriense Pedro Jerónimo. A necessidade de parcerias e de partilha de recursos é tema recorrente, talvez de todos os congressos destes últimos 25 anos, mas continua a ser apontada como “a” solução. Até porque a marca da “inspiração cristã” permite estabelecer um padrão identitário que poderá ser facilmente adotado, desenvolvido e promovido por todos, em comum.

Nesta mesma linha foi a intervenção de Eduardo Cintra Torres, professor universitário que aponta a “divulgação de conteúdos” como prioritária à divulgação de títulos jornalísticos. Nas novas redes sociais e plataformas móveis, “o consumidor procura temas que lhe interessam e não a fidelização a um determinado jornal”. Caminho aberto, portanto, a uma plataforma comum à “inspiração cristã”, onde vários meios possam colaborar.

 

Uma decisão

Esta acabou por ser a grande decisão saída com congresso, a criação de um “agregador” promovido pela AIIC, com a colaboração logo ali assegurada da Agência Ecclesia e de vários meios de comunicação presentes, bem como da API – Associação Portuguesa de Imprensa, no que respeita à elaboração da candidatura ao financiamento do projeto.

Esta decisão foi saudada por D. Nuno Brás, bispo da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, que marcou presença no encerramento. “É preciso partir para a ação, para nos levarem a sério”, defendeu o prelado na sessão comemorativa do 25.º aniversário da AIIC. E recordou que “mais importante do que a notícia é a comunicação em si; colocar as pessoas a comunicar é a tarefa mais importante da imprensa cristã e não devemos ter medo de o fazer, assumindo e exigindo respeito pela nossa identidade”.

 

O Estado à margem

Continuando com a imagem da ponte, bem podemos dizer que as instituições do Estado ficaram “à margem” deste congresso, não participando qualquer representante do governo para a área da comunicação social. O presidente da AIIC, padre Elísio Assunção, não deixou de lamentar a falta de apoio e até de entrave por parte do governo. E pediu que a ERC – Entidade Reguladora para a Comunicação Social “mude de comportamento e tenha um papel pedagógico e não de obstrução à vida dos meios de comunicação cristã”, que têm sido classificados arbitrariamente como “doutrinários” e, por esse motivo, afastados de incentivos a que outros concorrentes têm acesso.

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