Foi publicada no passado dia 13 de abril a portaria que classifica a igreja da Misericórdia de Leiria como “monumento de interesse público”.
O documento lembra que “a primitiva Igreja da Misericórdia de Leiria foi erguida em 1544, no local da sinagoga medieval da cidade, situada na então denominada Rua Nova dos Judeus. Porém, o templo atual resulta de uma reconstrução integral, iniciada em 1707, e da qual resultou a sua singela estrutura chã, com decoração austera, integrável no panorama do tardomaneirismo nacional”.
No texto do Diário da República refere-se ainda o seu interesse patrimonial do monumento, “espaço com grande simbolismo, conservando muito presente a memória judaica e cristã-nova de Leiria, cuja importância histórica é acrescida pelo facto de na antiga judiaria, junto à sinagoga, ter funcionado a tipografia, de fundação quatrocentista, de onde saiu em 1495 o célebre Almanaque Perpétuo de Abraão Zacuto, a primeira obra científica impressa em Portugal”.
Recordamos que este templo esteve sem utilização durante alguns anos e ficou bastante degradado. Por esse motivo, a Santa Casa da Misericórdia de Leiria solicitou ao Bispo diocesano, em 2013, a possibilidade da sua recuperação para fins culturais.
Assim, D. António Marto publicou, a 15 de janeiro do ano passado, o ofício que determinou que “seja reduzido de modo permanente a usos profanos”, conforme está previsto no Código de Direito Canónico, “perdendo a dedicação e bênção que lhe estava associada, deixando, assim, de ser considerado lugar sagrado”.