Sou, ou somos, muitas vezes tentados, quando estamos nestas horas de adoração, a pensar que tal prática para nada parece servir, ou então que nos serve apenas a nós, que sentimos ou não o Seu amor, a Sua presença, mas que nada mais se retirará de fruto nestas horas de adoração.
Penso nestes momentos, por exemplo, nas Irmãs Clarissas ou outras ordens religiosas, que vivem e adoração perpétua, e pergunto-me, um pouco envergonhado, se realmente toda essa adoração, toda essa contemplação, toda essa oração, produz frutos para além daqueles que a praticam, que a vivem.
Coitado, pobre de mim, queria então saber quais as graças que o Senhor pode derramar em alguém, porque alguns se dedicam, se entregam, à adoração ao Santíssimo, em silêncio.
E penso também, que se soubesse que estas horas de adoração, produzem frutos noutrem, me poderia orgulhar e envaidecer por pensar que teria algum mérito nisso.
Mas a verdade é que acredito que estas horas de adoração, como a adoração perpétua, feita em tantos lugares, por todo o mundo, produz frutos e frutos abundantes na humanidade e na igreja, que só Ele sabe quais são.
Assim remeto-me à minha insignificância, e penso que é bem melhor nada saber, e apenas agradecer tudo o que ele faz em mim nestes momentos, e na minha vida em cada dia que passa.
Aliás, prefiro até dizer-Lhe, olhos nos olhos, que não leve em conta a minha fraqueza, a minha fragilidade, as minhas dúvidas, muito provavelmente, a minha insinceridade, mas sim que, apesar de mim, derrame as Suas graças naqueles que mais precisam.
Que aproveite, (oh, sim, e Ele aproveita), todos os momentos em que tantos e eu também, Lhe entregamos a vida, o coração, nestes tempos de adoração, e os transforme em bênçãos para aqueles que mais necessitam.
Ah, se soubéssemos o que o Senhor faz com os momentos de adoração de cada filho, de cada filha, não cessaríamos nunca de adorar em permanência o Santíssimo Sacramento da Eucaristia.