FOI PARA ISSO QUE EU VIM

“Grande é o nosso Deus e todo-poderoso,
é sem limites a sua sabedoria.
O Senhor conforta os humildes
e abate os ímpios até ao chão”.
(Salmo 146 [147], 5-7)

É a fé de um poeta crente, transmitindo, com a beleza da sua linguagem, a fé que inspira as palavras de Job, também carregadas de beleza poética, ainda que aqui, juntando ao drama do homem sofredor, o conforto do pensamento em Deus, que precisamente revela o Seu poder, como a força que nos ampara.

“Os meus dias passam mais velozes que uma lançadeira de tear e desvanecem-se sem esperança. Recordai-Vos que a minha vida não passa de um sopro e que os meus olhos nunca mais verão a felicidade” (Job 7, 6-7).

Manhã cedo, resistindo às tentações geradas pelo regresso do frio, no dia em que, entre muitas outras, me passam pela mente duas figuras da Igreja, as quais, pelo sofrimento que marca a sua vida de entrega a Deus e aos irmãos, merecem muito mais atenção do que os nomes soantes que hoje ocupam os espaços da comunicação social.

Refiro-me , antes de mais, a Santa Joana de Valois, princesa, rainha repudiada, num processo ainda hoje pouco claro, duquesa, mas sobretudo, mulher sempre dedicada aos mais pobres e doentes, primeiro sozinha, logo acompanhada de almas jovens atraídas pelo seu exemplo, depois venerada como santa, após a sua morte, há precisamente 519 anos.

Cento e oitenta anos depois, neste mesmo dia, João de Brito, jesuíta português, que, para seguir o Mestre, abandonara todas as seduções de uma carreira brilhante na corte, era assassinado por ódio à fé cristã, na Índia, onde pregava o Evangelho.

Não temos dúvidas de que lhe soariam muitas vezes aos ouvidos as palavras de Paulo de Tarso:

“Anunciar o Evangelho não é para mim um título de glória, é uma obrigação que me foi imposta. Ai de mim se não anunciar o Evangelho!” (1 Cor 9, 16).

Paulo, que escrevera também: “pois sei que isto irá tornar-se para mim em salvação, graças às vossas orações e ao apoio do Espírito de Jesus Cristo; de acordo com a ansiedade e a esperança que tenho de que em nada serei envergonhado.

Pelo contrário: com todo o desassombro, agora como sempre, Cristo será engrandecido no meu corpo, quer pela vida quer pela morte.

É que, para mim, viver é Cristo e morrer, um lucro” (Fil 1, 19-21).

Jesus Cursito que, mais uma vez, Marcos nos mostra no que constitui a essência do reino messiânico: libertar a humanidade do pecado, sinal e consequência da inveja de Satanás, que não escolhe os meios para desfigurar a imagem divina que nela se reflecte por obra do Criador: o Criador, em Cristo feito um de nós, para nso ajudar a recuperara essa imagem.

Por isso, em permanente diálogo com o Pai – “de manhã, muito cedo, levantou-Se e saiu. Retirou-Se para um sítio ermo e aí começou a orar” -. cura os enfermos, expulsa os demónios, e, quando os discípulos O procuram, provavelmente para satisfazer o entusiasmo superficial e a curiosidade da multidão, responde, com a determinação de quem sabe que sem obediência não se contraria a revolta original:

«Vamos a outros lugares, às povoações vizinhas, a fim de pregar aí também, porque foi para isso que Eu vim».

O evangelista comenta, informando:

“E foi por toda a Galileia, pregando nas sinagogas e expulsando os demónios”.

Foi para isso que Eu vim.

Critério último de escolha, perante qualquer dúvida, particular ou institucional, sobre decisões relacionadas com deveres individuais, familiares ou profissionais.

A oração que Jesus nos ensinou, e muitos de nós repetem várias vezes ao dia, inicia-se com três pedidos que podem reduzir-se ao terceiro: SEJA FEITA A VOSSA VONTADE ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU.

De facto, a vontade do Pai, em relação a todos os Seus filhos, é que a criação inteira, com o homem como coroa, honre o seu Criador e Redentor. E é para que isso aconteça que existe a Igreja.

A Igreja como comunidade e cada um dos seus membros, segundo a respectiva situação específica, ministerial ou não, seguindo os passos de Cristo, as tarefas essenciais indicadas por Marcos, no trecho lido esta manhã: oração intensa, atenção libertadora aos reais dramas da pessoa humana, ultrapassagem de formas paralisantes, que, como faziam os demónios, no tempo do Mestre, podem muitas vezes mascarar os seus interesses puramente temporais, com gritos de uma fé profundamente ilusória e fingida.

Formação para catequistas sobre ambientes seguros
25 de Janeiro
, às 09:30
Domingo da Palavra de Deus
26 de Janeiro
Retiro 24, para jovens
1 de Fevereiro
Partilhar

Leia esta e outras notícias na...

Receba as notícias no seu email
em tempo real

Pode escolher quais as notícias que quer receber: destaques, da sua paróquia

plugins premium WordPress