Na celebração da solenidade da dedicação da Catedral de Leiria, no passado domingo, 13 de julho, D. António Marto instituiu no ministério do leitorado e do acolitado os seminaristas da Diocese António Cardoso e Tiago Silva, respetivamente.
Na festa da igreja matriz diocesana, símbolo da unidade e comunhão na Diocese, estiveram reunidos sacerdotes e fiéis, que se associaram a esta celebração numa assembleia eucarística que foi manifestação de apoio à caminhada vocacional dos seminaristas instituídos. O PRESENTE falou com o António e o Tiago e com as pessoas que, segundo eles, foram marcantes no percurso vocacional de cada um.
No próximo ano curricular, a Diocese terá dois novos alunos no Seminário Maior, aumentando para nove, o número de seminaristas. Em conversa com o padre José Augusto, reitor do Seminário Diocesano, ficámos a conhecer a atividade desenvolvida na formação de candidatos ao sacerdócio que contará, a partir do próximo ano, com a ajuda de uma equipa de leigos para promover a vocação sacerdotal.
D. António Marto sublinha papel vocacional da família
“Família é dom e missão”
Na homilia, D. António Marto evidenciou três atitudes a ter perante a Palavra de Deus, que “renova e rejuvenesce a Igreja”. Saber escutá-la e acolhê-la com fé e confiança; “ser discípulo da Palavra”, para que Ela seja “expressão de vida” e “ser testemunho”, que A anuncia com entusiasmo.
De seguida, reforçou o importante papel da família que, alimentada pela “bondade e beleza” da Palavra de Deus, assume a missão de dar “frutos de vida para o mundo e para a Igreja”. “É na família que fazemos a primeira experiência de uma sociedade humana saudável e da Igreja como fraternidade”.
Partindo da vocação fundamental da família, o Bispo diocesano deduziu as linhas orientadoras para o próximo ano pastoral, que tem como tema: “Família, dom e missão”. Esta missão concretiza-se, segundo os objetivos definidos, pelo redescobrir da família como berço da vida, promovendo-a como escola de humanização e cidadania, valorizando-a como lugar de vivência e transmissão da fé, por forma a torná-la mais visível nas comunidades cristãs.
O Bispo terminou, pedindo empenho a toda a Igreja diocesana na implementação do programa pastoral.
O que são os ministérios do leitorado e do acolitado?
Embora estes sejam ministérios que podem ser confiados aos leigos, e sejam muitos os que os exercem de facto, é habitual fazer-se a celebração da instituição ministerial apenas aos jovens ou adultos que se orientam para a ordenação de diácono e, posteriormente, de presbítero, assinalando desta forma os primeiros passos rumo a essa decisão de entrega total da sua vida ao serviço de Deus e da Igreja.
O leitor instituído assume uma tarefa oficial de serviço no âmbito do anúncio e do ensino da Palavra de Deus na liturgia, na catequese e noutras circunstâncias. O acólito passa a exercer funções ligadas ao altar e também a distribuição da sagrada comunhão aos fiéis.
Na diocese de Leiria-Fátima, nos últimos anos, tem-se realizado a instituição destes ministérios no dia de 13 julho, dia em que se celebra o aniversário da dedicação da Catedral de Leiria, refere o padre José Augusto, reitor do Seminário Diocesano.
“Normalmente os seminaristas pedem a admissão às Ordens Sacras no 3.º ano do mestrado de Teologia, inserido na formação do Seminário Maior. Este pedido indica que o discernimento vocacional está bem encaminhado”, informa o reitor. “No 4.º ano, regra geral, é o tempo para pedir o ministério do leitorado e, no quinto, é o ano em que, normalmente, se recebe o ministério do acolitado”.
Passos no caminho para ser padre
1. Perceção pessoal do chamamento de Deus e sua confirmação por parte dos pastores da Igreja.
2. Entrada no Seminário e formação espiritual, teológica e pastoral ao longo de 6 anos.
3. Instituição no ministério de leitor: exercício da proclamação e ensino da palavra de Deus
4. Instituição no ministério de acólito: exercício do serviço ao altar e distribuição da comunhão eucarística
5. Ordenação de diácono: exercício do serviço caritativo e colaboração com os sacerdotes e o bispo
6. Ordenação sacerdotal: desempenho do serviço espiritual e pastoral às pessoas e comunidades cristãs..
Vocação é chamada de amor
“Ao chamar-vos, Deus diz-vos: «Tu és importante para mim, eu amo-te, conto contigo». Jesus diz isto a cada um de nós! Disto nasce a alegria! A alegria do momento no qual Jesus olhou para mim. (…) Sentir-se amado por Deus, sentir que para Ele nós não somos números, mas pessoas; e sentir que é Ele que nos chama. Tornar-se sacerdote, religioso, religiosa não é primariamente uma nossa escolha. (…) Mas é a resposta a uma chamada, a uma chamada de amor. Sinto algo dentro, que me desassossega, e respondo sim. Na oração o Senhor faz-nos sentir este amor, mas também através de muitos sinais que podemos ler na nossa vida, tantas pessoas que põe no nosso caminho. E a alegria do encontro com Ele e da sua chamada faz com que não nos fechemos, mas que nos abramos; leva ao serviço na Igreja.”
(Palavras do Papa Francisco sobre a vocação aos seminaristas, noviças e noviços. Roma, 6 de julho de 2013)