Faleceu pelas 03h30 desta madrugada (20-01-2015), no hospital de Alcobaça, a senhora Stella Maris Kriger, de 61 anos, que recebeu um telefonema do Papa Francisco na passada segunda-feira, quando estava ainda internada no Hospital de Santo André, em Leiria.
Residia nos Andrinos, paróquia dos Pousos, mas o funeral será no Santuário dos Milagres, conforme vontade da própria. Será amanha, dia 21, às 14h30, seguindo o corpo para cremação, pelas16h00, na Figueira da Foz.
Notas de vida
O seu companheiro dos últimos 21 anos é Ramiro Morgado, natural de Leiria mas emigrante na Argentina desde criança e durante 41 anos. Decidiu voltar a Portugal, com Stella, há 17 anos, à procura de melhores condições de vida. “Adaptámo-nos rapidamente, encontrámos trabalho, reconstruimos a vida deste o zero, dedicando-se a Stella à sua profissão de massagista terapeuta, onde granjeou imensos amigos, dada a sua dedicação sem limites a ajudar os outros”, contava o marido ao jornal Presente, numa conversa que estabelecemos na tarde do dia 19.
Este homem dos “sete ofícios”, que foi camionista, taxista, agricultor, cozinheiro, vendedor, pedreiro, artista de circo, músico (integra o Grupo Musical Atlas, de Leiria), refere que “Stella adorou viver na cidade de Leiria”, sendo um dos motivos a proximidade de Fátima, cujas celebrações frequentava assiduamente. Admiradora do Papa Francisco, confessava que o seu sonho era conhecê-lo. Não teve essa oportunidade, mas a alegria de receber aquele telefonema foi ainda maior. “A partir daquela bênção do Papa, disse que já podia morrer em paz, que estava feliz e ia ao encontro de Deus”, conta Ramiro.
As amigas Sandra, Odília e Isabel, na mesma conversa com o Presente, testemunham que “ela era uma pessoa genuinamente boa e, sem qualquer dúvida, merecedora deste gesto de carinho do Papa”. Foi por “pensar sempre primeiro nos outros” que descurou o seu próprio tratamento, ocultando a doença que já sabia ter há talvez mais de um ano. “Quando soubemos já era tarde”, lamentam, “mas ela estava preparada para aceitar isso como vontade de Deus”.