No âmbito do ano jubilar da misericórdia, a Santa Casa da Misericórdia de Leiria está a promover um ciclo de conferências. A segunda foi proferida pelo jornalista António Marujo sobre o tema “Um hospital de campanha. A Igreja sonhada pelo Papa Francisco” e teve lugar na passada quinta-feira, 6 de outubro.
Na ocasião, como acontecera na primeira, foram formalmente admitidos novos irmãos para a Irmandade, que assinaram o livro dos irmãos e receberam os respetivos Compromisso e cartão de identidade.
Na sua intervenção, o jornalista começou por observar que se fala muito do que o Papa diz, mas se faz muito pouco para o pôr em prática. E deu o exemplo do acolhimento aos refugiados, apontando o dedo também aos jornalistas que dão uma imagem distorcida da realidade, não mostrando que os países mais a braços com a situação dramática não são os da Europa, mas o Líbano, o Quénia e outros. E quanto aos pobres, o Papa põe o dedo na necessidade de mudar a atual “economia que mata” para se pôr no centro as pessoas e o cuidado delas, especialmente os pobres. Quanto à família e aos casos difíceis, a indicação e exemplo de Francisco é sempre: acolher e acompanhar e nunca abandonar.
O que traz de novo o Papa? António Marujo responde: “ele alia as palavras aos gestos concretos”. E põe todas as coisas em relação: tudo tem que ver com tudo. Os nossos gestos do dia a dia têm repercussões com as problemáticas globais do mundo. O autor de “A Lista do padre Carreira”, o sacerdote leiriense que na Roma da segunda guerra mundial acolheu no Colégio Português perseguidos políticos, fazendo eco aos apelos do Papa, deixou a interpelação: “o que estamos a fazer para que os governos promovam políticas de acolhimento aos refugidos que chegam às portas da Europa fugindo da guerra, da pobreza e da morte?”. E lançou o desafio de “sermos oásis de misericórdia” para quem necessita de ajuda, como pede Francisco.
A próxima conferência, sobre “Bioética do cuidar: eutanásia e outras questões antropológicas”, pelo padre Vítor Coutinho, terá lugar no dia 20 de outubro, às 21 horas, no auditório da sede da Santa Casa da Misericórdia, atrás do Hospital D. Manuel de Aguiar.