A Região de Leiria-Fátima do Corpo Nacional de Escutas (CNE) inaugurou a sua nova casa “Ninho do Corvo”, no centro da cidade de Leiria, no passado dia 16 de junho, em cerimónia presidida pelo Bispo diocesano.
O sonho era antigo e tornou-se possível pelo surgimento de um benemérito, que comprou e ofereceu o espaço: uma casa para acolhimento de grupos e atividades escutistas, no centro da cidade de Leiria.
Era ainda a “casa sem nome”, quando D. António Marto chegou ao n.º 7 da rua D. Afonso Henriques, pelas 18h00 de sábado 16 de junho, para a sessão inaugural. A direção da Junta Regional e algumas dezenas de escuteiros marcaram presença, bem como o presidente da União de Freguesias de Leiria, Pousos, Barreira e Cortes, José Cunha.
O Bispo de Leiria-Fátima começou por sublinhar a importância da casa como “lugar de abrigo e de convívio da família” e deu os parabéns aos que colaboraram com o seu trabalho para concretizar este projeto, começando por recordar o benemérito que cedeu o espaço, entretanto falecido. Segundo Pedro Ascenso, ex-chefe regional que acompanhou o início deste projeto, “um homem de coração grande, que amava o futuro, a juventude e o escutismo”.
Na breve celebração inicial, foi lido o episódio bíblico de Zaqueu, “homem pequeno e de vida pouco recomendável” que quis ver Jesus e que foi por Ele convidado a abrir as portas de sua casa. “Jesus é de nossa casa, se O deixarmos entrar”, referiu D. António Marto, apontado “o coração de cada um” como “a primeira casa onde Ele quer habitar, para nos dar ânimo, força e luz”. Esse gesto de acolhimento transforma a vida, faz de quem O recebe “um homem novo, solidário, aberto também aos outros e ao mundo”. Esse foi o voto que o Bispo deixou aos escuteiros de Leiria-Fátima e a todos os que vierem a usar este novo espaço, “que vão construindo a sua casa e ‘impelindo a sua própria canoa’, como se cantou no início, sempre na companhia de Jesus”.
Na bênção inaugural, percorreram-se os vários espaços dos três pisos da casa, que incluem salas amplas para convívio e atividades, cozinha, quartos com beliches para grupos e o terraço com uma vista magnífica sobre a cidade do Lis.
Voltando ao exterior, foi descerrada a pequena placa que revelou o nome “Ninho do Corvo” e o logótipo da casa, fruto de um concurso de ideias que recebeu propostas a nível nacional e foi ganho por Maria João Rodrigues, caminheira do Agrupamento 1211 Santa Catarina da Serra, desta Região de Leiria-Fátima.
Segundo a memória descritiva resumida na ocasião, a palavra “ninho” é um “termo acolhedor e convidativo”, como se pretende que seja este novo lar para a família escutista, e a palavra “corvo” remete para um dos símbolos desta cidade, associado à “esperança e coragem” na lenda da tomada de Leiria, bem como para “o nome de uma das primeiras patrulhas criadas por Baden-Powell”, fundador do escutismo. “Relativamente à cor [azul escuro], ela está associada ao equilíbrio e à meditação, sendo também usada na insígnia do Bureau Mundial”.
De novo no interior, após uma breve apresentação da casa pelo chefe da Junta Regional, Vítor Faria, e algumas palavras de “parabéns” pelas entidades presentes, a tarde terminou com um beberete de convívio entre todos.
Luís Miguel Ferraz