A propósito da sua ordenação, no passado dia 24 de novembro, fomos falar com o novo diácono da diocese, Fábio Bernardino.
Natural de Aljubarrota, o jovem de 24 anos está atualmente a fazer o seu estágio na paróquia da Maceira. Confessa-se feliz pelo dom recebido neste dia e diz que não chegou aqui por ser “especial”, mas por ter tido a graça de a família e comunidade lhe terem transmitido a fé e a coragem de dizer sim ao chamamento de Deus. Apostado em dedicar a vida ao serviço do Evangelho e da caridade, mostra-se confiante, porque “Cristo não desiste de ninguém”. Aliás, todo “o mérito é de Cristo”, afirma o Fábio.
Como viveste e que significou para ti esta celebração da ordenação diaconal?
Vivi-a em espírito de forte ação de graças por este tão grande dom que Deus me concedeu, apesar de todas as minhas limitações. Diante do tão grande mistério do seu amor por mim, senti-me muito pequeno, mas também com a certeza de que, na verdade, será o próprio Cristo a servir a Igreja através do ministério que me confiou.
O facto de termos tão poucos seminaristas e já não haver ordenações há dois anos faz-te sentir “especial”?
De maneira nenhuma! Não sou mais, nem melhor do que ninguém… Tive a graça de ser conduzido, ao longo da vida, por caminhos que me levaram ao Seminário e, agora, ao diaconado. Para isso, muito contribuiu a fé que recebi da minha família e da vida eclesial na minha paróquia de origem. Como referia o senhor Bispo na homilia da celebração, esta Ordenação foi um sinal da ternura de Deus pelo seu Povo. Isso sim, é especial… É Ele o único protagonista, porque é Ele quem chama e envia a trabalhar na sua messe, concedendo a cada um as forças necessárias para desempenhar tão especial missão. Por isso, o mérito é de Cristo, Servo da humanidade.
Com mais este passo a consolidar um caminho rumo ao sacerdócio, que ideais consideras mais importantes no teu futuro projeto de vida?
Os ideais que mais valorizo e que quero viver são os de Jesus, apesar da exigência que me espera pela vida fora, pois foi um grande desafio que aceitei… O anúncio do Evangelho, a caridade como estilo de vida, a solicitude pelos mais frágeis e desamparados são as principais linhas da atividade pastoral dos diáconos, e com isso quero servir a Igreja, não só agora como diácono, mas obviamente também no futuro como presbítero.
As exigências da vocação sacerdotal, quando olhas uma sociedade que parece ser-lhes tão adversa, não te assustam?
É natural, julgo eu, que sintamos uma certa tristeza, ao olharmos que, à nossa volta, cada vez mais gente se afasta de Deus e abandona a Igreja. No entanto, anima-me a esperança cristã, pois sei que Cristo não desiste de ninguém e que no mais profundo de cada homem há o desejo de conhecer e amar a Deus. É boa e bela a missão do sacerdote: falar desse amor admirável aos homens e mulheres do nosso tempo e (re)conduzi-los a uma vida de fé, para que muitos redescubram o sentido para as suas vidas e caminhem na verdadeira felicidade, que só Cristo pode dar!