Encontro vicarial na Batalha: Em família, a fé é ensinada “nos pequenos nadas da vida quotidiana”

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“Valeu a pena termos ignorado o frio da noite para partilharmos este momento com outras famílias e recordarmos em conjunto a importância da nossa responsabilidade como educadores na fé”, comentava o casal Lina e Carlos, dois dos cerca de 200 participantes neste encontro vicarial da Batalha, no dia 23 de janeiro.

Sobre o tema, “Família e transmissão da fé”, falou Carla Henriques, diretora técnica do Centro Paroquial de Assistência do Reguengo do Fetal e catequista, mas sobretudo mãe. Foi nessa categoria que centrou a sua apresentação, testemunhando como procura na sua família aproveitar todas as oportunidades para “falar de Jesus” e para fazer oração.

“Foi um testemunho muito interessante, em tom alegre, vivo e prático, de uma família que mostra sem medos que acredita no sacramento do Matrimónio e quer educar os filhos na fé”, diz o casal Cristina e José Carlos, à saída. Outro casal, Graça e Adelino, completa: “Gostámos em especial daquela expressão «transmitir a fé nos pequenos nadas da vida quotidiana» e dos exemplos centrados na vivência dos afetos, no carinho, no saber dizer «amo-te», «admiro-te», «obrigado», «desculpa», «preciso de ti» e na importância de dar exemplo”. Carla Henriques tinha sublinhado que “transmitimos a fé aos nossos filhos principalmente com o testemunho de vida cristã, com a nossa palavra e afetos”, mas que não basta isso, pois “o centro desta educação tem de ser o Evangelho e a experiência prática de Deus no dia a dia”. E concluía que “não é uma tarefa fácil, mas desistir não pode ser opção”, devendo aproveitar-se todos os meios ao alcance para uma aproximação aos filhos. “A família tem um modo específico de evangelizar, feito não de grandes discursos ou lições teóricas, mas mediante o amor, a simplicidade e o testemunho diário, e isso é mais eficaz do que qualquer catequese”, rematou.

As conclusões da reflexão vicarial, apresentadas antes desta intervenção, tinham ido na mesma linha. As famílias têm grande dificuldade, perante tantas condicionantes da vida atual, de serem transmissoras da fé e dos valores, mas a maioria delas continua a defender que é fundamental continuar a lutar para desempenhar essa missão e descobrir formas práticas de o fazer, sobretudo, pelo exemplo da vida diária.

 

Catequese e EMRC

A oradora também é catequista e falou da sua experiência e da importância do acompanhamento dos pais, que não podem limitar-se a delegar na catequese a sua responsabilidade educativa.

Mas o assunto foi mais desenvolvido pelo segundo convidado, Moisés Lobo, catequista e professor de Educação Moral Religiosa Católica (EMRC). Explicou a diferença entre os dois âmbitos da educação cristã: a catequese como “lugar de construção e crescimento da fé e da relação com Deus na comunidade crente”; a EMRC como “construção crítica dos valores éticos e religiosos na sociedade à luz do catolicismo, formação que poderá ser feita até por não crentes”. E mostrou os pontos de contacto, “ambas promovidas pela Igreja, com Cristo no centro do discurso e uma proposta de mudança de vida e de construção da civilização do amor”.

Durante o debate que se seguiu, alguém perguntava se também na escola era importante a presença da família. “Embora seja mais difícil de concretizar, é fundamental que as famílias acompanhem as matérias dadas e deem testemunho de vida, se querem que os conteúdos transmitidos na EMRC façam algum sentido e informem a vida dos filhos”, considerou o professor.

“Às vezes pensamos que quem vai à catequese já não precisa de se inscrever na EMRC, mas vimos que são complementares e percebemos a importância de ambas”, partilha o casal Clorinda e Quim Manuel, a propósito do que ouviu.

 

Confiança alegre

O primeiro momento da noite fora a oração e a meditação da Palavra de Deus. O Bispo diocesano colocara a tónica na família como início e centro de tudo o que é a pessoa, a sociedade e a própria Igreja, berço de vida e de todas as virtudes cristãs e sociais, “não fora do mundo, mas como alma, amor, calor e vida do mundo”.

Na conclusão do encontro, D. António Marto frisou a necessidade de acreditarmos e testemunharmos com alegria, esperança e entusiasmo o valor da família. “Vale mais o testemunho de uma família do que qualquer discurso do Bispo”, repetiu, sublinhando que é esse o espaço privilegiado para o ensinamento e transmissão dos valores culturais, éticos, sociais, espirituais e religiosos, “missão de que não pode demitir-se nunca”.

A Festa das Famílias, a 17 de maio, na Marinha Grande será momento para celebrar essa alegria e testemunho, como referiu o padre Sérgio Henriques, na apresentação que fez do evento.

“Sentimos que o encontro foi uma partilha de experiências que nos unem a todos, mas sobretudo uma lufada de confiança no futuro e um novo alento para continuarmos a nossa missão”, considerou o casal Cristina e Licínio, entre um café e uma filhós, no momento de convívio que encerrou a noite.

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