Um auditório do cineteatro de Minde lotado acolheu, ontem (06.03.2015), o encontro vicarial de Porto de Mós, onde cerca de duas centenas de pessoas se reuniram com D. António Marto à volta do tema “Família e trabalho: equilíbrio (im)possível?”
O antepenúltimo encontro, inserido no périplo que o Bispo diocesano está a realizar pelas vigararias, viveu-se num ambiente familiar, com troca de experiências e expectativas sobre o futuro da família, numa perspectiva do dia-a-dia laboral.
“É uma vigararia grande em tamanho e as pessoas também corresponderam ao convite em número”, disse o padre José Martins Alves, vigário de vara de Porto de Mós no início do encontro vicarial que lotou o cineteatro de Minde, numa presença que foi, nas palavras do Bispo diocesano, um “testemunho de fé e amor”.
No momento de oração que se seguiu, enriquecido pelos cânticos do coro jovem do Covão do Coelho, D. António Marto fez uma breve meditação, na qual falou da necessidade de perspectivar a família como um “bem aberto ao mundo”. “A família é um bem precioso para a sociedade e para a Igreja, como o lugar primário das relações interpessoais”, referiu. A partir da leitura bíblica, D. António sublinhou a importância da família cristã assumir uma atitude diferente, “não se conformando nem indiferente ou individualista” à realidade que a rodeia. “A família é chamada a ser alma do mundo, vida, espírito e calor do amor, das virtudes e dos valores, numa missão em que é deve ser berço de vida, casa e escola ímpar de humanidade, de humanização e de fé”, concluiu.
Tempo para a família
Seguiu-se a apresentação das reflexões recolhidas a partir de grupos de trabalho paroquial sobre as “consequências da vida laboral no dia-a-dia das famílias”, as “formas de conviver com a ausência de um dos pais devido ao trabalho” e caminho para “levar os filhos a reconhecer o valor do trabalho”. De entre os pontos mais referidos nas apresentações feitas por cinco casais da vigararia, estiveram a conjuntura actual adversa do mercado de trabalho e a dificuldade na gestão do tempo, que se traduz num detrimento das relações familiares, nomeadamente na educação dos filhos. “Uma gestão ideal do tempo”, entre o trabalho, o descanso e a vida familiar, foi a solução que mais consenso reuniu.
Conhecidas as reflexões dos grupos paroquiais, foi apresentado um pequeno filme com uma leitura humorística das rotinas e dificuldades das famílias actuais, realizado pelo grupo do 10.º ano da catequese da Serra de Santo António.
Como alcançar o equilíbrio?
“Para conseguir o equilíbrio entre a família e o trabalho, devemos olhar para a frente, sempre com a palavra amor no horizonte”, referiu o casal António José e Manuela Correia, no testemunho concreto da vivência familiar que partilharam. Ao referirem as dificuldades, ultrapassadas por uma vida familiar próxima, sublinharam a importância de “envolver os filhos nas tomadas de decisão, reforçando o papel destes na realização do casal. Destacaram ainda a importância dos afectos e da vivência dos momentos de sofrimento em família, numa prática que exige “tempo para os outros”. O casal concluiu a partilha, deixando pistas para enfrentar os desafios que o dia-a-dia do laboral coloca à vida familiar.
A partir dos contributos ouvidos durante a noite, seguiu-se um espaço de partilha, com o contributo da assembleia presente, após o qual, o padre José Augusto, diretor da pastoral familiar diocesana, apresentou a Festa das Família. No final, o Bispo diocesano deixou o convite à comunidade para participar nesta celebração em ambiente festivo, que vai reunir a Diocese à volta do tema da família, a 17 demaio, na Marinha Grande.
O próximo encontro vicarial está marcado para a vigararia de Fátima e realiza-se no salão paroquial de Santa Catarina da Serra, no dia 13 de Março, com o tema “Família, santuário de vida e escola do amor”.