O encontro vicarial de Fátima com o Bispo diocesano decorreu no passado dia 10 de janeiro, no centro paroquial de Santa Catarina da Serra.
Com o tema deste ano pastoral, “Amor conjugal, dom e vocação”, estes encontros em cada uma das vigararias são presididos por D. António Marto, contando com a colaboração do Departamento de Pastoral Familiar (DPF) da Diocese e das equipas pastorais locais.
Assim aconteceu mais uma vez, juntando cerca de centena e meia de fiéis das paróquias da Atouguia, de Fátima, de Santa Catarina da Serra e de S. Mamede. As boas-vindas foram feitas pelo vigário de Fátima, padre Fernando Varela, e pelo casal Susana Amaro e Jorge, que exibiram e comentaram um pequeno filme de introdução ao tema da noite.
O Bispo de Leiria-Fátima fez, então, uma intervenção sobre “a alegria e a beleza de viver em família”, o tema da sua carta pastoral para este ano. Lembrando que num inquérito recente, a nível europeu, a família aparece em primeiro lugar entre os valores mais desejados, quer por parte dos adultos quer pelos jovens, D. António Marto defendeu que “a família é o património mais belo e mais valioso da humanidade”, como referia o Papa João Paulo II, e “um tesouro para os esposos durante toda a vida”, expressão do Papa Bento XVI. A família, nas palavras do nosso bispo, “é o lugar onde recebemos o nome, é o lugar dos afetos, é espaço da intimidade”. E, como diz o Papa Francisco, “é o motor do mundo e da vida”.
Seguiu-se a apresentação da equipa diocesana do DPF, com o jovem casal Miguel e Ângela a explicar o que é, como está organizada, quais os principais agentes e o trabalho que realiza. E a partilhar, com um brilho nos olhos, que agora são dois, mas daqui a um mês já serão três, após o nascimento da filha Sara. O padre José Augusto Rodrigues, diretor deste departamento, falou depois da celebração e vivência do sacramento do matrimónio, centrando a sua intervenção na importância do tempo do namoro e nos desafios que a realidade atual desta vivência coloca à oferta pastoral da Diocese. Segundo este responsável, “é importante que apresentemos a Boa Nova da Igreja sobre o namoro como um caminho de descoberta vocacional”, ajudando os jovens a entenderem também a importância de se prepararem para serem mães e pais responsáveis.
Testemunho local
Uma última partilha foi a do casal Nuno e Felisbela, acompanhado pelas suas duas filhas. Inicialmente, houve a atração física entre ambos e a sua primeira preocupação era “agradar um ao outro”. Namoraram três anos e, ainda solteiros, surgiu uma gravidez. Já se falava em aborto, mas essa não era uma opção para eles, até pela formação que ambos tinham. Depois de uma séria reflexão, foi nas escadarias do Santuário de Fátima que tomaram a decisão de casar.
Ao início foi difícil. O Nuno, por motivos de trabalho, foi para o Porto e as saudades da mulher e da filha fizeram sentir-se. Foi então que começou a perceber mais a importância da família. A Felisbela e a filha rumaram ao Norte, ficando a morar juntos e todos ganharam com isso. Mais tarde, regressaram à Atouguia, sentindo-se “pessoas mais ricas, mais completas, mais amadas”. E dizem que “os pequenos problemas resolvemos nós e os maiores deixamos para Deus”.
Houve ainda tempo para um breve diálogo sobre o acolhimento por parte da Igreja aos casais, namorados e família. A concluir, D. António Marto confessou que “valem mais os testemunhos de vida, com todos os seus altos e baixos e até com erros, do que qualquer palavra do Bispo”. Agradecendo as “coisas bonitas e belas” que ouviu neste encontro, sublinhou que “é bom que se ponham em prática, não só a nível pessoal, mas também a nível da comunidade cristã e da paróquia”. E convidou os presentes a continuarem a reflexão sobre a questão: “O que vamos fazer e como vamos educar os jovens para que vivam a beleza do namoro?”.
A oração e um lanche de convívio fecharam este encontro, considerado por todos como “uma noite bastante agradável e que nos deixou bem mais ricos”.