No domingo 28 de agosto, a Diocese de Leiria-Fátima celebrou o dia de Santo Agostinho, que é seu co-padroeiro com Nossa Senhora de Fátima.
Na igreja dedicada a este santo na cidade de Leiria, completamente cheia, o Bispo diocesano presidiu à Eucaristia pelas 10h00. Na sua homilia, D. António Marto referiu o percurso de vida deste homem que viveu ente os séculos IV e V e que, sobretudo nas suas Confissões, se revela permanentemente inquieto pela busca de Deus. Edificado de modo particular por sua mãe, Santa Mónica, Agostinho descobre e professa a fé cristã, quando se dá conta de que é no mais íntimo de si mesmo que habita a luz inextinguível que é Deus, origem e fim de toda a existência. A esse propósito, citou uma das passagens mais conhecidas deste bispo e Doutor da Igreja:
«Tarde Vos amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde Vos amei!
Vós estáveis dentro de mim, mas eu estava fora, e fora de mim Vos procurava;
com o meu espírito deformado, precipitava-me sobre as coisas formosas que criastes.
Estáveis comigo e eu não estava convosco.
Retinha-me longe de Vós aquilo que não existiria se não existisse em Vós.
Chamastes-me, clamastes e rompestes a minha surdez.
Brilhastes, resplandecestes e dissipastes a minha cegueira.
Exalastes sobre mim o vosso perfume: aspirei-o profundamente, e agora suspiro por Vós.
Saboreei-Vos e agora tenho fome e sede de Vós.
Tocastes-me e agora desejo ardentemente a vossa paz.»
O Bispo de Leiria-Fátima sublinhou que o padroeiro é o “protetor que guia no caminho da fé, em direção a Cristo, e ajuda a meditar e a fazer a experiência da fé”. Atualizando essa mensagem para os nossos dias, em que “tantas vezes as preocupações da vida e do mundo nos cegam e não nos deixam ver os sinais da presença de Deus em nós e nos acontecimentos, nos tornam surdos e nos impedem de escutar a sua voz que fala ao coração”, apresentou S. Agostinho como exemplo que quem “fez essa experiência de caminho errante, longe de Deus, mas sempre em procura, até que O encontra e se deixa deslumbrar pela intensidade da sua luz”.
O segredo é “buscar Deus como vela suprema e supremo amor”, afirmou D. António Marto. “Encontrar Deus no caminho do amor e na experiência desse amor aos irmãos, como defendia S. Agostinho: «Se vês a caridade, vês a Trindade»”, concluiu.
Momentos culturais
Este ano, as comemorações de Santo Agostinho tiveram a particularidade de ver associado à Diocese o recém-inaugurado Museu de Leiria, com visitas gratuitas a este espaço contíguo à igreja e instalado no antigo convento agostiniano, outrora com grande importância religiosa e social na cidade e na região.
Pelas 16h00, a Sociedade Artística Musical dos Pousos (SAMP) juntou-se à homenagem, apresentando um recital na antiga sala do capítulo, hoje inteiramente remodelada e adaptada ao novos uso. A sala encheu-se e extravasou de gente para escutar Beatriz Carvalho a tocar fagote e Raquel Silva a cantar várias peças, acompanhadas pela pianista japonesa Yumiko Ishizuka. O Bispo diocesano participou também neste momento e, no final, felicitou as artistas pela qualidade e talento demonstrados.