Diocese inaugura biénio dedicado a Maria e novo Centro Pastoral

“Nossa Senhora, Mãe de Ternura e de Misericórdia continua a ter uma grande força de atração para vos trazer aqui”, disse D. António Marto nas boas-vindas às cerca de quinhentas pessoas que enchiam o ginásio do Seminário Diocesano e que ali marcaram presença para participar na Assembleia Diocesana, no passado dia 4 de outubro.

Em dia de eleições para outra Assembleia, a da República, os fiéis diocesanos não se abstiveram da participação neste encontro com o seu Bispo que celebra, em comunhão, o Dia da Igreja Diocesana e marca o início solene do novo ano pastoral.

Numa primeira parte, onde se apresentou a carta pastoral e o programa comum para o novo ano, foi proferida uma conferência que apontou Maria como “ícone da misericórdia”. Seguiu-se a inauguração e bênção dos espaços do novo Centro Pastoral Diocesano (CEPADI) e visita aos mesmos. A tarde terminou com a celebração da Eucaristia na igreja do Seminário.

 

D. António Marto convida a acolher e irradiar
o dom das Aparições de Fátima

2015-10-07 assembleia3À hora marcada, as cerca quatrocentas cadeiras que enchiam o ginásio do Seminário Diocesano estavam no limite da sua ocupação. Dispostas em semicírculo, orientavam a plateia para uma mesa central, por cima da qual era projetada a imagem da Virgem Maria, o tema do novo pastoral, “Feliz de ti que acreditaste”, e a referência ao biénio dedicado ao aprofundamento da relação com a Virgem Maria na nossa vida cristã, à luz das Aparições de Fátima. Ao lado, o Adesba Chorus ultimava os preparativos para entoar temas musicais marianos.

D. António Marto deu início ao encontro com um breve momento de oração. Seguiu-se a conferência “Maria, ícone da misericórdia”, proferida pelo padre Gonçalo Diniz, pároco de Leiria e da Cruz da Areia, onde foi evidenciado o “papel especial de Maria na história da salvação” como “Mãe de misericórdia”. (Ver abaixo)

O Bispo diocesano apresentou, de seguida, uma síntese da carta pastoral “Maria, Mãe de Ternura e de Misericórdia”, para o biénio 2015-2017, à qual recomendou uma leitura calma e meditativa.

Na origem da epístola esteve, em primeiro lugar, o Centenário das Aparições de Fátima, “um acontecimento de graça que ocorreu num espaço geográfico que hoje é da nossa Diocese, confiado a três Pastorinhos, membros da nossa Igreja diocesana e que hoje nos foi confiado para que permaneça vivo e irradie ao longe e ao largo, para todo o mundo”.

Assumindo-se como um “grande devoto” da Mensagem de Fátima, D. António Marto recebeu um aplauso geral quando confidenciou ter decidido o “sim” à sua missão como Bispo de Leiria-Fátima na Capelinha das Aparições, aos pés da imagem de Nossa Senhora.

A convocação do Ano Santo da Misericórdia pelo Papa Francisco foi outra das razões apontadas para a escolha do lema do biénio pastoral: “Maria, Mãe de Ternura e de Misericórdia”, numa “evocação que traduz verdadeiramente o lugar de Maria na história da salvação e no acontecimento de Fátima.”

“Durante estes dois anos, somos chamados à contemplação, passiva e ativa, de Maria, na qual se reflete a beleza do amor misericordioso de Deus pela humanidade, da Igreja como povo do Senhor e da nossa vida em Cristo, de quem ela foi mãe e primeira discípula”, referiu, ao evidenciar a figura de Maria como chave de leitura para a carta pastoral.

O Bispo diocesano apresentou, de seguida, os objetivos específicos para o primeiro ano pastoral, agora iniciado, deixando algumas propostas práticas para uma concretização pessoal e familiar da relação de amor a Maria. Recordou a visita que a imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima irá fazer às vigararias da Diocese, entre 1 e 12 de Maio de 2016, num “momento forte de evangelização” que pretende ser congregador e propício à oração e conversão.

O padre José Augusto Rodrigues, reitor do Seminário Diocesano, introduziu o momento que se seguiu, fazendo uma breve apresentação do novo Centro Pastoral Diocesano (CEPADI), à qual se seguiu a inauguração e bênção dos espaços e visita aos mesmos.

A tarde terminou com a celebração da Eucaristia na igreja do Seminário.

 

2015-10-07 assembleia

Conferência “Maria, ícone da misericórdia”

Nossa Senhora encarna o coração
que se derrama sobre a miséria humana

Gonçalo Diniz, sacerdote, que também coordena o Departamento da Pastoral Juvenil e Escolar, começou por caracterizar o biénio Mariano, ao qual se vai dedicar a Diocese, como um tempo de “graça singular”, que ganha maior significado pelas “aparições da Mãe de Deus” em Fátima e pela “feliz coincidência” da convocação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia pelo Santo Padre.

Numa “comunicação simples, em ambiente de família”, o orador detalhou, em seguida, o significado da palavra ícone como “uma imagem que transmite fielmente aquilo que revela”, tornando-o presente e vivo; um termo que é usado no Novo Testamento, em primeiro lugar, para falar de Jesus Cristo como “ícone, por excelência, de Deus”.

“Pelo lugar que Deus Lhe concedeu na história da Salvação, Maria participa plenamente, com lugar muito especial, dessa imagem, oferecendo-nos rasgos muito próprios… O da misericórdia é um deles”, referiu.

Ao estabelecer uma analogia entre a Palavra de Deus e Nossa Senhora, pelo facto de ambos falarem do modo como Deus se relaciona connosco, realçou o papel de Maria como “imagem viva e transparente da misericórdia”.

Relembrou o Magnificat, pronunciado por Maria, como “uma das pérolas do Novo testamento” através de uma passagem da carta pastoral, em que D. António Marto sublinha a participação misericordiosa de Maria na história do povo de Israel, uma história “cheia de pecados, mas que Deus nunca abandonou, no seu amor e misericórdia”.

“No Magnificat, Maria mostra-se deslumbrada pela missão que lhe é confiada, na sua humildade, pequenez e pobreza. As vicissitudes pelas quais passará, ao longo da sua vida, vão acentuar o seu papel como ícone de misericórdia. Pela sua fidelidade e pelos seus “sins”, Maria é uma confirmação dos dons de Deus.”

Numa referência à genealogia de Jesus, apresentada no Evangelho de Mateus, que mostra o nascimento de Jesus Cristo na humanidade pecadora, Maria é a quinta e última mulher que aparece, numa referência que é “um sinal claro e definitivo da misericórdia de Deus”, lembrou o conferencista, que apresentou a maternidade de Maria como um acontecimento que a torna num ícone da misericórdia de Deus, “porque que se compadece, sofre e nos envolve com um amor de paciência, ternura e bondade”.

O sacerdote fez uma alusão final às Aparições de Fátima que, refere, “são uma concretização do que Maria afirma no Magnificat” e da sua afirmação contínua como imagem da misericórdia de Deus “tornada concreta e palpável para um tempo específico”.

“Em Fátima, Nossa Senhora encarna o coração que se aplica, que se abaixa e se derrama sobre a miséria humana, ajuda-nos a aplicar o nosso coração às várias misérias e pobrezas que encontramos na vida e mostra-nos um horizonte de esperança, que é fruto da misericórdia divina. A sua mensagem de conversão e perdão é também uma mensagem de esperança. Quem perdoa acredita que quem é perdoado pode mudar e voltar a caminhar de cabeça levantada.”

Concluiu, exortando os presentes a seguir o exemplo de Maria e a “ser realização e expressão da misericórdia de Deus através da oração de intercessão” e a vivência do perdão aos outros para tornar “toda a nossa vida num autêntico Magnificat vivo”.

Peregrinação Diocesana a Fátima
5 de Abril
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