D. António toma posse de Santa Maria Sopra Minerva: Fátima está ainda mais ligada a Roma

Cumprindo a tradição antiga de cada cardeal ter uma basílica em Roma, o cardeal D. António Marto, bispo da Diocese de Leiria-Fátima, deslocou-se à Cidade Eterna para tomar posse da igreja de Santa Maria Sopra Minerva no dia 25 de novembro.

Como explica D. Carlos Azevedo, delegado do Conselho Pontíficio da Cultura, que também esteve nas cerimónias, “sendo titular de uma Igreja em Roma, passa a fazer parte do presbitério e, assim, faz sentido que eleja o seu Bispo, ou seja, que eleja o Papa”. Como é apanágio do Bispo de Leiria-Fátima, a cerimónia foi simples, sendo a celebração eucarística o seu ponto alto. A testemunhar o momento estiveram presentes o bispo D. Tolentino, arquivista e bibliotecário “da Santa Igreja Romana”, e o Embaixador de Portugal junto da Santa Sé, bem como mais de meia centena de padres.

Na saudação ao novo titular da igreja, o reitor Gian Matteo Serra congratulou-se pelo momento que testemunhava, por ir muito para além de uma formalidade legal e “ser vivido como uma jornada de descoberta e construção”. No seu entender, são muitos os pontos de contacto que unem D. António Marto à basílica que dirige, todos eles centrados na figura de Nossa Senhora do Rosário, a mesma que se apresentou aos Pastorinhos de Fátima.

O próprio Cardeal salientou esta ligação omnipresente a Nossa Senhora de Fátima num momento histórico sensível da Igreja, perseguida por “poderes totalitários e ateus”. “Não posso deixar de ter presente esta significativa ‘titularidade’ que me liga tanto a Roma como a Fátima: por um lado, a ligação de afeto ao Papa pela presença das relíquias de Santa Catarina de Sena, padroeira da Itália, ela que era tão afeiçoada pelo Papa que o chamava ‘doce Cristo na terra’; por outro lado, a ligação a Fátima: a basílica é um ponto de referência para os fiéis de Roma na sua devoção a Nossa Senhora do Rosário”, referiu, numa intervenção enviada à Agência Ecclesia.

 O bispo de Leiria-Fátima evocou, na sua homilia, as figuras dos santos pastorinhos como “exemplo vivo” do acolhimento deste reino da “santidade e da graça” na sua “oferta total a Deus e no seu amor aos pobres, aos doentes, aos aflitos e aos pecadores”. “Confiamos a Igreja e toda a humanidade à intercessão de Nossa Senhora do Rosário e os santos pastorinhos de Fátima, Francisco e Jacinta Marto, para que o amor de Deus reine em todos os corações e se cumpra o seu desígnio de justiça e de paz”, concluiu.

As Armas de Fé

Armas Bispo 200pxAssumindo a titularidade da Basílica de Santa Maria Sopra Minerva, o Cardeal poderá ver o seu brasão representado no edifício. Nas Armas de Fé, desenhadas por Duarte Vilardebó Loureiro, predomina a cor azul num escudo ovalado que contém uma árvore dourada ao centro, com frutos prateados e encimada por uma flor-de-lis. Ladeiam-na duas candeias de prata, acesas de vermelho e ouro. A leitura simbólica deste brasão é-nos remetida por Marco Daniel Duarte, diretor do Departamento do Património Cultural da diocese de Leiria-Fátima:

As armas, por opção, omitem o chapéu cardinalício e assumem o escudo ovado, característico da heráldica eclesiástica.  

A árvore que mostra as raízes e os frutos faz ecoar o topónimo Tronco, freguesia do concelho de Chaves de onde é natural António Marto. Mais ainda evocam as imagens bíblicas em que a árvore é associada à vida, porquanto dá fruto abundante, porquanto as suas raízes sejam profundas. Simbolicamente usada como imagem da Criação e da Redenção, ela toma a cor áurea que só a cruz processional também apresenta, elucidando que é Cristo a luz recebida pelos restantes elementos do brasão.  

As candeias são tomadas da expressão que a Igreja consagrou para referência aos Santos Francisco Marto e Jacinta Marto — «candeias que Deus acendeu» —, cujo apelido, em feliz coincidência, é o mesmo do do cardeal que os levou à veneração universal através da canonização. Estão acesas porque cheias da luz do Espírito e tomam a cor da prata porque não têm luz própria, mas antes a que recebem da árvore cuja copa se encontra carregada de frutos, também desta cor.  

A flor-de-lis, para além de símbolo mariano e, por isso, referente à especial missão de António Marto à frente do Santuário de Fátima, é também referência à cidade de Leiria, por nela passar o Rio Lis, traduzindo, assim, de forma plástica a expressão Leiria-Fátima, nome da diocese do cardeal. Completa a simbologia mariana a cor azul sobre a qual se inscrevem os elementos.  

No listel, inscreve-se, a expressão, extraída da Segunda Carta de Paulo aos Coríntios (1, 24) que António Marto assumiu por lema: «adiutores gaudii vestri».   

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