O Bispo da nossa Diocese esteve na quarta-feira, dia 5, no Centro Social dos Pousos e visitou dois grupos de idosos: os que frequentam o Centro de Dia e os que são utentes do Lar.
A visita foi resposta pronta do senhor cardeal António Marto a um convite para que acedesse à iniciativa da Instituição “à conversa com…”. E coincidiu a sua vinda com a celebração do aniversário do seu nascimento, há 74 anos. Também por isso foi presenteado com um saboroso bolo, de confeção local, e provado por todos os participantes.
O senhor D. António foi muito afável, bem disposto, interessado em tudo o que ouviu, sensível ao que lhe foi oferecido, agradecido às pessoas da Direção presentes, reconhecido diante das muitas Colaboradoras presentes, e querido para com todos os idosos, a quem diversas vezes manifestou o seu desejo de os beijar e abraçar.
Aliás, as suas primeiras palavras numa e noutra sala apresentaram-no como “irmão bispo: irmão na humanidade, irmão na fé, irmão!” E esta afetividade assim declarada, foi demonstrada ao longo das conversas que foi endo durante as quase duas horas da sua presença, nos seus gestos, e nas considerações que lhe foram sendo endereçadas.
Uma tónica deste encontro foi a leitura que fez da sua própria infância, a pretexto de velhas fotografias e memórias da terra, da família e de amigos, memórias essas trazidas até nós pelo testemunho de quatro pessoas que o acompanham desde há décadas. A cada apontamento o Bispo da diocese foi enriquecendo o que se ouvia ou via, confirmando e acrescentando outros tópicos, num tom verdadeiramente amável, próximo e familiar. E sem conhecimento prévio sobre esta parte do programa! Foi neste tempo que chegou a comover-se, ao recordar palavras do seu pai, por ocasião da sua escolha do sacerdócio, pedindo-lhe que fosse sempre muito honesto para com os mais pobres ou mais frágeis na vida.
Em outra ocasião, o visitante pode interpelar as pessoas sobre o seu envelhecimento (recordando, com um sorriso, que também ele já está na “terceira idade”), motivando à serenidade, à aceitação, à gratidão e ao encontro com Deus. E não ignorou que via em cada olhar uma extraordinária capacidade de resiliência depois deste quase ano e meio de pandemia global.
Um terceiro apontamento há-de considerar as prendas. Por um lado as belas mensagens que recebeu de saudação, iniciativa de diversos dos nossos séniores. Por outro lado, foi agraciado com uma saquinha de sementes para conforto das dores que possa ter alguma vez. Recebeu uma almofada e a promessa de uma toalha (ainda em execução). E recebeu do André Pereira (#oquetequerodizer) um livro e um retrato escrito; entre outras coisas, o André escreveu a “António”: “tudo fica nada vai/ o menino de um passado ainda pequenino/ de uma fé que é presente em todo o lado/ sente a gente e chora a voz que lhe mora no coração/ é menino é irmão/ ri-se como nós”.
Alguém partilhava horas mais tarde: “após a manhã com D. António, a casa ficou cheia do Espírito Santo, numa “euforia” saudável, tanto nas funcionárias (que não arredaram pé) como com os nossos utentes. Dizem alguns que agora que venha o Papa, nem que seja a passar de avião por cima da instituição e a dizer adeus”.