Na festa litúrgica da Apresentação de Jesus no Templo, ocorrida no passado dia 2 de fevereiro, o bispo de Leiria-Fátima presidiu, no Santuário de Fátima, à celebração da dedicação do altar da basílica de Nossa Senhora do Rosário, que assinalou a sua reabertura ao culto, após as obras de requalificação. Na mesma celebração, os religiosos e religiosas e outros fiéis renovaram a sua consagração, no dia a eles dedicado, e fez-se o encerramento do Ano da Vida Consagrada, que estava em curso desde o mês de dezembro de 2014.
À assembleia de fiéis que enchiam por completo a basílica, D. António Marto, na sua homilia, aludindo à festa litúrgica do dia, à procissão de velas com que se iniciara a celebração e ao símbolo da luz, disse que “Jesus quer entrar também no templo da nossa vida, no coração de cada um de nós para acender a chama e o fogo do amor com o seu Espírito Santo”. Depois, referiu que a dedicação do novo altar é sinal que nos interpela a acolher o mesmo convite da Virgem Maria aos pastorinhos para se entregarem pessoalmente a Deus a fim de “colaborar com a sua misericórdia na reparação do pecado do mundo”. É que, afirmou D. António, “Deus procura colaboradores em favor dos outros para a transformação do mundo e pede uma resposta também a nós hoje e aqui”.
Vida consagrada “escola da misericórdia para o mundo ferido”
Passando ao tema da vida consagrada, o bispo de Leiria-Fátima qualificou-a como “escola privilegiada da ternura e da misericórdia de Deus”, que não abandona “este mundo tão ferido, dilacerado, divido, violento à busca de fraternidade para se poder viver juntos”. Neste sentido, destacou “a missão profética” dos consagrados a Deus, que deverão revelar-se capazes “de despertar no mundo distraído e indiferente uma abertura do coração ao Deus misericordioso, à dimensão transcendente da vida sem a qual a Europa e a nossa sociedade correm o risco de perder o espírito humanista e fraterno como estamos a verificar em relação ao drama dos refugiados”.
Dando graças a Deus pelo dom da vida consagrada e focando a vocação missionária da Igreja, D. António Marto lembrou aos consagrados que “há caminhos não andados que esperam por alguém, que esperam por vós. Como velas acesas acendei, por toda a parte, a luz e o fogo da misericórdia do Senhor”. E, citando o Papa Francisco, apontou o cenário atual do mundo que requer quem lhe leve “a ternura e a misericórdia de Deus, a luz e o calor do evangelho”. Sim, “há uma humanidade inteira que espera: pessoas que perderam toda a esperança, famílias em dificuldade, crianças abandonadas ou órfãs de afeto, jovens sem horizontes de futuro, doentes e idosos sós ou abandonados, pobres com fome e carenciados, gente rica com o vazio no coração, homens e mulheres à busca do sentido da vida, sedentos do divino…”(Papa Francisco).
As obras de requalificação tornaram a basílica em melhores condições para nela se celebrar o culto, mas também para a visita aos túmulos dos beatos Francisco e Jacinta Marto e da irmã Lúcia. Foi reestruturado o grande Órgão, que estava inativo, e renovado todo o mobiliário do presbitério: altar, ambão, sede da presidência litúrgica, crucifixo e lugar de colocação da imagem de Nossa Senhora, etc.
Participaram na celebração muitos sacerdotes, religiosos e religiosas e fiéis, além das autoridades autárquicas e dos técnicos que conduziram os trabalhos de renovação da basílica e produziram o mobiliário e as obras de arte.