Conto de Natal III

Perante as atrocidades que a família lhe augura, pega nas magras economias que amealhou, faz a mala à socapa e abala no primeiro comboio da manhã. Vai para longe ter a Criança em que o mundo não acredita.

E se o Natal fosse hoje? Seria um escândalo!

Uma rapariga nova que engravida estraga a vida… Uma rapariga nova que engravida não pensa… Uma rapariga nova que engravida não sabe precaver-se… Uma rapariga nova que engravida é uma irresponsável… E é assim que é Miriam. Não era, mas agora é! É o que lhe metralham os pais aos ouvidos. Que fazer agora que está grávida? Seria uma pergunta que a devia incomodar, mas não. Que lhe deu? A rapariga era tão bem comportada, tão certinha…

Perante as atrocidades que a família lhe augura, pega nas magras economias que amealhou, faz a mala à socapa e abala no primeiro comboio da manhã. Vai para longe ter a Criança em que o mundo não acredita.

No dia seguinte, o Zé, depois de um estranho sonho, pega nas magras economias que amealhou, faz a mala à socapa e abala no primeiro comboio da noite.

E os dois vagueiam levados pelo Sonho, pela grande Promessa, até se encontrarem meia dúzia de meses depois, numa pequena vila, escondida por detrás do sol-posto.

Foram “recensear-se”, o mesmo é dizer, casar-se num qualquer perdido registo civil, numa terra cujo nome começa por B e tem duas sílabas. Há por lá uma festa enorme, gente aos magotes que nem se pode andar pelas ruas. No final, há que descansar, porque a Criança vai nascer em breve… algures, onde Deus quiser nascer.

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