O Conselho Central diocesano marcou presença na Assembleia-Geral Ordinária da Sociedade São Vicente de Paulo de Portugal, realizada no passado dia 16 do corrente mês, na cidade de Aveiro, concretamente nas instalações do Seminário de Santa Joana.
Como em todas as reuniões, encontros, assembleias e outras atividades, esta assembleia iniciou com as orações previstas na Regra vicentina, logo após a abertura da sessão, feita pelo presidente da mesa da assembleia, o confrade Luís Silva.
Estiveram presentes cerca de quatro dezenas de irmãos e irmãs vicentinos, representando 14 Conselhos Centrais: Algarve, Viseu, Aveiro, Viana do Castelo, Braga, Santarém, Coimbra, Porto, Évora, Portalegre e Castelo Branco, Lisboa, Guarda, Funchal e Leiria-Fátima, além da presidente Laurinda Francisco e do relações públicas, Virgílio Gordo.
Seguiu-se a “Reflexão” pelo padre José Alves, que teve como tema “Jubileu em 2025”, fundamentada em várias passagens bíblicas: Salmos, o profeta Isaías, o evangelho de São Lucas e algumas cartas de São Paulo, nas quais Jesus é apresentado como o Messias. O padre lembrou que o primeiro ano jubilar foi em 1300, decretado pelo papa Bonifácio VIII, e destacou o ano 2000 como um dos mais significativos, com o Jubileu da Redenção, proclamado pelo papa João Paulo II, coincidente com a realização da XV Jornada Mundial da Juventude em Roma.
Referiu ainda que os anos jubilares nem sempre seguiram uma sequência regular, variando de 100 em 100 anos, depois de 50 em 50, alguns de 25 em 25 anos e, mais recentemente, com o Papa Francisco, aos 15 anos do jubileu de 2000, e agora, 10 anos depois. O Jubileu de 2025 terá como tema “Esperança”, onde a paciência e confiança se sobreporão ao desânimo, medo e pessimismo, consequências dos conflitos e guerras no mundo contemporâneo. O convite é para que aprendamos a levar a esperança em vez do pessimismo, tornando-nos mensageiros de esperança, partilhando e vivendo-a.
A nossa esperança é essencial para darmos o melhor testemunho, valorizando o que temos e o que somos. A diferença que nos distingue é não sermos cúmplices da falta de esperança. Para tal, é necessário criar caminhos, questionar e visitar, mesmo quando o livro do Apocalipse nos desafia a duvidar do rumo certo.
A intervenção seguinte foi de D. António Moiteiro, bispo de Aveiro. Iniciou propondo um “Método de escutar”: chamar, orar, discernir, avaliar e decidir. Destacou três níveis para cumprir a missão vicentina: assistência, educação e promoção da justiça social, apelando à denúncia da injustiça social, nomeadamente pela chegada de milhares de imigrantes, que trazem desafios significativos. Concluiu com um apelo à conversão do coração.
Após estes momentos mais meditativos, seguiu-se a “Ordem de trabalhos”, que começou pela leitura e aprovação da ata da Assembleia Geral anterior. Como a ata foi previamente enviada a todos os Conselhos Centrais, Luís Silva propôs à assembleia que não fosse lida, proposta que foi aceita, aprovando-se a ata anterior por maioria, com dois Conselhos Centrais presentes a absterem-se por não terem estado presentes na referida assembleia.
Nos pontos seguintes, a direcção apresentou o Plano de Actividades e o Orçamento para o ano de 2025. A presidente da direcção, Fernanda Capitão, iniciou destacando a presença da totalidade dos órgãos sociais e sublinhou que a equipa que a acompanha neste mandato de quatro anos começa do zero. A equipa está a avaliar a situação da sociedade vicentina, que tem uma identidade e um carisma muito próprios, e considera essencial existir proximidade, alerta, motivação e envolvimento das comunidades, sem, no entanto, substituir o dever do Estado. O Plano de actividades é para quatro anos, e a questão da alteração dos estatutos, que já se fala há pelo menos 14 anos, precisa ser resolvida.
Os objectivos gerais incluem combater a falta de comunicação entre as bases (conferências, conselhos centrais, de zona e conselho nacional). Para uma melhor integração dos jovens, é necessário apostar na formação, adaptabilidade, entendimento e responsabilização, dado o grande desconhecimento da SSVP entre os jovens. A evangelização e um encontro nacional de formação poderão ser soluções, assim como um movimento de voluntariado tecnológico e directivas.
Fernanda Capitão falou ainda sobre os 13 tipos de pobreza e comentou a última peregrinação nacional, alertando para exemplos que não devem ser seguidos no próximo ano.
A apresentação do orçamento para 2025, realizada pela tesoureira, teve como base o alinhamento com o Plano de actividades e a análise do passado, nomeadamente os últimos dois anos. O orçamento é deficitário, devido ao investimento necessário para o rejuvenescimento da sociedade e a formação, considerado mais como um investimento do que uma despesa.
Após a leitura do parecer do Conselho Fiscal, apresentado pelo seu presidente, Joaquim Silva, o Plano de actividades e o Orçamento para 2025 foram aprovados por unanimidade.
Antes de se passar ao ponto número cinco, em que os Conselhos Centrais presentes fizeram as suas intervenções, Fernanda Capitão anunciou que a Peregrinação Nacional a Fátima ocorrerá no fim de semana de 12 e 13 de abril do próximo ano, presidida pelo bispo da diocese de Aveiro, D. António Moiteiro.
Após as intervenções dos 14 Conselhos Centrais, que expressaram preocupações e objectivos comuns, com uma ênfase específica na questão dos imigrantes, que afeta todo o país, Fernanda Capitão fez uma última comunicação: não existe Conselho Central em São Miguel, Açores, nem qualquer Conferência Vicentina, situação que requer atenção e dedicação.