Padres Marianos da Imaculada Conceição

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Com o nome completo de Marianos da Imaculada Conceição da Beatíssima Virgem Maria, esta congregação foi fundada em 1673 pelo beato Estanislau Papczyński, na Polónia. O amor a Maria, o sufrágio pelas almas e o auxílio aos párocos são os seus distintivos.

  

 

 

 

 

 

Com Maria, ao serviço de Cristo e da Igreja

João Papczyński, nascido em Cracóvia, no ano de 1631, viveu uma juventude de atribuladas aventuras, até que, aos 23 anos, o desejo da vida religiosa o fez abraçar os Piaristas, recebendo com o hábito o nome de Estanislau de Jesus Maria. Escritor e orador de excelência, era também crítico de algum “relaxamento” da vida religiosa do seu tempo, o que o fez entrar em conflito com os superiores. Abandona, em 1671, a congregação e inicia com um grupo de eremitas o novo instituto dos Clérigos Marianos da Imaculada Conceição, que o bispo diocesano aprovaria dois anos depois.

A aprovação pontifícia viria só em 1699, pelo papa Inocêncio XII, com a tríplice missão de: difundir o culto da Imaculada Conceição da Beatíssima Virgem Maria, oferecer sufrágios pelas almas do purgatório e prestar auxílio aos párocos no ensino da catequese e na administração dos sacramentos.

 

A renovação

A partir da Polónia, a Ordem dos Marianos foi-se implantando pelo mundo, tendo chegado a Portugal logo no ano de 1754, pelo venerável padre Casimiro Wyszyński, que fundou o Convento de Balsamão, em Trás-os-Montes. Foi expulsa em 1834 pelo governo liberal de D. Pedro IV, numa altura em que existiam já 30 irmãos e mais duas casas, em Algoso (Trás-os-Montes) e Lisboa.

No ano de 1909, por causa da perseguição russa no leste da Europa, havia apenas um único convento dos Marianos no mundo inteiro, em Marijampole, na atual Lituânia. O seu fim estava iminente, mas o beato Jorge Matulaitis, padre diocesano que viria a ser bispo de Vilnius, revelou-se o grande “renovador” da Congregação, voltando-a para uma vida apostólica de resposta às circunstâncias religiosas e sociais do início do século XX. Graças ao seu empenho, existem hoje quase 5 centenas de Marianos em 18 países do mundo.

 

Na Diocese

2015-09-17 sopra2É a “versão renovada” da Congregação que regressa a Portugal, em 1954, para restaurar o antigo Convento de Balsamão, onde se implantaria um seminário em 1960. Em 1983, abriram a Casa de Estudos de Telheiras, em Lisboa, que funcionou em colaboração com a Igreja local até 2004.

Em 1972, foi erigida canonicamente a Casa de Fátima, que funcionou como Seminário até 2002. Desde 1985, a comunidade dedica-se também ao acolhimento de hóspedes e peregrinos, atividade que os Marianos desenvolvem também em Balsamão.

O Bispo de Leiria-Fátima pediu a sua colaboração, em 2010, para a paróquia de São Mamede. Com os padres João Carlos e Jovanete, fixou-se naquela residência uma nova comunidade.

 

Carisma e missão

Com o lema “Por Cristo e pela Igreja”, os Marianos são atualmente uma comunidade fraterna de padres e irmãos que seguem Jesus Cristo pela profissão dos conselhos evangélicos de castidade, pobreza e obediência, inspirados e desafiados pelo mistério da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria. Guiados pelo dinamismo do Espírito Santo, sentem-se impelidos, com e como Maria, a anunciar com alegria e humildade a Boa Nova da Salvação, trabalhando e sofrendo apaixonadamente por Cristo e pela Igreja, para que todos aqueles que estão em peregrinação neste mundo, bem como aqueles que depois desta vida se purificam no purgatório, alcancem a plenitude da felicidade com Cristo Ressuscitado.

Abertos às necessidades da Igreja e aos anseios do homem de hoje, no nosso país os Marianos têm feito da Pastoral Juvenil a sua prioridade. Para ajudar os adolescentes e jovens a crescer na fé em ordem a descobrir a sua vocação específica na igreja, dinamizam vários grupos de jovens, conhecidos por «jovens MIC», que partilham o seu carisma.

Também a Pastoral da Misericórdia merece a sua especial atenção, nomeadamente, pela divulgação de materiais como o Diário de Santa Faustina Kowalska e a Imagem de Jesus Misericordioso, e pela organização anual de uma Semana de Espiritualidade sobre a Misericórdia de Deus, na semana da oitava da Páscoa.

Além da pastoral paroquial e acolhimento a peregrinos em ambas as comunidades portuguesas, é sobretudo a partir do Centro Cultural de Balsamão, criado em 2003, que desenvolvem uma outra missão, a do diálogo entre a cultura e a fé, especificamente na relação entre o Portugal e a Europa de leste.

 

Testemunho vocacional

A sedução do desejo de Deus

2015-09-17 sopra3O padre João Carlos Roma Leite Rodrigues, nascido em 1983 em Macedo de Cavaleiros, Bragança, é religioso mariano há 13 anos e padre há 6, desempenhando nos últimos 5 a função de pároco moderador em São Mamede.

 

Fui educado numa família cristã, sendo o irmão mais velho de 3 irmãs e 1 irmão. Tinha eu muitas ideias quanto ao meu futuro, quando subitamente Deus me seduziu. E eu deixei-me seduzir.

Foi no dia da minha Primeira Comunhão que senti pela primeira vez o desejo de ser padre. Cheguei a fazer parte do Pré-Seminário da Diocese de Bragança, com vista a entrar no Seminário Diocesano, mas, quando acabei o 9.º ano, participei num acampamento vocacional dos Padres Marianos e ingressei então no seu seminário, em Fátima, onde concluí o ensino secundário. Nessa altura, andava bastante interessado pelas ciências: queria ser engenheiro químico e trabalhar num laboratório. Todavia, o desejo de Deus continuava possante dentro do meu íntimo e persistia também o desejo de ser padre.

Lembro-me de ter lido numa só tarde, em janeiro de 2001, o Diário do Beato Jorge Matulaitis. A vida e a espiritualidade do renovador dos Marianos despertaram em mim um desejo profundo de seguir Cristo e servir a Igreja, concretamente nesta comunidade. Nesse mesmo ano, recebi o sacramento do Crisma, que me ajudou a dissipar todas as dúvidas.

Aos 18 anos, parti para o Convento de Balsamão, onde fiz o noviciado e os primeiros votos, em 2002. Depois, fiz em Lisboa os estudos filosófico-teológicos, bem como uma experiência de catequese na igreja de Telheiras e moderação de um grupo de jovens no Lumiar.

Em janeiro de 2003, faleceu de repente o padre José Morais, da minha comunidade. O seu testemunho de vida tocou-me profundamente e fortaleceu muito a minha vocação. No ano seguinte, fiquei a ser o único seminarista dos Marianos em Portugal. Os meus superiores acharam por bem que continuasse a formação religiosa num dos nossos seminários no estrangeiro. A minha convicção europeísta e o desejo de conhecer as raízes dos Marianos inclinaram-me a escolher a Polónia. Ao princípio, tive bastante receio: tinha que me adaptar a uma nova cultura e aprender uma nova língua, mas passados alguns meses o receio desapareceu, porque Deus concorre em tudo para o bem daqueles que O amam.

Ao aceitar o desafio de fé que Deus me propôs, durante a minha estadia na Polónia, descobri que Ele me chamava a servir a humanidade por Cristo e pela Igreja e, ao regressar a Balsamão, em 2006, fiz os votos definitivos. Senti então o desejo firme de ser padre mariano e fui ordenado nesse convento, em 2009. No ano seguinte, fui chamado a servir Cristo e a Igreja como pároco de São Mamede.

Para mim, não há nada mais encantador do que contemplar a alegria de uma pessoa que se sente infinitamente amada por Deus. Foi o desejo de Deus que me cativou a seguir a vida religiosa e é esse desejo que me impele a anunciar que o sentido último da nossa vida está para além deste mundo, na plena comunhão com Deus, na glória do Céu.

P. João Carlos Rodrigues

 

Números

No mundo

Casas: 78

Membros: 471

Em Portugal

Casas: 3

Membros: 12

Na Diocese

Casas: 2

Membros: 4 padres, 1 diácono e 1 irmão religioso

Mais novo: 32 anos

Mais velho: 91 anos

Média etária: 63 anos

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