Congregação das Servas de Maria Reparadoras

Na viragem para o século XX, Maria Elisa Andreoli, sua mãe e duas amigas decidem consagrar-se ao Senhor, no serviço filial a Nossa Senhora. Cerca de uma década depois, o encontro com a espiritualidade da reparação vem conferir-lhe o carisma que perdura até aos nossos dias.

 

Fraternidade e inspiração mariana,
ao serviço de Deus e dos irmãos

Maria Elisa Andreoli, nascida em 1861, em Vidor, província de Treviso, na Itália, sofreu na infância o abandono do pai. A mãe, Margarida Ferraretto, apesar da pobreza em que ficou, não poupou esforços para dar à sua única filha a melhor educação que pôde. E o facto é que conseguiu que chegasse a professora primária aos 17 anos, profissão onde se distinguiu, ao ponto de vir a ser diretora de várias escolas.

Mas isso não lhe chegava e, em julho de 1900, convida a mãe e as amigas Agnese Vimercate e Carmela Rigonese, todas com o mesmo desejo de consagração a Deus, para formarem uma pequena comunidade. Começam por se dedicar ao ensino das crianças e jovens mais pobres e à colaboração na pastoral paroquial, mas rapidamente estendem a sua ação, por exemplo, ao tratamento dos doentes carenciados. Unidas espiritualmente à Ordem dos Servos de Maria, pelos quais obtêm a agregação à Ordem Terceira Secular, optam pela Regra de Santo Agostinho. O bispo de Adria, D. Antonio Polin, aprovou as sua Constituições e, em 1903, instituiu-as canonicamente como família religiosa.

Oito anos depois, o contacto com Maria Inglese (Ir. Maria Dolores da Reparação), terciária dos Servos de Maria desde 1892 e iniciadora do movimento “Pia Opera da Reparação”, irá ajudar à definição da sua identidade. A espiritualidade de reparação mariana entra no seu ADN e fica gravada no nome que assumem desde 1913: Congregação das Irmãs Servas de Maria Reparadoras”.

 

Carisma

A frase evangélica “Foi anunciar aos discípulos «vi o Senhor» e as coisas que Ele lhe disse” (Jo 20, 18) é uma inspiração fundamental para a Congregação. Ou, como traduzia a fundadora: “Como discípulas amadas, enviadas a anunciar o Evangelho, para que Jesus Cristo seja amado e conhecido”.

Hoje, as irmãs continuam a encontrar na Madre Elisa o exemplo perfeito deste carisma. Dela aprendem o valor fundamental da vida fraterna e as recíprocas relações de caridade, e é com a mesma sensibilidade para ouvir a voz do Espírito que procuram assumir os serviços apostólicos que correspondem às exigências vivas da Igreja e da humanidade. Procuram viver e testemunhar o Evangelho em comunhão fraterna, servindo a Deus e aos irmãos e irmãs, inspirando-se constantemente em Maria, Mãe e Serva do Senhor.

 

Expansão e vinda para a Diocese

2015-08-04 sopra3A Congregação iniciou a sua missão “ad gentes” em 1921, em resposta ao pedido do primeiro bispo da região amazónica do Acre, o Servo de Maria D. Próspero Maria Bernardi, para que viessem ajudá-lo na pastoral local. A Madre Elisa envia uma carta circular às suas irmãs a pedir voluntárias e a resposta foi numerosa, sendo escolhidas cinco missionárias e uma postulante para rumar ao Brasil e ali fundar a primeira comunidade além-fronteiras.

Hoje, estão presentes em 11 países, entre os quais Portugal, onde chegaram a 13 de maio de 1973. A comunidade de Nossa Senhora do Rosário de Fátima foi aberta como casa de oração, espaço privilegiado para as irmãs da Congregação viverem períodos intensos de formação permanente e participarem nas várias iniciativas do Santuário. Esta casa é, ainda, o local escolhido para as reuniões dos conselhos gerais e provinciais e para os encontros de formadores, bem como para acolhimento a peregrinos.

Como explica a superiora, irmã Maria Chiara Della Mura, “vivemos a espiritualidade da Congregação em profunda comunhão com a Mensagem de Fátima, especialmente a dimensão da reparação, elemento constitutivo da nossa identidade carismática, e procuramos participar da vida e missão da diocese de Leiria-Fátima, especialmente na catequese e em serviços vários no Santuário”.

A Congregação chegou a ter uma outra comunidade em Junceira, diocese de Santarém, mas viria a encerrar.

 

Testemunho Vocacional

“Pedia ao Senhor que iluminasse o meu caminho”

2015-08-04 sopra4Nasci no sul da Itália, sétima de dez filhos, numa família muito religiosa, onde rezávamos todos juntos o Rosário, porque éramos muito devotos de Nossa Senhora.

Conheci as irmãs Servas de Maria Reparadoras desde pequena, como interna nas colónias onde estudava. Tinha uns 15 anos quando uma irmã me perguntou o que gostaria de ser quando crescesse. Eu respondi que ainda não tinha pensado nisso e ela deu-me um livro onde relatava as várias vocações: religiosa, matrimonial, leigos, etc. Comecei a refletir, a rezar e a perguntar-me o que o Senhor queria de mim. Comecei a ir à Missa todos os dias e pedia ao Senhor que iluminasse o meu caminho para tomar uma decisão certa.

Com a enchente de 1954, os meus pais perderam a casa e tudo o que tinham, por isso os meus tios que viviam nos Estados Unidos chamaram a minha família para emigrar para lá. Os meus dois irmãos mais velhos partiram logo, mas eu e a minha irmã éramos de menor idade e tínhamos de ser acompanhadas pelo meu pai, que estava doente e não podia viajar. Então, eu li este acontecimento como um sinal de que não deveria ir, mas permanecer na Itália.

Dentro de mim estava a amadurecer o chamamento do Senhor, pois já sentia o desejo de ser consagrada. Neste período, trabalhava na casa de uma família a cuidar de uma criança, frequentava todos os dias a Missa na igreja de Nossa Senhora das Dores, pois era muito devota, e pedi a Nossa Senhora a coragem para tomar uma decisão. Até que escrevi uma carta para as irmãs, manifestando o meu desejo de ingressar na Congregação… e a resposta foi positiva.

Contei aos meus pais o desejo de ir para o noviciado em Rovigo. Eles não queriam deixar, porque a minha irmã mais velha já tinha ido alguns meses antes. Continuei a rezar e a insistir, até que me permitiram partir. Entrei na congregação das Servas de Maria Reparadoras em 1959, fiz a primeira profissão religiosa em 1960, fui para Roma estudar e, depois, fui enviada para várias comunidades ao serviço dos irmãos e irmãs.

Uma etapa forte no meu caminho foi a celebração dos meus 25 anos de vida religiosa, pois fortaleci a minha experiência de sentir-me amada e chamada por Deus e também da preciosidade do dom da vocação.

Em 1993, vim para esta comunidade de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, onde vivo a missão junto do Santuário, no acolhimento aos peregrinos que aqui chegam para fortalecerem a sua fé e esperança. Neste espaço me sinto feliz e realizada na minha vocação como consagrada, ao serviço do Senhor na pessoa dos irmãos e irmãs, cumprindo o núcleo do nosso carisma: a reparação, a inspiração e a dedicação marianas.

Ir. Chiara Della Mura

Números

No mundo

Casas: 56

Membros: 311 com votos perpétuos, 11 junioristas e 13 formandas.

Em Portugal/Diocese

Casas: 1

Membros: 3

Mais nova: 40 anos

Mais velha: 76 anos

Média etária: 62 anos

Formação sobre administração de bens da Igreja
8 de Fevereiro
, às 10:00
33ª Dia Mundial do Doente
11 de Fevereiro
Formação sobre administração de bens da Igreja
22 de Fevereiro
, às 14:30
ENDIAD – Encontro Diocesano de Adolescentes
8 de Março
, às 09:30
Espaço de oração e meditação
8 de Março
, às 09:30
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