Irmãs Reparadoras de Nossa Senhora de Fátima

Fátima é um pólo de atração de congregações religiosas, pela sua importância como centro espiritual e formativo. Neste caso, foi a própria Mensagem de Fátima que motivou a sua fundação, em 1926, pelo padre Manuel Nunes Formigão, para responder ao pedido de Nossa Senhora: “Nosso Senhor está profundamente indignado com os pecados e crimes que se cometem em Portugal. É preciso haver quem faça reparação”.

 

Reparação segundo o espírito
da mensagem de Fátima

Reza a história que, na cama 38 do Hospital D. Estefânia, pouco antes de morrer, a pastorinha Jacinta Marto teve uma última visita de Nossa Senhora, em que lhe deixou aquele “recado” e um destinatário: o padre Formigão, que estava a estudar a veracidade e a acompanhar o desenvolvimento das Aparições de Fátima.

Ele não teve oportunidade de o ouvir da boca da vidente, mas quando o informaram do sucedido, não mais descansou até o cumprir, como descreve um interessante artigo de Rafael Marques no sítio online da congregação. Foi assim que surgiu, em 1926, com sede em Lisboa, a primeira comunidade da Congregação das Irmãs Reparadoras de Nossa Senhora de Fátima. Mas as primeiras profissões só ocorreriam em 1949, ano em que foram aprovadas as Constituições e feita a respetiva ereção canónica pelo Bispo de Leiria, D. José Alves Correia da Silva.

Muitos anos antes, em 1934, fora este mesmo Bispo a “chamar” as irmãs para a sua diocese: “Ide para Fátima e vivei como os Pastorinhos”. É aqui que se situa atualmente a casa-mãe de Nossa Senhora das Dores e a casa-geral da Congregação. E foi daqui que se expandiram para o Porto e para Braga, tal como para Moçambique, Angola e Timor.

Carisma

Com o lema “Reparar é amar”, o carisma espiritual da Congregação centra-se na reparação do mal/pecado, na adoração eucarística e na devoção mariana. Na sua essência teológica, como refere a irmã Gertrudes Ferreira, diretora da comunidade de Fátima, “a vida de reparação dos membros do Instituto é um apelo insistente a viver o evangelho da misericórdia e da compaixão, oferecendo todos os atos existenciais em oblação de amor, desagravo e reparação pelo mal da humanidade, à semelhança dos Pastorinhos que se identificaram plenamente com Cristo na sua entrega a Deus pela salvação dos pecadores”. A sua finalidade é, pois, buscar em tudo a maior glória de Deus e a salvação da humanidade.

A espiritualidade reparadora encontra a sua consistência e sustentáculo na Eucaristia e tem a sua expressão mais visível na adoração diária ao Santíssimo Sacramento solenemente exposto nas suas comunidades e, de forma permanente desde 1960, no Lausperene do Santuário de Fátima, atualmente sob a Basílica da Santíssima Trindade.

Inicialmente viviam em regime de clausura, mas a Congregação viria a ser ereta como de vida mista, assumindo a missão do seu fundador, na divulgação pelo mundo da mensagem de Fátima. Por isso, a sua ação foi-se estendendo às áreas da pastoral, do acolhimento a peregrinos, da educação infantil e juvenil (Escola Infantil Jacinta Marto), sócio-caritativa e da comunicação social (“Stella”, “Almanaque de Nossa Senhora de Fátima” e “Apóstolo de Fátima”).

 

Obra Reparadora de Fátima

Ligada à Congregação como ramo da mesma família, a Obra Reparadora de Fátima é uma associação de leigos que prossegue os mesmos objetivos e vive o mesmo carisma. Embora os moldes atuais tenham sido definidos em 2003, as suas origens remontam à mesma época de fundação, com a Ala do Santíssimo Rosário e a Pia União dos Cruzados de Fátima e, mais tarde, a Oblatura, ramo ativo das irmãs reparadoras. Tem atualmente várias centenas de membros.

 

Testemunho vocacional

“Um apelo interior a que não podia fugir”

Desde tenra idade, fui educada em família nos valores humanos e cristãos. A principal obreira desta nobre tarefa foi a minha mãe. Recordo que estes princípios eram estimulados pelas múltiplas iniciativas de vida pastoral existentes na minha paróquia. A partir dos treze anos, comecei a fazer parte de grupos juvenis, onde fui completando a minha formação. Fui convidada a colaborar na catequese das crianças e, depois, de adolescentes. Participava com regularidade em encontros de formação humana e espiritual promovidos pela paróquia e pela diocese, que me despertavam para o sentido da vida. Amava a vida e sentia-me feliz.

Nesta fase, comecei a sentir uma certa atração pela Igreja e, progressivamente, entendi que ela já era parte de mim mesma. De forma quase natural, foi surgindo em mim um certo amadurecimento humano e espiritual que me levava a confrontar-me com as várias perspetivas de vida, e a questioná-las. Além disso, os encontros e convívios com amigos  acabavam por me deixar um certo vazio. Algo me interpelava, mas, ao mesmo tempo, tentava afastar tal pensamento. Em simultâneo, invadia-me um grande desejo de doação a Deus, mas não sabia como concretizá-lo! Por essa altura, intensifiquei o cultivo da minha vida espiritual através da leitura da Sagrada Escritura, reflexão, participação quase diária na Eucaristia e, com frequência, através da oração do Rosário, invocava a Virgem Maria para que me guiasse no caminho que Deus queria para mim. Com estes propósitos, experimentava alguma tranquilidade.

Por volta dos 21 anos, participei num encontro de formação vocacional, onde conheci uma irmã desta congregação e me senti muito atraída pela serenidade e paz que transmitia. A partir dali, iniciou-se um processo de discernimento. Essa irmã convidou-me a conhecer a Casa de Nossa Senhora das Dores (Casa Mãe da Congregação), em Fátima, que comecei a frequentar e onde tomei conhecimento do seu carisma. Sempre me senti bem acolhida, pois estavam nessa comunidade várias irmãs desta diocese, que me falavam da história da sua vocação, da espiritualidade da Congregação e do fundador, com muito carinho. Comecei a sentir muita serenidade e que não estava só, que era conduzida para algo desconhecido que me superava, um apelo interior a que não podia fugir. Ingressei na Congregação no dia 12 de abril de 1981 e vivo com muita alegria e esperança a minha vocação de reparadora.

Caros leitores amigos, atendendo ao modo como se encaminhou este meu percurso, a mensagem que deixo, sobretudo aos jovens, é que cultivem um grande amor à Igreja, precisamente por aquilo que ela é em si mesma: Corpo Místico de Cristo, onde todos temos o nosso lugar, qualquer que seja a vocação a que formos chamados. Bem hajam todos!

Ir. Maria Gorete

Números

No mundo

Casas – 8

Membros: 69

Em Portugal

Casas – 5

Membros – 58

Na diocese

Casas – 2

Membros – 45 (a maioria irmãs doentes e idosas)

Mais nova – 52 anos

Mais velha – 96 anos

Média etária – 72 anos

 

Domingo da Palavra de Deus
26 de Janeiro
Retiro 24, para jovens
1 de Fevereiro
Formação sobre administração de bens da Igreja
8 de Fevereiro
, às 10:00
ENDIAD – Encontro Diocesano de Adolescentes
8 de Março
, às 09:30
Formação sobre administração de bens da Igreja
22 de Fevereiro
, às 14:30
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