Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição

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Foi o contacto com a miséria que levou o padre Raimundo dos Anjos Beirão a sonhar com uma congregação religiosa que minorasse as carências de tantos necessitados. A irmã Maria Clara do Menino Jesus foi o instrumento que Deus lhe enviou para a concretização desse sonho.

 

 

 

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Libânia do Carmo Galvão Mexia de Moura Telles e Albuquerque nasceuna Amadora em1843 e perdeu a mãe e o pai na infância, tendo sido acolhida no Internato da Ajuda em 1857, depois em casa dos Marqueses de Valada durante cinco anos e, finalmente, no Pensionato de São Patrício, orientado pelo padre Raimundo dos Anjos Beirão. Aqui percebeu o chamamento do Senhor e recebeu o hábito de Capuchinha, em1869, tomando o nome de Irmã Maria Clara do Menino Jesus.

Fez o noviciado e professou em França, em 1871, já com intenção de voltar a Portugal para fundar uma nova congregação. Foi isso que aconteceu em maio desse ano, com a primeira comunidade das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição (Confhic) a nascer em Lisboa, aprovada cinco anos depois pela Santa Sé. Continuou, depois, a abrir casas para recolher pobres e necessitados e envia as primeiras missionárias Angola,Índia, Guiné eCabo Verde. Faleceu em 1899, mas o desenvolvimento da congregação não mais parou, tendo hoje mais de centena e meia de casas e um milhar de irmãs por todo o mundo. Foi beatificada em 2011.

 

Hospitalidade como reflexo da misericórdia e da ternura de Deus

Com vida mista, de oração e apostolado ativo, a Congregação tem como lema “onde houver o bem a fazer, que se faça!”. Dos fundadores recebeu o carisma: “a hospitalidade como reflexo da misericórdia e da ternura de Deus”, que procura concretizar em campos tão vastos como a pastoral juvenil, a saúde, os idosos, a educação, a pastoral social e de inserção, a missão “ad gentes”, etc.

Em 1898, chegam as primeiras irmãs da Confhic a Leiria, para se dedicarem ao serviço dos doentes, no Hospital da Misericórdia. Seis anos depois, assumem também serviço no Recolhimento de S. Estevão, mas a República de 1910 obriga-as a retirar-se.

Voltam em 1936 e, cinco anos depois, é inaugurado o Colégio Missionário de Nossa Senhora de Fátima, na Cruz da Areia, hoje chamado Colégio Conciliar de Maria Imaculada. Aqui se dedicam à educação desde a pré-primária ao 9.º ano de escolaridade.

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A superiora da Fraternidade e diretora administrativa do Colégio, nos últimos dois anos, é a irmã Salomé Alves Mourão Gonçalves, nascida há 53 anos em Vila Pouca de Aguiar e religiosa há 23 anos.

 

Em 1964, decorreu a ereção canónica da casa da Confhic em Fátima, que viria a encerrar em 1973. Mas nesse mesmo ano ali erigem a sua Casa Provincial, que passa por várias moradas até se instalar, em 2005, na atual localização, na rua com o nome do fundador. A principal função é, hoje, a de assistência a toda a Província de Santa Maria, criada em 1973 para todo o Portugal continental e ainda Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Angola.

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A superiora provincial há 3 anos é a irmã Glória de Jesus Domingues, nascida em Melgaço há 53 anos e religiosa há 26. A superiora da Fraternidade desta casa é a irmã Darci Moreira de Carvalho, de Vila Real, com 71 anos de idade, 50 anos de vida religiosa e nesta função há 11 anos.

 

Uma nova casa iria nascer junto ao Colégio de Leiria, em 1981, o Lar de Santa Clara, para acolhimento e assistência às irmãs idosas de doentes da congregação.

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Nos últimos cinco anos, a superiora é a irmã Maria Engrácia Teixeira de Oliveira, de Guimarães, com 64 anos e 41 de vida religiosa.

 

Além de uma vida intensa de oração e trabalho nas respetivas fraternidades, as irmãs procuram responder às solicitações das comunidades paroquiais, sobretudo na catequese e no apoio ao Santuário de Fátima.

 

Testemunho vocacional

Também eu quero ser assim

2015-02-19 sopra7Sou transmontana, nascida em 1938, perto de Vila Real. Puseram-me o nome de Maria Lucília.

Bem cedo, senti que a minha vocação estava no seguimento de Cristo. E do que Deus se serviu!…

O ‘clic’ foi a canção de um mendigo, à porta da minha casa. Gravou-se-me no coração aquela toada, divulgando o gesto da donzela que se oferecera a Deus. Mais tarde, o meu coração adolescente pronunciou: “também eu quero ser assim”.

Ideia colada ao meu crescer, na idade própria, pedi entrada na Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras. A resposta fez-me travar luta inesperada, entre seguir o Mestre e os meus gostos, reforçados pelo “nunca mais”. O “nunca mais” de muita coisa apavorou-me… Levei dias em batalhas, mas a força de Deus venceu em mim. Avancei.

Os primeiros dias de saudade iam-me abatendo. Ganhou volume a tentação: “desiste!”. Uma velhinha sorridente, a Irmã Rute, de ar feliz, rosto simpático, passava à minha frente. Olhando-a, tive a sensação de um encontro com a fidelidade em carne e osso. Foi o suficiente. “Se ela pôde, também eu hei de conseguir!” Do que Deus se serviu…

Revendo a história de Deus comigo, não posso classificá-la de invulgar, não. O que não foi vulgar foi a graça que ele despendeu comigo.

Senti-o já no ambiente familiar, onde periodicamente se lia o “Livro”, como pedia o meu pai. E as lições da Bíblia iam ficando em mim.

Senti-o ao longo da minha educação e, depois, na formação inicial da vida religiosa. À hora da “tomada de hábito”, o conselho do Apocalipse: «Sê fiel até à morte e dar-te-ei a coroa da Vida» (2, 10) ficou-me no coração. No temor do “para sempre” dos votos perpétuos, soou forte a certeza do Evangelho: «Sem Mim, nada podeis fazer!» (Jo 15,5). Tornou-se âncora.

Entre os vários envios do meu percurso, o ensino gastou parte dos meus anos. Também em Moçambique. Aqui, como noutras escolas, ministrei algumas disciplinas, mas foi constante a chamada Religião e Moral. A caminhada com as turmas, em que conviviam respeitosamente católicos, hinduístas, islamitas, anglicanos, evangélicos e metodistas, tornou-se experiência ecuménica única. Nunca pude esquecer…

O clima não me deixou continuar ali. Ao levantar o bilhete de avião, tocaram-me no ombro. “Vai para a metrópole? E se me levasse uma criança para o Calvário de Beire? Avisarei que a busquem no aeroporto”. E lá me trouxeram o menino de cinco anos, cego, mudo, paralítico, ao colo do sacerdote da Casa do Gaiato. Tinha a sua cadeira no avião, mas o cinto não o segurava. Uma viagem de 14 horas com ele no regaço… e outras peripécias à mistura… No Porto, ninguém o esperava. Mas foi bonito. Evangélico. Mesmo sem saberem de nada, responsáveis da instituição, ao terem notícia, foram buscar a criança.

Em toda a minha missão, comprovei sempre o que Jesus havia dito: «aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe…por causa do meu nome, receberá cem vezes mais…» (Mt 19,29). Sem base o “nunca mais”…

De todas as minhas experiências, não posso omitir a que me foi dado viver como responsável do processo de canonização da minha fundadora, Ir. Maria Clara. Mesmo que virtualmente, entrei em casas dos cinco continentes. Quanta comunhão; quanta empatia espiritual; quanta mudança, pelo conhecimento de um modelo de vida e exemplo de santidade cristã! Uma faceta evangelizadora linda, entusiasmante!

Bendigo a constante presença do Deus vivo que foi o meu abrigo e a força das minhas lutas.

Irmã Maria Lucília L. de Carvalho

 

Números…

…no mundo

Casas: 152

Membros: 1.248

…em Portugal:

Fraternidades: 31 (+ 8 nas missões)

Membros: 542 (+ 30 nas missões)

…na Diocese:

Casas: 3

Membros: 131

Mais nova: 35 anos

Mais velha: 97 anos

Formação para catequistas sobre ambientes seguros
25 de Janeiro
, às 09:30
Domingo da Palavra de Deus
26 de Janeiro
Retiro 24, para jovens
1 de Fevereiro
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