Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena

Esta congregação de vida apostólica tem como lema “Veritas” e como frase inspiradora “fazer o bem sempre e onde seja possível”. São as Dominicanas de Santa Catarina de Sena, fundadas em Portugal, em 1866, por Teresa de Saldanha Oliveira e Sousa.

 

 

 

 

 

“Fazer o bem”, da educação ao acolhimento

Numa época de crise social e religiosa no nosso país, foi a necessidade de restabelecimento da Igreja, de renovação da vida religiosa e de assistência às camadas sociais mais desprotegidas que levou a fundadora a pensar numa congregação vocacionada para a educação de crianças, para a prática da misericórdia e para o auxílio de doentes ao domicílio. Começou “em sigilo”, à sombra da Associação Protectora das Meninas Pobres, regida pelo carisma dominicano de “oração, vida fraterna em comunidade, estudo e apostolado”, onde abriu o primeiro noviciado em 1871.

Em 1877, endivida-se para comprar o palácio e a quinta de S. Domingos de Benfica, onde fixa a sua sede, um colégio e, depois, uma escola gratuita para crianças pobres. No mesmo ano, abre o primeiro asilo para invisuais, no Convento dos Cardais, em Lisboa, e consegue no ano seguinte autorização do governo para ocupar alguns antigos conventos extintos com escolas gratuitas, dispensários e asilos.

A partir de 1889, a sua obra começa a espalhar-se por todo o País, após a aprovação das primeiras constituições pelo Patriarca de Lisboa e a aprovação papal, por Leão XIII. A congregação sobrevive às perseguições estatais do início do século XX, “convertendo-se” temporariamente em Associação das Irmãs Terceiras de S. Domingos, e não parou mais de crescer por todo o mundo.

Com o lema inicial da fundação, a instituição tem como carisma “a educação e a promoção da infância e juventude”, desenvolvendo atividades como a catequese, o ensino e o acolhimento aos peregrinos e outras colaborações com a pastoral do Santuário de Fátima. O dia a dia das irmãs é, ainda, alicerçado na oração e na vida comunitária. Em 2015-2016 estão a comemorar o Ano Jubilar do 100.º aniversário da morte de Madre Teresa de Saldanha e do 150.º aniversário da congregação.

 

Presenças na diocese de Leiria-Fátima

2015-01-14 OSE

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Colégio de Nossa Senhora de Fátima

Em 1924, o Bispo D. José Alves Correia da Silva pediu a presença desta congregação para orientar um colégio na cidade de Leiria, para onde vieram três irmãs, a primeira comunidade da congregação nesta diocese. Começou com duas alunas, mas no ano seguinte eram já 50 externas e 7 internas. Em 1932, o Colégio de Nossa Senhora de Fátima recebia o alvará provisório do Ministério da Educação e, no ano seguinte, o definitivo, para 20 alunas internas e 40 externas. Em 1973, recebeu autorização para a coeducação no 1.º ciclo e, em 1988, para os outros ciclos, com instalações já totalmente remodeladas. Em 1986, passou a ter pré-escolar, foi-lhe concedido o Contrato de Associação para o 2.º e 3.º ciclos em 1996 e a Autonomia Pedagógica em 1998, para todos os ciclos.

O seu crescimento é atualmente consolidado, continuando o ideal pedagógico de Teresa de Saldanha: “educar o espírito, o coração e a mente, numa relação próxima, afetiva e confiante”, como se lê no sítio www.colegiosf.com.

 

Casa da Irmãs Dominicanas em Fátima

Desde os primeiros tempos, as irmãs do colégio de Leiria começaram a deslocar-se a Fátima para dar assistência aos peregrinos. Foram cofundadoras das “Servitas” e acabaram por instalar ali uma segunda comunidade, em 1939. Recebiam hóspedes gratuitamente em sua casa, no que seria o início do atual hotel, inaugurado em 1951, onde continuam a garantir um “espaço para quem procura ambiente familiar, de paz, de serenidade e bem-estar”. Como diz a prioresa, irmã Maria Manuela, “queremos que as pessoas se sintam bem e que, ao saírem, levem a alegria de terem sido bem acolhidas e sentirem a sua fé revigorada”. Além de acolher peregrinos, dedicam-se ali ao cuidado de algumas irmãs idosas.

 

Externato de S. Domingos do Santíssimo Rosário

A partir de 1952, esta comunidade de Fátima começou a dedicar-se também à educação de crianças “que eram todas pobres e não tinham por aqui nenhuma escola”, por iniciativa da irmã Benigna. Começou numa garagem o que viria a ser a primeira escola primária em Fátima para meninos sem recursos económicos, que ajudavam até na alimentação diária.
Em 1972, o Externato de S. Domingos foi aberto também a meninas e, “à medida que a população se foi tornando economicamente mais autónoma, foram-se cobrando mensalidades, sempre com preços inferiores aos praticados noutras Escolas particulares, suportando o hotel os custos excedentes”.
Este ano lectivo de 2014/2015 ditará o seu encerramento, fruto da maior oferta educativa local e do menor número de crianças, que torna “insustentável” manter o Externato. “O mais difícil foi a aceitação dos pais, que não queriam ver fechada uma escola com tanta tradição e valor”, comenta a irmã Manuela. Mas adianta que “continuará a funcionar no CEF, esperando nós que o projeto da Escola continue a concretizar-se com os valores humanos e cristãos que sempre a pautaram”. O edifício que fica vago ainda não tem destino, mas poderá vir a ser usado para acolher irmãs em visita a Fátima ou para grupos pastorais de jovens.

 

Entrevista à irmã prioresa

“A multidão dos loucos por Jesus continua crescendo”

2015-01-13 irmaA irmã Maria Manuela dos Anjos é prioresa da comunidade há cinco anos. Com 78 anos de idade e 60 de vida religiosa, é natural de S. Sebastião da Feira, Oliveira do Hospital.

 

A sua vocação surgiu primeiro como educadora ou como consagrada?

Como consagrada: o único desejo era pertencer a Jesus.

Como descobriu essa voz de Deus?

Desde muito pequena. Havia uma Dominicana na família e eu ouvia dizer que as freiras faziam muitos sacrifícios e tinha medo que me mandassem ir. Mas também diziam que não ia para freira quem queria, era Deus que chamava, portanto estava tranquila. Recordo uma bela tarde, tinha eu uns seis anos, em que entrei na igreja sozinha. Estava escuro, ouvia-se o tic-tac do relógio da torre e a lamparina iluminava tenuemente o Sacrário. Ajoelhei-me e lembrei-me da história das freiras que ouvia em família… De repente, senti como que uma voz a atravessar-me: “e quem te garante a ti que Deus não te vai chamar?”. Tive muito medo e fugi a sete pés da igreja. E nunca mais pensei no assunto, até aos 14 anos. Então, ao ler a vida de Santa Teresinha, tive vontade de ir para o Carmelo. Depois, conheci as Irmãs Dominicanas, no Hospital de Sant’Ana, na Parede, e encantei-me…

Como tem sido a sua missão na comunidade?

A minha primeira comunidade foi a de Leiria, para onde vim fazer a 4.ª classe e a admissão. Depois, estive no Colégio do Ramalhão a estudar e a tomar conta de meninas. Seguiu-se o Lar de Coimbra, ao iniciar licenciatura em Ciências Matemáticas, regressando dois anos depois ao Ramalhão como Mestra de Noviças. Mais dois anos e fui para Toulouse fazer o Curso de Teologia com os Dominicanos. Terminado este, vim concluir o de Matemática nos Cardais, em Lisboa, fazendo ainda um intervalo pelo meio no Ramalhão, de novo como Mestra de Noviças. Só terminei as Matemáticas em 1977, donde segui para a pequena comunidade de Castro Daire, como professora do ensino oficial.
Em 1981 fui, inesperadamente, eleita Provincial Portuguesa e, cerca de 10 anos depois, fiquei diretora do Externato de S. José, em Lisboa. Em 1996, fui eleita Superiora Geral da Congregação, fiz um ano sabático em 2008, nos Cardais, e desde 2009 assumi esta função de prioresa em Fátima, que terminarei este ano.

Foram 60 anos muito “movimentados”… e felizes?

Muito felizes. É claro que tem havido momentos difíceis, mas, até à data, nunca me arrependi de ter seguido por este caminho, o que considero uma enorme graça de Deus. Aliás, reconheço que tudo o que sou e toda a felicidade que tenho sentido me vêm da Graça de Deus. Se hoje tivesse 20 anos, era Dominicana que eu queria ser. Digo confiante, como a nossa fundadora, que “nada se pode comparar com a alegria de ser toda de Deus”.

Tomou essa decisão aos 15 anos… que diria hoje a um(a) jovem dessa idade, neste contexto social tão diferente, mais de meio século depois?

Olha, há 2000 anos, a força do olhar de Jesus fascinou todos os que tinham um coração aberto. Depois, ao longo dos séculos, milhões e milhões O seguiram apaixonados. Hoje, a multidão dos loucos por Jesus continua crescendo. Não queres segui-L’O, assim… de pertinho? Anda, experimenta! Olha que vale a pena!

 

 

Números…

…no mundo

Casas: 45

Membros: 300

…em Portugal

Casas: 18

Membros: 140

…na Diocese

Casas: 2

Membros: 26

Mais nova: 51 anos

Mais idosa: 94 anos

Média de idades: 72 anos

 

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26 de Janeiro
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