Séniores, colaboradores e direção do Centro Social Paroquial dos Pousos enviaram uma carta ao Papa Francisco e solicitam encontro amistoso no Vaticano, com chá ou vinho, à escolha do pontífice.
A iniciativa tem um contexto, explicado na própria carta, onde prezamos que as coisas importantes que interessam, na vida de alguns de nós, devem ficar feitas enquanto as forças de cada um o permitam.
A iniciativa foi apresentada ao Bispo da Diocese, D. António Marto, a fim de se obter o seu parecer. E a ideia é ser enviada em mãos para entrega direta aos assessores do Papa Francisco.
O texto foi manuscrito em papel “antigo” e a imitar o pergaminho, e por cerca de 30 pessoas. Para conhecimento e memória, deixamos uma amostra desses belos momentos e alguns trechos da carta.
“Senhor Santo Padre, Papa Francisco
Se não fosse gostarmos tanto de si, e porque nos dá a entender que gosta também muito de todos nós, não teríamos a ousadia de lhe escrever esta carta.
(…) no nosso lugar e na nossa comunidade rezamos por si! Na missa ajudamos sempre a recordá-lo (…) e, quando às vezes o padre da nossa Paróquia “finge” que se esqueceu do seu nome, até as crianças da catequese o recordam de imediato para ele continuar a oração da missa.
(…) As notícias que nos chegam e que nós conseguimos ouvir ou ler (já nos falta um bocadinho de audição e de vista), fazem-nos perceber que o seu coração é grande e parecido com o coração de Deus.
Sentimos também que na nossa idade, já é muito adiantada como a do Senhor Santo Padre, devemos resolver e realizar as coisas importantes e, se alguma existir sem que tenha sido realizada, tentamos alcançá-la com a ajuda daqueles que, neste momento, nos são mais próximos e cuidam de nós.
(…) olhe que ainda somos capazes de fazer almofadas à mão para os jovens da nossa Diocese poderem rezar mais confortavelmente, como somos capazes de inventar doces para ir oferecer ao Bispo da nossa Diocese, Dom António Marto, às senhoras e senhores da Polícia, dos Hospitais, da Câmara Municipal e aos Bombeiros.
Vamos muitas vezes visitar as crianças da nossa Instituição e as crianças da nossa Igreja, mesmo que demoremos meia hora a entrar e a sair do carro.
(…) O Senhor Santo Padre tem certamente uma agenda que é diferente da nossa e que, sem dúvida, é muito angustiante, intensa e preenchida. Mas, quem sabe, talvez nos possa doar um bocadinho da sua vida para nos encontrarmos aí, na sua casa!
(…) Gostaríamos mesmo de ter a alegria de olhar os seus olhos…que pela televisão nos parecem tão belos e ternurentos e nos vão inspirando.
(…) Perdoe novamente a ousadia, mas se o Senhor Santo Padre entender por bem, iríamos ao seu encontro, dentro de uns meses, durante este ano de 2022, e gostávamos mesmo era de ir a sua casa ou ao seu jardim para sermos recebido por si, para que pudesse falar connosco um minutinho e depois nos deixasse a brindar um vinho (alguns de nós ainda gostamos desse sabor) ou um chazinho, com o aroma que, na sua opinião, mais iríamos apreciar.
(…) Vamos fazendo alguns trabalhos ao nosso alcance para dedicar uma parte da nossa vida a gostar da igreja, “lavando” os pés uns dos outros, como Jesus ensinou aos Apóstolos e como a Igreja, que o senhor serve, coloca na sua Missão!
(…) Nossa Senhora de Fátima, que é nossa vizinha, também lhe manda um beijinho e uma grande benção.
(…) Se houver acolhimento e disponibilidade para o “minutinho” que lhe solicitamos, iríamos um grupo de dez idosos, em cadeiras de rodas, acompanhados pelos nossos cuidadores. De preferência, gostaríamos de o fazer em período de temperaturas mais amenas. O frio atormenta-nos e poderíamos também desfrutar das belas partes do Vaticano.
Por fim, também gostamos de o informar que, de momento, nos encontramos todos de boa saúde e com vacinação completa.
Um abraço fraterno, de todos os idosos e colaboradores, do tamanho daqui até aí.”