Cáritas apoia ideias de negócio através do programa “Criactividade”

Foi apresentado, no dia 27 de junho, no auditório do NERLEI, em Leiria, o programa “Criactividade – Franchising Social potenciado pelo Marketing Social”, da Cáritas Portuguesa, destinado a apoiar projetos de franchising social, micro negócios e atividades por conta própria. Com o apoio técnico-científico da IPI Consulting Network, este projeto é cofinanciado pelo Programa Operacional de Assistência Técnica/Fundo Social Europeu.

Em vigor desde abril passado, o programa “ Criactividade – Franchising Social potenciado pelo Marketing Social” foi apresentado, em Leiria, perante cerca de uma centena de pessoas, entre as quais, representantes de autarquias da região.

Júlio Martins, presidente da Cáritas Diocesana de Leiria-Fátima abriu a sessão, que prosseguiu com uma breve introdução ao programa, feita por Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa. O economista João Ferreira do Amaral fez uma análise do quadro macro-económico e Carlos Medeiros, da IPI Consulting, apresentou, por fim, os traços gerais da iniciativa.

No final, o interesse à volta do programa, que visa a inclusão social pela via do empreendedorismo, ficou patente nas várias perguntas lançadas pela plateia. O objetivo, segundo a página da internet da Cáritas Portuguesa, é o de“autonomizar financeiramente pessoas em situação de desemprego, através da promoção e implementação de projetos de franchising social, da dinamização da atividade por conta própria e da microempresa e no desenvolvimento do marketing social e de novas formas de financiamento”.

A implementação

Os incentivos são três: a criação de emprego: franchising social, micro negócios e trabalho por conta própria.

No que respeita à implementação do franchising social, a Cáritas fundamentado-se no binómio procura-oferta. “Realizou  uma seleção e análise criteriosa de projetos de sucesso em funcionamento no estrangeiro que, oferecendo maiores garantias de sustentabilidade, se adaptem ao contexto português”.

Relativamente à criação de micro-negócios e atividades por conta própria, a Cáritas Portuguesa pretende acompanhar os futuros empreendedores “desde a ideia de negócio até à sua implementação com vista à respetiva sustentabilidade”. Deste modo, “procedeu à identificação das necessidades existentes ou latentes no território nacional, às quais o mercado não responde ou responde insuficientemente, selecionando um conjunto de atividades, suscetíveis de remuneração”, lê-se no portal da Cáritas. “Estes negócios constituem a atual bolsa de ideias de micro-negócios. Tanto as ações de franchising social como as ideias de negócio serão complementadas pelas ideias avançadas pelos futuros empreendedores e cuja análise económica demonstre a sua viabilidade”.

O público-alvo e características

O público-alvo do programa de apoio da Cáritas são: as pessoas com baixas qualificações; jovens, nomeadamente licenciados; antigos quadros de empresas ou ex-empresários; micro-empresas em dificuldades e projetos com cariz social.

“Os nossos públicos-alvo têm de ter, eles próprios, algumas características”, lembra Carlos Medeiros, da IPI Consulting. A capacidade de aceitar desafios, ser persistente, ter capacidade de assumir riscos, estar aberto à mudança à inovação e à mobilidade são algumas das características elencadas por Carlos Medeiros. “Não vale a pena baterem-nos à porta sem essas características”.

O primeiro passo é a inscrição

As candidaturas já estão abertas desde abril passado, para desempregados de longa duração, jovens e microempresas e prolonga-se até ao final deste ano.

“A primeira coisa a fazer-se, é preencher a ficha de adesão, para que depois, tenhamos uma conversa com essa pessoa”, refere Eugénio Fonseca. Na ficha de adesão, disponível na página de internet da Cáritas Portuguesa, são solicitados alguns dados pessoais e informação sobre o negócio a empreender: breve descrição do projeto, destinatários, âmbito geográfico de comercialização, motivações e se há algum plano inicial de desenvolvimento do mesmo.

Depois de devidamente preenchida, a ficha deverá ser enviada por e-mail para criactividade@caritas.pt. Quem preenche a ficha tem assegurado um encontro para que, em conjunto com a equipa do programa, se avalie a viabilidade do projeto. A primeira entrevista serve para discutir a ideia de negócio que o candidato trás consigo. Numa segunda entrevista é analisado o formulário de negócio que dará, por sua vez, lugar à criação de um plano de negócio. Todo o processo desde o inicio e até à sua conclusão é acompanhado por dois técnicos da Cáritas Portuguesa.

Já se inscreveram  82 pessoas

Até agora, 82 pessoas já preencheram a ficha de adesão. “Os contactos são muitos mais, já vão na ordem de algumas centenas”, refere o presidente da Cáritas Portuguesa.

“Depois de uma primeira triagem, verificámos que algumas destas candidaturas não se aplicavam ao contexto do programa da Cáritas. Houve contactos feitos por telefone que, depois de uma primeira abordagem, as pessoas percebem o que lhes é exigido e desistem logo, sem sequer preencher a ficha”, informa o presidente da Cáritas Portuguesa.

Uma economia com rosto humano

“Nós aqui tratamos de economia com rosto humano, uma coisa mais difícil e mais sofrível”, referiu Carlos Medeiros no início da sua apresentação. Esta humanização é, segundo os mentores do programa, um dos traços mais distintos da iniciativa.

O acompanhamento feito por uma equipa de voluntários a quem pretende implementar uma nova ideia de negócio, complementa os “recursos financeiros que já estão no mercado”.

“Muitas vezes, nesta economia sem rosto, desumana e feroz, a riqueza é produzida, mas nem sempre distribuida por aqueles que ajudaram a consegui-la”, diz Eugénio Fonseca, que se refere ao programa, agora lançado, como “o rosto mais humano de uma economia”. “Sem dúvida, que estes negócios têm de dar lucro, senão não têm viabilidade, mas que seja um lucro na razoabilidade das próprias potencialidades das pessoas e que, depois, reverta a favor do bem-estar daqueles que foram os primeiros a gerar riqueza, que redundou no excedente”, conclui o presidente da Cáritas Portuguesa.

Trabalho em rede

D. António Marto, que assistiu à sessão de apresentação, congratulou-se com a iniciativa. “A Cáritas é o rosto social da missão da Igreja no mundo e na sociedade; não é só uma missão assistencial às necessidades básicas das pessoas, mas também numa dimensão de promoção social, das pessoas, em ordem ao seu desenvolvimento integral”, lembrou o Bispo diocesano, referindo-se em concreto à iniciativa agora apresentada em Leiria.

Lembrando o “flagelo social” do desemprego, o Bispo deixou uma palavra de estímulo e apoio aos presentes, apelando ao “rosto humano deste desafio, que nos interpela a procurar o outro”. D. António Marto lembrou o “trabalho em rede” necessário para implementar um programa que, porque se apoia na sustentabilidade e na criação de emprego, deve ser “um sinal de esperança”. “Só assim, podemos contribuir para a construção de uma sociedade mais humana, mais justa e mais solidária”.

No final da sessão, o presidente da Cáritas Portuguesa mostrou-se satisfeito pela adesão das pessoas, que considerou ser “um sinal de que as pessoas da região querem participar nos processos que nos hão de levar à superação das dificuldades que estamos a viver”.

Na Diocese, a Cáritas Diocesana de Leiria-Fátima assumirá um papel de intermediário entre os candidatos dos projetos e a equipa coordenadora do programa.

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