No passado sábado, 24 de junho, o bispo D. António Marto procedeu à liturgia da dedicação da nova igreja da Martingança, na paróquia de Pataias, que tem como titular São João Baptista.
Mais de trezentas pessoas encheram o templo, incluindo idosos e doentes. Participaram também os presidentes da Câmara Municipal de Alcobaça e da União das freguesias de Pataias e Martingança, o pároco, padre Virgílio Francisco, e o que o precedeu e promoveu o início da obra, padre Adelino Guarda, além de outros sacerdotes.
Na homilia, D. António Marto saudou todos os presentes, incluindo os seus “amiguitos e amiguitas”, as crianças que ocupavam os primeiros bancos. Classificou a nova igreja como “bela e atrativa” e evocou os sonhos, esforços, canseiras, generosidade e fé de quantos dirigiram e colaboraram na construção do templo, dizendo que para todos aquele era um grande “dia de emoção e de alegria”. Partindo dos textos da palavra de Deus proclamada, focou três aspetos sobre a nova igreja: dizendo que ela é sinal do povo de Deus edificado pela Sua palavra, da comunhão de Deus connosco e da alegria da comunhão fraterna e da missão de levar aos outros o amor, especialmente aos pobres e aos feridos da vida. Exortou a abrir os corações a Deus e a ser sinal d’Ele num tempo que O eclipsa, a mostrar que é possível a comunidade e a não ter medo de ser testemunha de Cristo. Aludindo às portas que servem para entrar e para sair, citou uma frase encontrada na entrada de uma igreja: “Aqui entra-se para adorar a Deus; daqui sai-se para amar os homens”. Nesse sentido, convidou a procurar o encontro com os outros e a cuidar das pessoas feridas pela vida.
A ata assinada no final da celebração regista que “foi um dia de festa e júbilo para a comunidade da Martingança e para todos quantos participaram na celebração, tão bela e rica de significado, de conteúdos e de símbolos litúrgicos, conforme o Pontifical Romano”.
A nova igreja estava em construção desde 2008, ano em que foi benzida a primeira pedra. O novo edifício é obra do arquiteto Vitor Grenha, da Marinha Grande, e tem planta com forma elítica, oval. Sobre as suas opções, Vitor Grenha refere que “como lugar sagrado, a igreja é uma representação do céu na terra”. Daí a escolha da forma elíptica, pois “é aquela que, na minha maneira de ver, se aproxima mais da forma que ambos devem ter: isto é, sem arestas”. E acrescenta: “Para que os dois mundos, céu e terra, possam comunicar, foi aberto no teto um lanternim. E esse lanternim é linear, porque ele assim indica que a vida na terra é um caminho, e que esse caminho faz-se melhor se acompanhado pela luz do céu.” Sobre o significado simbólico para as pessoas, explica: “Procurei também que a igreja, o templo, fosse um lugar onde cada um se encontrasse consigo próprio e com o seu Deus. Julgo que a forma elíptica acentua essa relação de interioridade. A forma elíptica é por definição uma figura geométrica, gerada por dois focos: nesta igreja um dos focos está situado no lugar do altar, e o outro foco está no lugar dos fiéis. Desta forma se pretende dizer que a Instituição e o povo são partes da mesma Igreja.”
Após a celebração da Missa, já no exterior da igreja, houve palavras de congratulação das autoridades presentes e a confraternização à volta da mesa.