Decorreu, no passado dia 29 de setembro, a assembleia geral anual das Conferências Vicentinas da diocese de Leiria-Fátima. Este ano, teve lugar na paróquia de Azoia, cuja padroeira é Santa Catarina de Alexandria.
Depois da receção das conferências, pelas 14h30, teve início, pelas 15h00, já com a mesa da assembleia formada. Foram apresentados os seguintes membros: a presidente do Conselho Central da diocese de Leiria-Fátima, Laurinda Francisco; o presidente, vice-presidente e tesoureiro da Conferência anfitriã, Fernando Maia, Cristina Moreira e Carlos Santos, respetivamente; e ainda o reverendo padre André Baptista, ex-pároco da mesma paróquia.

A convite da direção do Conselho Central da diocese, estiveram presentes a presidente do Conselho Nacional, Fernanda Capitão, e a vice-presidente, Lisete Oliveira. A abertura e as boas-vindas foram, como em todas as sessões de trabalho das conferências, feitas com a leitura da Regra, pela presidente do Conselho Central.
O tema para reflexão foi “Caridade como expressão da Fé”, do Papa Francisco. Após a leitura da Carta de São Paulo, também baseada na missão do cristão, o padre André, ex-pároco da Azóia, que já tinha sido empossado como pároco das paróquias das Cortes e da Barreira, substituiu o padre José Alves, que já era pároco da Azóia, mas que estava envolvido em outras atividades.
O padre André baseou a sua reflexão em vários tópicos, destacando o “protagonismo” das primeiras comunidades no início do cristianismo. Com os “dons” do Espírito, dados pelo mesmo, é necessário olhar para o alto, com abertura e liberdade. Os espíritos mudos dos pagãos, muitas vezes sem respostas, têm de ser combatidos com o conhecimento do Espírito de Deus. Isso já aconteceu há 2000 anos com Jesus Cristo, pois Ele é o Senhor!
Em seguida, falou da “missão” dos vicentinos. Formas diversas, importantes e fundamentais, inclusive pela própria vida, pois a “salvação” será de todos e de cada um. Isto é, dando testemunho e transmitindo aos outros o desejo comum de uma Igreja bonita.
Mas existem “vidas espiritualmente feias”, onde a tristeza, pobreza e a marginalidade são a face das mesmas. Existe um “caminho de beleza”, que tem de ser feito pela e com a Igreja, onde o “chamamento” das Conferências Vicentinas é a amostra do caminho a Jesus Cristo.
O acompanhamento e a descoberta de quem tem vida feia, com os diversos serviços, dons e carismas, como, por exemplo, a Conferência da Azoia, cujo trabalho é feito por diversas pessoas que trabalham na paróquia, destacando a Comunidade do Vale do Horto. Terminou a bela reflexão com a frase em alta voz: “Jesus é o Salvador”!
Em seguida, a secretária do Conselho Central, Carina Oliveira, fez a leitura da “acta da Assembleia Geral” de 2023, que decorreu na paróquia das Colmeias, cujo patrono é São Miguel. A mesma foi aprovada por “unanimidade”.
COMO SER VICENTINO HOJE
Pela presidente do Conselho Nacional, Fernanda Capitão. O apelo ao chamamento de jovens, o saber comunicar, passar a mensagem, estar atento e ter consciência de que “JESUS É O SENHOR”, são da maior importância e fundamentais do ser vicentino, vicentina, através das obras. Curiosamente, o dia 29 de setembro é “dia internacional” do imigrante. Uma das maiores e melhores funções, para o celebrarmos, é “dar” o nosso tempo e o que somos, defendendo sempre os “valores” de Frederico Ozanam, o fundador das Conferências Vicentinas.
Percorrendo um caminho de caridade, de santidade, tendo “cuidado” com o trato para com os mais necessitados. As famílias que ajudamos também nos dão lições de vida pela sua perseverança. Não invadimos o seu espaço, pois somos chamados, enviados lado a lado com a Caridade e a Justiça. Caridade e Justiça lado a lado.
Ser membro de uma conferência tem os seus compromissos. Como, por exemplo, não somos ilhas, prestando cada vez um melhor serviço, de baixo para cima e não o contrário. Tem de existir “rotatividade” nos cargos diretivos. Não somos voluntários. A oração, as reuniões mensais com reflexões sobre a Palavra também são um bom caminho para todos. Tal como o conhecimento das realidades locais, pois é na diversidade dos dons que se consegue progredir a um patamar onde estejam todos.
A Pastoral da Igreja assenta em três pilares: “PALAVRA”, “SERVIÇO” e “CARIDADE”. É necessário envolver a comunidade na Caridade, pois também existe a “pobreza encapotada”, dando como exemplo a fatalidade dos incêndios no distrito de onde é natural, Aveiro. Por fim, destacou o trabalho em rede, fazendo reuniões com conferências vizinhas, promovendo o diálogo, a partilha e a comunhão. A formação, com a humildade em falar publicamente, pois somos “líderes” na comunidade, fazendo o chamamento dos jovens através das novas tecnologias.
Seguiu-se uma pequena intervenção pela vice-presidente do Conselho Nacional, Lisete Oliveira, com uma “história de vivência”, onde temos de ser ricos espiritualmente e “ser, para levar”. Salientou ainda a importância dos “conselhos de zona”, dando os parabéns ao CC de Leiria pelo número de participantes numa assembleia rica e profícua.
APRESENTAÇÃO DAS CONFERÊNCIAS
A presidente do CC da diocese iniciou esta sua intervenção fazendo a chamada dos presidentes das conferências presentes na assembleia, onde cada um apresentou o respetivo número de irmãos e irmãs. Também, os pontos mais positivos e aqueles onde têm mais e maiores dificuldades. No geral, todos têm as mesmas carências e dificuldades. Algumas, com a falta de instalações próprias. O envelhecimento da maioria dos respetivos elementos, com algumas exceções. A carência dos “bens alimentares”, fornecidos pelo Banco Alimentar, gerido pela Cáritas da Diocese. A falta de entendimento com alguns párocos e o alheamento dos mesmos de algumas paróquias da diocese. Sinto tal situação incompreensível, pois são uma obra que é da Igreja, até porque a maioria salientou o bom entendimento com as respetivas juntas de freguesia e câmaras municipais, sobretudo através do SAAS e da Cáritas.
Das 28 Conferências Vicentinas da diocese, uma encontra-se inativa (Alqueidão da Serra), cujo patrono é São José; estiveram presentes 15.
AMOR, cujo patrono é São Paulo; ARRABAL, Santa Margarida; AZOIA, Santa Catarina de Alexandria; BARREIRA, São Nuno de Santa Maria; BATALHA, São Nuno de Santa Maria; BOAVISTA, Nossa Senhora de Fátima; CALVARIA, São Nuno de Santa Maria; CORTES, Nossa Senhora da Gaiola; MONTE REDONDO, Nossa Senhora da Piedade; PORTO DE MÓS, São Miguel Arcanjo; REGUEIRA DE PONTES, Santa Tereza do Menino Jesus; SANTA CATARINA DA SERRA, Santa Catarina de Alexandria; SANTA EUFÉMIA, Nossa Senhora da Conceição; SÃO MAMEDE, Nossa Senhora do Carmo e URQUEIRA, Nossa Senhora da Piedade.
Das conferências, tiveram cerca de uma centena de irmãos e irmãs, apoiando cerca de 300 famílias. Antes das palavras finais da presidente nacional, tomou a palavra a presidente da Cáritas diocesana de Leiria, Ana Isabel Mota, que mostrou total abertura a uma “COLABORAÇÃO RECÍPROCA”.
Antes de terminar a sessão, Fernanda Capitão abordou o tema da eleição do ou da presidente para o Conselho Central da diocese de Leiria-Fátima. Seguir-se-á o processo eleitoral, com a constituição da comissão eleitoral, constituída por elementos do atual Conselho Eleitoral. As paróquias da Boavista e Santa Eufémia disponibilizaram-se para acolher a assembleia geral em 2025! A presente assembleia terminou por volta das 17h50, com a oração final, presidida pela presidente nacional, Fernanda Capitão.