Hoje em dia há persianas elétricas, o que exige muito menos esforço de quem as fecha ou abre, pois basta carregar num botão.
Às vezes parece que também queremos viver a fé cristã como as persianas elétricas, ou seja, sem grande esforço da nossa parte.
A simbologia que veio ao meu coração também tem muito a ver, quanto a mim, com esta imagem das persianas, se nos lembrarmos que a principal maneira de encontrarmos Deus e vivermos a fé é abrirmos o nosso coração à presença de Deus, ou seja, simbolicamente abrirmos as “persianas” do coração que estão tantas vezes fechadas, para deixarmos entrar a verdadeira Luz.
O facto de haver persianas elétricas leva-nos a uma certa preguiça física, a uma atitude bem mais passiva do que ativa, ou seja, ficamos a ver as persianas abrirem mas, no fundo, pouco contribuímos para isso.
Regressando, então, a esta simbologia das persianas, podemos refletir que muitas vezes também, a procura e vivência da fé é um pouco como as “persianas elétricas”, isto é, pouco nos esforçamos por emendar as nossas fraquezas, por mudar os nossos feitios e atitudes, por querer viver realmente as celebrações e sacramentos, que tornam Deus presente nas nossas vidas.
Ficamos apenas ali à espera que as “persianas abram”!
Carregamos no “botão da fé” e agora esperamos que Deus faça o resto, que abra o nosso coração, que envie a luz, que mude o que precisa ser mudado, enfim, que o esforço seja d’Ele e não nosso.
Ora o Senhor diz claramente que “está à porta e bate”, mas também diz que “se alguém Lhe abrir a porta”, então Ele entra e ceia connosco.
Mas Ele não diz que traz consigo a ceia, por isso quem tem de preparar a ceia somos nós para que Ele a abençoe e a coma connosco, ou melhor, somos nós que temos que nos preparar para, em estado de graça, recebermos a Ceia que é Ele próprio, que se dá como alimento divino a cada um de nós.
Ele não nos dá um “botão para carregarmos”, Ele dá-nos uma vida para vivermos.