Decorreu no passado sábado, dia 4 de outubro, no Santuário de Fátima, mais uma edição do Encontro Nacional da Família Vicentina. De norte a sul de Portugal, incluindo a ilha da Madeira, mais de um milhar de irmãs e irmãos vicentinos reuniram-se no salão Bom Pastor do Centro Pastoral Paulo VI.
Peregrinos de Esperança
Com o tema “Peregrinos de Esperança: uma família que peregrina junta”, o encontro iniciou-se com o acolhimento e apresentações, coordenado por dois jovens vicentinos e pelo padre Pedro Guimarães. Após a apresentação dos sete ramos da Família Vicentina, seguiu-se um momento de partilha de conhecimentos sobre a história e carisma vicentino, com perguntas e respostas.
Foi também apresentado o projeto “Refeitório Rosália Rendu”, em Lisboa, composto por voluntários de várias idades, sobretudo jovens estudantes universitários, que serve os pobres e sem-abrigo da capital. Durante a pandemia, o projeto acolhia cerca de 40 pessoas, mas em dois meses atingiu mais de 150 utentes. A missão baseia-se na recolha de excedentes alimentares de restaurantes, com distribuição porta a porta. Estão atualmente em curso obras de ampliação do espaço, iniciadas em junho, com previsão de conclusão até ao final do ano.
Caminho da Esperança
O padre Pedro Guimarães conduziu os participantes em cortejo até à Porta Santa do Santuário, seguindo para a Capela da Morte de Jesus, onde foi celebrada a Eucaristia, presidida pelo cardeal D. Manuel Clemente, Patriarca de Lisboa.
A capela ficou amplamente preenchida de fiéis vicentinos, num ambiente de verdadeira disponibilidade para o serviço, com destaque para a animação do Grupo Coral Vicentino de Chaves e para a homilia do cardeal Manuel Clemente.
Como no dia 4 de outubro se celebra São Francisco de Assis, D. Manuel Clemente, para além dos destaques da peregrinação “O Senhor é a minha Herança”, centrou a sua reflexão nos exemplos de São Vicente de Paulo, do beato Pier Giorgio Frassati, de Frederico Ozanam e do beato Carlo Acutis, relacionando-os com a vida de São Francisco de Assis.
Partindo da leitura da Carta aos Gálatas e do Evangelho segundo São Mateus, com a frase marcante “vinde a mim que sou manso e humilde de coração”, o Cardeal Patriarca regozijou-se com o grande número de vicentinos presentes, apelidando-os de “braços de Deus” e exortando-os a seguir a vida de Cristo com simplicidade.
Recordou que São Vicente de Paulo, padroeiro da Congregação da Missão, fundou com Santa Luísa de Marillac as Filhas da Caridade, e que mais tarde o beato Frédéric Ozanam fundou a Sociedade de São Vicente de Paulo – uma presença universal de irmãos e irmãs ao serviço dos mais pobres, à semelhança do que São Francisco de Assis tinha realizado nos séculos XII e XIII.
“Sejam sinais de Cristo num mundo de sinais”, desafiou o Cardeal, lembrando exemplos de santidade como a beata Alexandrina de Balasar, Santa Teresa de Calcutá e o beato Carlo Acutis, recentemente canonizado. “Não tenhamos medo e tenhamos coragem”, concluiu.
Testemunho e missão
Durante a tarde, no Centro Pastoral Paulo VI, foi apresentada uma peça de teatro sobre o beato Pier Giorgio Frassati, seguida de uma mesa-redonda com o tema “Uma família que peregrina junta”, no contexto do Ano Jubilar que celebra os 400 anos da Congregação da Missão (PPCM).
A este propósito, o padre José Alves publica mensalmente, no dia 23, uma reflexão sobre a ação profética de São Vicente de Paulo: “Do passado, um presente”. Este mês, o tema é “São Vicente de Paulo na origem do apoio domiciliário moderno”.
O encontro terminou com a oração do envio, numa jornada vicentina marcante para todos os participantes.