As caixas para recolher as mensagens estão colocadas em todas as igrejas, até ao dia 17 de dezembro, sendo a distribuição por freguesias no dia 22 e a entrega pelos “carteiros” até à noite de Natal.
Foi no ano de 1979 que um grupo de jovens da Bajouca lançou a iniciativa do “Correio da Amizade”, com o objetivo de fazer circular mensagens de Natal entre os paroquianos. Essas “cartas” eram colocadas numa caixa, na igreja, e distribuídas aos destinatários num convívio realizado no próprio dia de Natal. No ano seguinte, também os jovens da vizinha freguesia da Ilha, que pertence à diocese de Coimbra, se juntaram à iniciativa e, como nem toda a gente participou no convívio, decidiu-se fazer a entrega porta a porta.
A experiência agradou tanto aos “carteiros” que resolveram adotar esse modo de entrega e… alargar a proposta a toda a vigararia de Monte Real e à paróquia de Carnide. Assim, em 1981, o “Correio da Amizade” juntou mais de 10.000 mensagens nas várias caixas espalhadas por todas as igrejas.
Quem nos conta esta história é Arménio Pedrosa, um dos pioneiros da iniciativa, na paróquia da Bajouca. O principal objetivo era “fazer chegar mensagens de paz e de esperança a pessoas que vivessem sozinhas e também levar mais novos e mais velhos a criar as suas próprias mensagens e postais fugindo da comercialização do Natal”. E, numa altura em que as comunicações digitais não existiam, “criaram-se autênticas maravilhas”.
Apesar da evolução tecnológica, o “Correio da Amizade” continuou a realizar-se e este ano irá repetir-se nas paróquias de Bajouca, Carnide, Carreira, Carvide, Monte Real, Monte Redondo, Souto da Carpalhosa e Vieira de Leiria.
Os interessados deverão colocar nas suas cartas o nome, rua e lugar da freguesia do destinatário, bem como algum pormenor que ajude a encontrar a pessoa, como alguma “alcunha” que tenha. De resto, diz Arménio Pedrosa, “o código postal só atrapalha”.
