«Vai e faz tu», o mote certo para terminar o ano

Os testemunhos de quem participou contam um pouco da experiência de cada um.
http://lefa.pt/?p=55672

Os dias 28, 29, 30 e 31 de dezembro foram vividos com muita intensidade pelos 8 jovens que aceitaram juntar-se a 4 elementos da equipa do Serviço Diocesano de Pastoral Juvenil (SDPJ) de Leiria-Fátima para uma experiência de voluntariado.

O Centro de Apoio a Deficientes João Paulo II, em Fátima, acolheu os 12 jovens em 6 das suas residências, onde entrou a vontade de fazer mais, ajudar mais, cantar mais, dançar mais, dar mais a todos os que lá vivem. Durante os 4 dias, os jovens entravam na instituição de manhã e regressavam a casa, o Espaço Jovem Papa Francisco, também em Fátima, ao fim da tarde, onde partilhavam entre si as experiências de cada dia.

Ao longo da semana, o grupo foi guiado pelo imaginário «Artesãos da Misericórdia», conceito utilizado pelo Papa Francisco para nomear aqueles que fazem voluntariado, que consistia em construir/moldar uma obra para o grande cliente que é o Santíssimo Sacramento. O que lhes era pedido era uma obra de misericórdia: “um trabalho feito de pequenos e grandes gestos, a cada dia, em cada situação, colocando atenção a cada pequeno detalhe, como fizeram Jesus e os seus discípulos” (Papa Francisco).

A obra de cada um foi sendo construída durante o processo de voluntariado que durou os 4 dias, e os testemunhos de quem participou contam um pouco da experiência de cada um:

Testemunhos

Design sem nome - 1

A minha aventura como voluntário no Centro de Apoio a Deficientes João Paulo II foi uma explosão de alegria e novas amizades! Desde o momento em que pisei na porta, fui recebido por sorrisos calorosos que tornaram cada dia uma jornada incrível.

Os utentes tornaram-se os verdadeiros heróis do meu coração. Cada um deles é uma fonte infinita de inspiração, com suas histórias de resiliência e determinação. Juntos, rimos, compartilhamos histórias e descobrimos uma ligação única que vai além das palavras.

Os trabalhadores do centro são verdadeiros anjos na terra. A dedicação deles é palpável em cada ação, tornando o ambiente vibrante e cheio de energia positiva. Aprendi tanto com suas experiências e paixão pelo que fazem.

E que dizer dos meus colegas voluntários? Formamos uma equipe incrível, unidos pelo propósito de tornar o mundo um lugar mais inclusivo. Criamos laços instantâneos, trabalhando lado a lado para trazer alegria e conforto aos residentes.

As atividades foram uma festa constante! Das refeições compartilhadas aos momentos de lazer, cada instante foi repleto de risos e camaradagem. Descobri talentos escondidos, como nas sessões de música improvisada, onde pacientes, voluntários e trabalhadores se tornaram uma verdadeira banda da alegria.

Ao partir no último dia do ano, levei não apenas recordações especiais, mas também uma nova família de corações generosos. Essa experiência mostrou-me que, muitas vezes, as melhores amizades nascem nos lugares mais inesperados. Voluntariar-me no Centro de Apoio a Deficientes João Paulo II não foi apenas sobre dar, mas também sobre receber o incrível presente de novas amizades que aquecem o coração e durarão para sempre. Ítalo Jhonyson, Colmeias


Fazer voluntariado estava nos meus planos, mas nunca tinha sentido ser a altura certa. Quando o SDPJ lançou a proposta, pensei duas vezes se devia ir ou não, arrisquei e inscrevi-me. 

No primeiro encontro, quando soubemos qual seria o local (Centro de Apoio a Deficientes João Paulo II), fiquei bastante reticente porque nunca tinha lidado com ninguém assim. 

Foram apenas 4 dias, mas todos muito intensos. 

O primeiro impacto custa sempre, a ansiedade por não sabermos o que vamos encontrar e com o que vamos ter de lidar, sim, acho que no primeiro dia todos estávamos ansiosos e nervosos, mas no fundo com uma vontade enorme de preencher sorrisos. 

Os dias foram-se desenrolando, ajudando os funcionários nas mais variadas tarefas, como dar comida, lavar loiça, ir à lavandaria, mas, mais do que isso, fazer companhia aos utentes que por vezes não conseguem ter a atenção que precisam. Saí desta experiência com muitas amizades, por parte dos utentes e do nosso grupo de voluntários. Foi muito gratificante saber que dei o meu melhor e que, certamente, não só fiz a diferença na vida daquelas pessoas, como também na minha. Ficam as memórias e muitas saudades! Catarina Pedrosa, Bajouca


IMG_4111

Para mim o voluntariado foi a melhor forma de acabar o ano. Aprendi tanto! Foi tão bom cuidar com carinho, cantar, dançar, conversar, sempre com a esperança de que o outro lado nos oiça. Foi uma das melhores experiências da minha vida e quero repetir, pois é muito gratificante tirar um sorriso deles. Um sorriso vale mesmo mais do que mil palavras. Daniela Gonçalves, Nossa Senhora das Misericórdias (Ourém)


Design sem nome - 9

Nesta semana de voluntariado, constatei como pequenos gestos podem ter um grande impacto na vida de alguém. Aprendi a ver todos como irmãos e compreendi o verdadeiro significado de ser cristão. A empatia e a amizade que vivi com os utentes são experiências que permanecerão comigo para o resto da vida. Alexandre Moura, Marrazes


Inscrevi-me no voluntariado “Vai e faz tu” porque sentia que tinha de terminar o ano de 2023 de uma forma diferente, a dar um pouco de mim. Mas além de dar um pouco de mim, recebi muito.

Entrei sem medos, mas ao longo dos dias, o medo foi aumentando… O cansaço aumentava, os pedidos eram cada vez mais exigentes e exigiam mais responsabilidade e todo o meio envolvente era algo estranho para mim.

Durante esses dias, numa das paredes da residência em que estive, estava escrita a seguinte frase de Madre Teresa de Calcutá: “Se não fizermos coisas de grande valor, façamo-las pequenas mas com muito amor”. E foi isso que fomos fazendo ao longo daqueles dias: Coisas pequenas aos nossos olhos, mas carregadas de amor e gigantes aos olhos daqueles que as receberam.

Naqueles dias crescemos, construímos uma obra… uma obra que nos fez crescer. Que nos fez crescer, mas que nos tornou tão pequenos ao pé daqueles a quem demos amor. Pequenos porque eles são gigantes e nos ensinam tanto. Ensinam-nos aquilo que ouvimos mas nos esquecemos tantas vezes: ver a beleza da vida, das coisas e daqueles que estão à nossa volta. Como um simples passeio, uma conversa, um jogo, pode ter tanto impacto no dia daquelas pessoas. Aos olhos de Deus somos todos, todos, todos iguais! Mariana Pedrosa, Bajouca


No dia 28, entrei no Centro João Paulo II com medo e com receio, como seria estar com estas pessoas, como é que deveria falar com eles: “Trato-os como? Por você ou por tu?”; “Será que eles entendem alguma coisa do que eu vou dizer?”

Mas assim que entrei na casa 304 tudo mudou. Eram apenas pessoas como nós, na sua casa e nós estávamos lá para estar com os residentes e ajudar no que fosse preciso. Fizemos camas, lavamos louça, levamos roupas à lavandaria, demos refeições a quem conseguia comer (não era alimentado através de sonda), convivemos todos juntos, entre outras coisas.

O Centro João Paulo II trouxe-me uma experiência muito boa e verdadeiramente feliz: sentir a felicidade deles ao ver-nos, o sorriso deles ao sair das portas de casa e ver a rua, a felicidade de uma coisa tão simples como dançar. 

Foi uma experiência positiva e que me ensinou muito, que me ajudou a crescer como pessoa e a aceitar o outro ainda mais, independentemente das suas características. Afinal de contas, Deus trouxe-nos ao mundo, a todos, com algum propósito.

Foi uma experiência gratificante e de que já tenho saudades. Ana Sofia Ricardo, Azoia


Fotografias: https://flic.kr/s/aHBqjB9Uz5

«Vai e faz tu», o mote certo para terminar o ano

Partilhar / Print

Print Friendly, PDF & Email
Captura de ecrã 2024-04-17, às 12.19.04

Leia esta e outras notícias na...

Receba as notícias no seu email
em tempo real

Pode escolher quais as notícias que quer receber: destaques, da sua paróquia

plugins premium WordPress