“Vai e Faz Tu”: Jovens de Leiria-Fátima transformam vidas no voluntariado

A Pastoral Juvenil de Leiria-Fátima realizou a segunda edição da iniciativa de voluntariado “Vai e Faz Tu”, entre os dias 26 e 29 de dezembro, que contou com a participação de vários jovens da diocese. Esta proposta teve como objetivo proporcionar uma experiência de crescimento humano e espiritual aos jovens, permitindo-lhes vivenciar a parábola do Bom Samaritano e, assim, inspirados pelo desafio de Jesus, oferecer o seu tempo e dedicação ao próximo.

Durante os quatro dias, os voluntários foram acolhidos na Casa Bom Samaritano, uma instituição que presta apoio a mulheres com deficiência mental, carinhosamente chamadas de “meninas”. Os jovens foram acompanhados espiritualmente por uma equipa do Serviço Diocesano da Pastoral Juvenil, e puderam contar com o apoio das Irmãs Franciscanas da Divina Providência, responsáveis pela casa.

A organização do evento estabeleceu desde o início alguns objetivos, que, segundo os testemunhos enviados pelos próprios jovens, foram claramente alcançados. Os participantes destacaram o impacto da experiência na sua vida, tanto a nível humano como espiritual. Entre os principais objetivos estavam o crescimento na atenção ao outro, a sensibilidade para com os mais frágeis, a capacidade de assumir responsabilidades, a quebra de preconceitos e a descoberta dos dons de Deus em cada um.

Ao refletirem sobre a experiência, os jovens compreenderam ainda mais profundamente a dignidade de cada pessoa como filha de Deus, reforçando o compromisso de servir os outros com carinho e dedicação.

A Pastoral Juvenil de Leiria-Fátima pretende continuar a promover este tipo de iniciativas, que permitem aos jovens desenvolverem-se em várias dimensões, e assim viver de forma concreta os valores do Evangelho.

Testemunhos

Nestes quatro dias a fazer voluntariado na Casa Bom Samaritano, em Fátima, desde o momento em que entrei até ao momento em que saí, consegui perceber que estas meninas têm muito amor para dar, que acolhem tudo e todos de braços abertos, e que a deficiência não é uma condição, mas sim uma característica diferente. Apesar disso, todas querem algo em comum: todas querem ser amadas.

No início, o medo estava constantemente atrás de mim e eu estava sempre com a pergunta: “Como é que eu vou ajudar?”. Ao longo dos dias, apercebi-me de que não é sobre as nossas capacidades, mas sim sobre estar disposta: disposta à brincadeira, à conversa, ao toque e, principalmente, a estar presente e a sorrir.

Era como recomeçar do zero a cada dia: viver como se fosse o primeiro, repetir nomes, rotinas, novas atividades e novas conversas, tudo para iluminar o dia de cada uma e ver um sorriso. Apesar de algumas coisas exigirem esforço físico e até mental, a vontade de fazer e a vontade de alegrar eram maiores que o cansaço.

Atirei-me de cabeça para esta experiência incrível e não me arrependo. Ajudou-me a crescer, a encontrar-me e a ver o mundo de uma forma diferente, sem maldade e com muito carinho.

Todos nós, voluntários, fizemos uma grande diferença no dia a dia daquelas meninas. Criámos uma família, fizemos acontecer coisas mágicas e só tenho a agradecer a todos os que cruzaram o meu caminho nesta oportunidade tão especial. (Beatriz)

“Vai e faz tu” foi o desafio que aceitei para ser artesã de misericórdia e fazer a diferença durante quatro dias na Casa do Bom Samaritano, em Fátima.

Nesta casa, conheci uma grande família e senti que, durante estes dias, fiz parte da mesma. As meninas são uns amores que nos receberam de braços abertos, com grandes sorrisos e muita alegria. Quando cheguei, o único medo que tinha era de perguntar, com receio de tocar numa ferida que as magoasse ou que as deixasse desconfortáveis, mas isso nunca aconteceu, porque elas são um livro aberto e estão sempre dispostas a tudo.

Diverti-me imenso com elas. Tivemos momentos para dançar, cantar, partilhar, rir e rezar. Nota-se que são pessoas felizes, que a sua condição não as condiciona nem as faz desistir e que, para elas, a vida continua a fazer sentido. Tudo fruto das pessoas que as rodeiam e que as fazem sentir especiais.

Aprendi que, para comunicar com elas, nem sempre era preciso falar: apenas um olhar ou um sorriso fazia a diferença. E a isso chama-se a linguagem do amor: falar com o coração.

Agradeço por todas as memórias e vivências que me foram proporcionadas, tanto pelas meninas e pelas pessoas da Casa, como pelos voluntários que foram comigo, que conheci e com os quais criei uma amizade muito bonita. (Alice)

Decidi fazer voluntariado na Casa do Bom Samaritano, em Fátima, porque sentia necessidade de contribuir de forma ativa. Desde o momento em que cheguei, fui recebida com carinho e senti que a minha presença fazia a diferença.

No início, confesso que tive algumas inseguranças. Não sabia ao certo como poderia ajudar ou se o meu esforço seria suficiente. No entanto, percebi que o mais importante era a vontade de aprender e de estar presente. Cada dia trouxe uma nova aprendizagem. Ajudei a desenhar, a dar o almoço, a dançar e a emprestar as minhas pernas, os meus olhos e os meus braços quando era preciso, e, em troca, recebi sorrisos, gratidão e lições de vida valiosas.

Uma das experiências mais marcantes foi quando perguntámos a uma das meninas se sentia falta da família e ela respondeu que não, que tudo o que ela precisava ela tinha lá: roupas, comida e, principalmente, amor e carinho. Esta experiência mostrou-me o quanto pequenas ações podem gerar mudanças significativas na vida de alguém.

Voluntariar-se não se trata apenas de ajudar os outros; é também um processo de autodescoberta. Aprendi mais sobre empatia, resiliência e a importância de valorizar o que temos. A gratidão que recebi foi muito maior do que qualquer esforço que tenha feito.

Se alguém me pedisse um conselho sobre voluntariar-se, eu diria: “Vá em frente. O impacto que você causa não é apenas no mundo ao seu redor, mas também dentro de si mesmo”.

Eu saí dessa experiência uma pessoa transformada, mais conectada e mais humana. (Sofia)

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