Nos nossos dias, por quase todo o lado, há pessoas, instituições, empresas, associações, igrejas e países que se associam para determinados objetivos comuns. Com isso procuram aproveitar as sinergias e a colaboração para obterem maiores frutos e benefícios para todos. Por que não haveríamos de o fazer também na Igreja? É nesse sentido que, na dinâmica do processo sinodal, em múltiplas dioceses, se estão a associar várias paróquias para fazerem caminho juntas, constituindo as denominadas unidades pastorais.
No passado domingo, dia 17 de novembro, iniciámos o caminho como Unidade Pastoral de Ourém. As paróquias de Alburitel, Nossa Senhora das Misericórdias, Nossa Senhora da Piedade e Seiça, com os respetivos párocos e colaboradores leigos, sem prejuízo das próprias identidades e valores, deverão sair de si próprias para se encontrarem e colaborar, pondo em comum umas com as outras carências, talentos e ideias em ordem à missão de oferecer a todos a alegria do Evangelho.
Os 3 padres foram nomeados párocos em conjunto (in solidum), mas cada um deles é o rosto e o representante oficial de uma ou mais paróquias. No entanto, todos partilham a mesma responsabilidade pelas 4 paróquias que compõem a unidade pastoral. A missão é comum e a reorganização que se revele necessária será identificada mediante oração, diálogo e discernimento com os fiéis leigos, procurando as inspirações do Espírito Santo e a partilha de ideias.
Iniciamos com grande confiança em Deus, pois são dele a Igreja, a origem da missão, a inspiração e o apoio para partilhar com todos o dom do seu amor. Por isso, haveremos de procurar escutá-lo e escutarmo-nos uns aos outros, pastores e fiéis leigos, para percebermos o que devemos fazer e os passos a dar neste caminho juntos. Temos consciência de que não será fácil, pois, por vezes, não saberemos por onde ir, outras, encontraremos desconfianças em relação às novidades e resistências às novas inciativas. A referência aos esforços e caminho da Igreja dos primeiros tempos será certamente luz e encorajamento para fazer o nosso.
Por onde vamos começar? Os padres já o começaram a fazer entre si, reunindo-se quinzenalmente para rezar, partilhar e procurar caminhos comuns. Agora, vão associar a si os fiéis leigos empenhados nos serviços, movimentos e atividades das suas comunidades. Também já reunimos uma assembleia de esclarecimento e partilha. Na celebração de início da unidade pastoral, o coro litúrgico reuniu membros de todas as paróquias e a confraternização realizou-se com alimentos e bebidas partilhadas por todos.
Que esperança nos anima? Não temos manual de instruções nem experiências vividas para nos orientarem como projeto. Acreditamos que, se nos pusermos a jeito, o Espírito Santo inspirar-nos-á e fará ver o caminho e o que fazer. Certamente, também será útil a leitura dos sinais dos tempos e a partilha com outros das suas e nossas experiências e descobertas.
Neste caminho juntos, para fazer face às novas necessidades, haveremos de contar com quantos exercem serviços nas paróquias, nas áreas da catequese, da liturgia, da caridade e da administração. Mas teremos também de identificar, escolher e formar pessoas para desempenharem novos ministérios, como fez a primitiva Igreja de Jerusalém (cf Act 6,1-7).
O caminho está começado. Temos diante de nós um desafio e uma tarefa a realizar juntos passo a passo, conversando, discernindo e colaborando. Caminhar juntos e preparar o futuro, poderia ser o lema da unidade pastoral.