Uma chama que atravessa corações: a Luz da Paz de Belém ilumina Leiria sob o lema da esperança

Presidida pelo bispo D. José Ornelas Carvalho, a celebração congregou dezenas de fiéis, escuteiros, dirigentes, representantes da sociedade civil e eclesiástica.

Na noite de segunda-feira, dia 16 de dezembro, a Sé de Leiria acolheu a cerimónia da Partilha da Luz da Paz de Belém, um evento de profundo simbolismo organizado pela Junta Regional do Corpo Nacional de Escutas (CNE) e pela Cáritas Diocesana de Leiria-Fátima. Presidida pelo bispo D. José Ornelas Carvalho, a celebração congregou dezenas de fiéis, escuteiros, dirigentes, representantes da sociedade civil e eclesiástica, numa atmosfera marcada pela paz, solidariedade e unidade cristã.

ÁLBUM FOTOGRÁFICO
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Uma chama peregrina com 6 mil quilómetros percorridos

A luz, acesa na Gruta da Natividade em Belém, Terra Santa, percorreu milhares de quilómetros até chegar à região. Transportada para Áustria e partilhada numa cerimónia internacional, a chama atravessou fronteiras até desembarcar em Portugal, no domingo anterior, em Portimão. Foi depois trazida por uma comitiva de escuteiros até Leiria, num gesto de continuidade e fraternidade que reflete o tema deste ano: «Navegamos por rotas de alegria e paz».

Com a abertura do Jubileu 2025 «Peregrinos da Esperança» no horizonte, esta luz peregrina carrega um significado renovado, convidando todos os cristãos a tornarem-se agentes de paz, luz e esperança.

Introdução e história da celebração

A cerimónia teve início com as palavras do padre José Henrique, assistente regional do CNE de Leiria-Fátima, que introduziu o simbolismo da chama trazida de Belém: «Nesta luz, tão frágil e tão poderosa, vê-se a esperança de um mundo melhor, onde a paz e a alegria sejam realidades palpáveis.»

Seguiu-se a intervenção de uma dirigente escutista, que enquadrou a tradição da Partilha da Luz no contexto histórico e espiritual do Jubileu da Esperança 2025, lembrando o simbolismo da chama que, à semelhança de Cristo, é peregrina, iluminando o caminho da fé, do amor e da caridade.

«Esta chama fala-nos de Jesus: luz que ilumina a nossa fé, chama da esperança que nos lança ao caminho, fogo da caridade e do amor», declarou, enquanto a assembleia ouvia atentamente.

Partilha da Luz: um momento central

O momento mais emblemático da celebração deu-se com a partilha da luz. Uma jovem escuteira pioneira sublinhou a importância do gesto simbólico: «Esta luz é frágil, porque é apenas uma chama, mas também poderosa pelo que representa. Que possamos ser mensageiros da paz, levando esta chama até cada coração.»

D. José Ornelas, bispo de Leiria-Fátima, acendeu as velas principais e entregou-as aos escuteiros e representantes das paróquias e entidades presentes. A luz foi distribuída por toda a assembleia, numa cadeia de partilha acompanhada pelo coro, que iluminou toda a Sé.

VÍDEO DAS INTERVENÇÕES NA CELEBRAÇÃO
https://youtu.be/-quluat-zhE

Reflexão do bispo D. José Ornelas: «A luz que levamos é preciosa»

Na sua homilia, D. José Ornelas destacou a missão que esta luz simboliza e o sentido profundo que deve guiar os cristãos no mundo atual:

«Esta luz não é nossa. Outros foram buscá-la, transmitiram-na e trouxeram-na até nós. A nossa missão é transmiti-la com a mesma alegria e generosidade. Somos chamados a ser portadores desta luz, que é Cristo, no mundo. Ela é um presente que nos é confiado, mas que exige a nossa responsabilidade e compromisso.»

O bispo abordou a fragilidade desta luz, comparando-a às dificuldades e adversidades enfrentadas nos dias de hoje. Recordou o drama vivido em Belém e na Terra Santa, uma região onde a paz parece distante, mas onde a chama da esperança deve ser incessantemente renovada:

«Uns utilizam o fogo para destruir; outros usam-no para dar vida. Temos de escolher o tipo de fogo que queremos levar ao mundo. Cristo ensinou-nos a acolher o fogo que aquece, que ilumina e que transforma. Em cada gesto nosso, podemos decidir se acendemos uma luz de vida ou contribuímos para as trevas da indiferença.»

D. José Ornelas sublinhou ainda que esta escolha está presente no quotidiano de cada um, desde os momentos mais simples às grandes decisões. Referiu que é em tempos de crise e sofrimento que a luz de Cristo deve brilhar com mais força:

«Esta luz, vinda de Belém, recorda-nos a responsabilidade de sermos verdadeiros construtores de paz. O mundo precisa desta luz em cada família, em cada relação, em cada comunidade. A verdadeira paz começa quando escolhemos ser luz uns para os outros.»

Por fim, o bispo fez um apelo à solidariedade e à unidade, convidando os presentes a acolherem a luz de Belém como um sinal de compromisso concreto com a transformação do mundo. Terminou com uma reflexão inspiradora:

«Não escondamos esta luz. Como Cristo nos ensinou, a luz é para ser colocada no alto, para que ilumine todos os que estão à nossa volta. Levemos esta chama para as nossas casas, comunidades e para todos os que dela necessitam. Que sejamos, como Cristo, portadores de luz e esperança.»

Solidariedade através da Cáritas: «10 milhões de estrelas – um gesto pela paz»

Ana Isabel Mota, presidente da Cáritas Diocesana de Leiria-Fátima, apresentou a campanha «10 milhões de estrelas – um gesto pela paz», que alia o simbolismo da luz à solidariedade concreta.

As velas em forma de estrela, disponíveis por dois euros, têm como finalidade apoiar famílias carenciadas através do Fundo de Emergência Diocesano e financiar projetos em países lusófonos afetados pelas alterações climáticas, reforçando a missão da Cáritas no apoio aos mais vulneráveis.

«Esta é a nossa forma de partilhar a luz da solidariedade com quem mais precisa», concluiu Ana Isabel Mota.

Encerramento com apelo à unidade e missão escutista

Pedro Nogueira, chefe regional do escutismo, encerrou a cerimónia com uma intervenção que reforçou o simbolismo profundo da luz da paz de Belém. Dirigindo-se à assembleia, destacou a importância do papel dos escuteiros e da comunidade na construção de um mundo mais fraterno e solidário.

«Neste mundo marcado por conflitos e divisões, a luz da paz de Belém convida-nos a ser marinheiros da paz, a navegar juntos por rotas de esperança, amor e solidariedade. A paz não é apenas um destino, é um caminho que percorremos em comunidade, iluminando os outros com os nossos gestos e partilhas.»

Pedro Nogueira evocou a tradição das viagens dos navegadores portugueses, comparando-as à missão atual dos escuteiros e das comunidades cristãs: «Como marinheiros do passado que desbravaram oceanos, hoje somos desafiados a desbravar as rotas da paz, superando as tempestades de indiferença, egoísmo e divisão. O escutismo é um movimento que educa para a paz, inspirando jovens a serem protagonistas de um mundo mais justo e unido.»

O chefe regional fez ainda questão de agradecer o empenho de todos os envolvidos na organização da cerimónia e na transmissão da luz. Com especial carinho, saudou as jovens escuteiras que trouxeram a chama desde Portimão, reconhecendo nelas o exemplo do compromisso escutista.

Antes de concluir, lançou um desafio a todos os presentes: «Que esta luz chegue a todos os recantos, iluminando hospitais, escolas, lares e paróquias. Que cada um de nós leve a mensagem da paz e da esperança com a mesma coragem e alegria com que os nossos jovens a trouxeram até aqui. Juntos, seremos verdadeiros construtores da paz.»

Com palmas entusiásticas e o calor da luz partilhada, a celebração foi encerrada, deixando nos corações a certeza de que a chama da paz e da fraternidade continuará a iluminar o caminho das comunidades de Leiria-Fátima.

Uma noite iluminada pela esperança

A celebração da Partilha da Luz da Paz de Belém culminou num gesto de unidade e paz, que deixou marcas nos corações de todos os presentes. Mais do que um evento, foi um apelo à reflexão e à ação, um convite a acolher e partilhar a luz de Cristo no mundo.

No final, a luz foi levada para as paróquias da diocese de Leiria-Fátima, onde continuará a iluminar caminhos e a inspirar gestos de fraternidade neste tempo de Advento e Natal.

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