Começou um sínodo, intitulado «Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão».
O que é isso? O que tem isso a ver comigo/connosco?
Na sua homilia do passado domingo, 10 outubro, o Papa Francisco, coroou a abertura do Sínodo dos Batizados com um desafio e três verbos.
Eis o desafio.
«Fixemos Jesus (…)».
«Fazer Sínodo significa caminhar pela mesma estrada, caminhar em conjunto.» – disse.
«O Sínodo é um caminho de discernimento espiritual, de discernimento eclesial, que se faz na adoração, na oração, em contacto com a Palavra de Deus.»; – completou ainda.
Será, pois, um caminho mais belo e profícuo se aderirmos a este desafio fixando-nos, demoradamente, apaixonadamente, em adoração a Jesus Cristo.
Eis os verbos.
«Encontrar, escutar, discernir» – são três verbos, três disposições de espirito, que o Papa Francisco nos dá para o Caminho.
Que do encontro com ou outro, nosso próximo, surja a comunhão.
Que da escuta brote uma participação humilde e generosa.
Que do discernimento nos seja dada a graça de trazer luz sobre a missão que responsabiliza, envolve e desperta cada batizado na construção e defesa da Igreja e do Reino.
Este caminho Sinodal estender-se-á, este fim de semana, às Dioceses, ao mundo e à «multidão» que sempre acompanhou Jesus Cristo nos Evangelhos e na história, que sempre interpelou Jesus Cristo e os seus apóstolos e que dá corpo à Igreja de pedras vivas que somos (LG 12). Os processos Diocesanos terminarão em março de 2022 e, adiante, encerrar-se-á o sínodo, depois de diversas outras fases, em outubro 2023, na XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos.
No próximo domingo, na Sé, pelas 16h30 decorrerá a cerimónia diocesana de abertura, seguida de missa às 18h30.
Nesta cerimónia conheceremos a oração sinodal que nos é proposta pelo Papa Francisco, acolheremos uma interpelação do nosso Pastor, Cardeal D. António Marto e a partilha de dois membros de equipa diocesana para o sínodo que, em conjunto, trarão mais corpo e cor à graça e ao desafio que a Igreja nos lança.
Estamos todos convidados a participar, seja presencialmente, na Sé, ou seguindo a transmissão virtual nos meios da nossa Diocese que transmitirão a cerimónia de abertura (Facebook e Youtube) e no canal Canção Nova que, de seguida, transmitirá a eucaristia. Terá particular importância a presença dos delegados sinodais e dos membros dos conselhos pastoral e presbiteral da diocese.
Terminada a cerimónia espera-nos, durante vários meses, uma extraordinária caminhada fixando Jesus e a Sua Igreja!
Até onde devemos ir?
A todo lado!
Nos evangelhos temos a cena do “envio dos 72 discípulos”, na nossa Diocese teremos “o envio dos 85” delegados sinodais, em representação das paróquias, dos departamentos da Cúria diocesana, dos Conselhos Diocesanos, dos Consagrados e Consagradas, das Associações e Movimentos.
Delegados com a missão de ser eixo dialogante, dinamizador e fonte de informação sobre cada um dos momentos e desafios que o Papa e a Igreja nos apresentam.
«As dioceses são chamadas a ter em conta que os principais sujeitos desta experiência sinodal são todos os batizados. É preciso ter especial cuidado para envolver as pessoas que possam correr o risco de serem excluídas: mulheres, deficientes, refugiados, migrantes, idosos, pessoas que vivem na pobreza, católicos que raramente ou nunca praticam a sua fé, etc. É necessário também encontrar meios criativos para envolver as crianças e os jovens.» (Vademecum 2.1)
Como devemos ir?
«Fixemos Jesus (…)»! Lembremos as três disposições de espirito que o Santo Padre nos deixa: «Encontrar, escutar, discernir» para encontrarmos, adiante, no caminho, por intermédio do Espirito Santo, a comunhão, a participação e a missão.
Onde devemos chegar?
O povo de Deus demorou 40 anos a chegar à terra prometida, não sejamos ingénuos ao ponto de julgar que “chegaremos lá” em escassos 4 ou 5 meses. Lancemos os primeiros passos!
No documento preparatório o Papa Francisco diz-nos: “o objetivo do Sínodo e, por conseguinte, desta consulta, não consiste em produzir documentos, mas em «fazer germinar sonhos, suscitar profecias e visões, fazer florescer a esperança, estimular confiança, faixar feridas, entrançar relações, ressuscitar uma aurora de esperança, aprender uns dos outros e criar um imaginário positivo que ilumine as mentes, aqueça os corações, restitua força às mãos».
Como no evangelho deste domingo nos alertará, pelo caminho teremos muitas tentações e até medos, mas Jesus assegura-nos de que «…Sereis batizados com o batismo com que Eu sou batizado» – um batismo de entrega plena por nós, pecadores e pela Igreja, que nos deixou para cuidarmos, como servos de todos.
«Encontrar, escutar, discernir», aceitemos o desafio!