No passado domingo em todas as dioceses do mundo se realizaram celebrações que inauguravam a abertura do Ano Jubilar 2025 e que tem como temática, proposta pelo Papa Francisco, “Peregrinos da Esperança”.
A Esperança!
Constatamos que é o dinamismo da esperança que mexe com o todo da nossa humanidade. Nascemos, crescemos e se podemos prescindir de muitas coisas, da esperança não é o caso.
Viver é mais do que deambularmos entregues á nossa sorte. É saber que nascemos com a centelha da esperança, em que auguramos que somos desejados e esperados. Depois vai-se desenhando pela vida fora, com a tomada de consciência de quem somos, a tela do nosso ser na relação com os outros, o mundo e a transcendência, pintada com as aguarelas da esperança, de modo que, a cada dia, essa vida se torne mais apetecível.
Como diz o velho ditado: “a esperança é a última a morrer”. Vivermos da esperança não nos poupa às canseiras do trabalho, nem nos subtrai às responsabilidades das escolhas que fazemos, contudo, dá-nos ânimo que muitas vezes vai para lá dos nossos desejos e vontades.
Mais do que as esperanças políticas, sociais, culturais ou científicas, descobrir a esperança do Evangelho torna-se missão para aquele (particularmente para o cristão) que tem a ousadia de querer “construir a sua casa sobre a rocha firme” (cf. Mt. 7, 24-27).
É esta Esperança que tem o poder de nos manter acordados, fazendo tudo para não vivermos acomodados a este mundo. Sabemo-nos peregrinos por cá e em Deus esperamos a vida eterna (Sl. 130, 5-8).
“Todos esperam. No coração de cada pessoa, encerra-se a esperança como desejo e expetativa do bem, apesar de não saber o que trará consigo o amanhã. Porém, esta imprevisibilidade do futuro faz surgir sentimentos por vezes contrapostos: desde a confiança ao medo, da serenidade ao desânimo, da certeza à dúvida. Muitas vezes encontramos pessoas desanimadas que olham, com ceticismo e pessimismo, para o futuro como se nada lhes pudesse proporcionar felicidade.”(Spes non confundit,1).
Precisamos urgentemente de a reencontrar ou encontrar: a Esperança.
De a encontrar e de deixar que ela nos envolva, nos revigore e tome conta do nosso ser.
Nem sempre é fácil encontra-la! E talvez, exactamente por isso, o verdadeiro sentido de tudo seja nós procurarmos, todos os dias, sê-la.
Ser essa esperança!
É preciso fazer com que a esperança exista, seja verdade: um sorriso do coração; dar a mão para fazer levantar; um abraço que envolve; falar e escutar com amor; cuidar com ternura, ser vida que cuida.
Pequenos – grandes gestos que sâo transformadores da própria vida e da vida daqueles por quem são tocados. E tudo isto é esperança a acontecer, a existir, a ser verdade para alguém e para nós também.
Esperança…
Que nunca nos falte e nunca a deixemos faltar.
Talvez seja esse o verdadeiro sentido de tudo. E o nosso também!