Não consigo respirar,
Quando vejo alguém
Colocar o joelho com desdém
No pescoço de um homem por terra
Indefeso e sem ar de guerra,
Na América da democracia,
Ou em qualquer país de tirania.
Não consigo respirar,
Quando os pobres, débeis,
Humildes, indigentes, inocentes
São injustamente condenados,
Linchados nas praças públicas,
Ou lançados no poço do esquecimento
Como se não fossem irmãos de toda a gente.
Não consigo respirar,
No mistério da iniquidade
De Caim fratricida de Abel,
Do inocente e pobre Job
De Judas traidor do amigo e mestre
Dos racismos negros e brancos
Das violências ou vinganças.
Não consigo respirar,
Falta-me o ar
E coloco o meu joelho sobre a terra
Pois, é hora de ajoelhar,
E suplico a todos os homens e mulheres do mundo:
Todos manifestantes contra o mal
Na cultura do amor até ao fim em dom total.