Eram muitos. Eram muitos os sacos.
Era a visita do Dia de Reis e estava frio. Era Inverno e a chuva caia forte.
Era sábado, e conforme combinado, os jovens e os reclusos íamos visitar.
Levávamos os sacos de Natal, com lembranças e pequenas ofertas para simbolizar.
SACOS DE ALENTO e no coração a esperança de os incentivar…
Lá dentro eram só canetas, eram só postais, eram só peúgas, e entre as fatias de bolo Rei, um mini presépio, só para a “família sagrada” fazer (re)lembrar.
Mas eramos poucos, pois desta vez, a equipa não se pode ampliar.
Mas muito era a nossa vontade, só mesmo da família, presentear.
No período da manhã fomos à Prisão Escola, e de tarde à Regional.
Para os jovens, a ação consistia “apenas” em retalhos de trapos juntar, retalhos que as meninas de Fátima andaram a recortar, a reflexão consistia na família sagrada CONTEMPLAR.
A representação na(s) parede(s) dos pavilhões era grande e a intenção era todos participar.
Mas muitos estavam acanhados e nada os fazia mudar.
Contudo, eram apenas momentos, eram orações e sacos, SACOS DE ALENTO sacos de esperança, com orações de fazer PENSAR.
E apenas a “Família sagrada” queríamos representar.
E de tarde lá continuamos a “SAMARITAR”.
Mas a chuva continuava a atrapalhar.
E eram muitas as nossas vontades, uns a contar, outros a embrulhar, até os guardas nos ajudaram a organizar. E lá fomos, os sacos entregar.
Na Celebração da palavra, muitos foram participar. Muitos adultos e muitos quiseram comungar.
A Homilia falava dos Reis, dos Reis Magos que o menino Jesus foram visitar.
Correu tão bem que, no final até o padre fez questão de a todos abraçar.
Eram apenas sacos, sacos de Alento, sacos de esperança para acalentar.
Resta-nos agora nós pensar, será que alguma diferença fizemos assinalar?
É que apenas quisemos alentar, apenas quisemos presentear. A Família Sagrada SIMBOLIZAR.
Apenas SACOS DE ALENTO quisemos entregar.