Recinto cheio. Parques de estacionamento praticamente lotados. Apesar de ser dia de semana, os peregrinos de Fátima marcam presença numerosa no Rosário, procissão de velas e Missa do dia 12 de maio. Um mar de luz iluminava a oração das mais de duzentas mil pessoas vindas de todo o mundo, sendo mais de cem os grupos organizados de cerca de 25 países.
Um convidado especial veio presidir às celebrações desta peregrinação aniversária, D. Fouad Twal, Patriarca Latino de Jerusalém. “Vim para participar nesta festa em honra a Maria e para lhe apresentar as súplicas dos seus filhos do Médio Oriente e do Mundo inteiro e, de um modo especial, pedir-lhe pelas necessidades dos cristãos e de todos os habitantes da sua pátria: a Terra Santa”, afirmou na homilia da Missa dessa noite, concelebrada por 280 presbíteros e 23 bispos.
“Vim também para dar testemunho junto de vós da importância e da centralidade da devoção mariana na vida de todo o cristão, e para vos incentivar a serdes confiantes na força de tão boa e poderosa Mãe”, continuou, apontando Fátima como “sinal indiscutível da força de Maria Santíssima na história da humanidade” e sem a qual “até mesmo os nossos dias não se entenderiam bem”.
Lembrando os apelos da Virgem à conversão e ao oferecimento voluntário dos sofrimentos, o Patriarca estabeleceu o paralelismo de Fátima com Caná da Galileia, onde Maria aponta como caminho da salvação “fazer tudo o Jesus nos diz”. E também com Nazaré, onde disse o “sim puríssimo, incondicional e fecundo”, com Belém, que recorda “a sua maternidade divina e virginal”, e com Jerusalém, onde foi “Virgem das Dores, mas também a Virgem da Esperança e, finalmente, a Virgem Gozosa da Ressurreição”.
Nos santuários de todo o mundo, ela volta a fazer-se presente para a “vida de milhões e milhões de seres humanos, apelando à conversão, a consolar o Coração de Jesus, a rezar pela paz, pelo Papa, por todos”. Desde Nazaré, “a Virgem nunca mais parou” na sua ação evangelizadora, “por todos os caminhos do mundo, tentando guiar os seus filhos, para que voltem a Deus Pai, e tentando que aqueles que ainda não conhecem a Deus O conheçam, O amem e O sigam”, continuou D. Fouad Twal.
Lembrando a sua terra, Jerusalém, pediu aos peregrinos a oração por todos, “cristãos, judeus, muçulmanos”, e o contributo “para que se cumpram as leis internacionais e os verdadeiros direitos das Nações, e que volte a paz à terra”. Referiu, a esse propósito, a próxima visita do Papa Francisco à Jordânia, à Palestina e a Israel, e convidou todos a peregrinar à Terra Santa, “onde estão as vossas raízes e onde se concretizou a História da nossa Salvação”.
Uma palavra final foi para referir a “noite cerrada que paira sobre o mundo”, em que Maria é a “luz de esperança” que nos permite não termos medo. “O Médio Oriente está em chamas”, concretizou, apelidando a sua situação geopolítica como “mais do que frágil”, sendo Cristo o único que “não falha nem pode falhar”.
E terminou com a consagração a Maria: “protege as nossas famílias: que as nossas crianças conheçam o Teu Filho, cumprindo os seus mandamentos; que os nossos jovens vivam no amor de Deus, vivendo virtuosamente; que os homens e mulheres se amem e se respeitem, como o Senhor ordena e vivam em paz e fidelidade, respeitando a pureza e a vida; que os idosos e os doentes sejam protegidos de quem os despreza; que todos vivamos intimamente unidos a Jesus”.
Fotorreportagens:
Dia 12 – Conferência de Imprensa
Dia 12 – Rosário e procissão de velas
Dia 13 – Missa de Nossa Senhora de Fátima
