O início do tempo quaresmal foi marcado, na cidade de Leiria, com a habitual caminhada penitencial na noite de Quarta-feira de Cinzas. Mais de uma centena de pessoas juntaram-se no sopé do monte do santuário de Nossa Senhora da Encarnação para, juntamente com o bispo D. António Marto, subirem até ao cume. Durante o percurso, foram feitas várias reflexões a propósito do tempo litúrgico que antecede a Páscoa, intercaladas com cânticos animados por um grupo de jovens da paróquia de Leiria.
Chegados ao Santuário, celebrou-se a Eucaristia com o habitual rito de imposição das cinzas. Este momento, foi antecedido pela homilia do Bispo diocesano que iniciou com uma breve explicação do significado da caminhada penitencial, “símbolo da caminhada que somos convidados a fazer durante 40 dias até à Páscoa da ressurreição”.
“Fizemos esta caminhada como Igreja que somos, penitente e pecadora, e o bispo veio no meio do seu povo como membro do povo de Deus, também ele penitente e pecador”, disse o cardeal.
Os braços de Jesus
Como habitualmente acontece nesta celebração, D. António Marto aproveitou para destacar alguns pontos da mensagem do Papa Francisco para a Quaresma, publicada dias antes. Fê-lo, citando alguns trechos do documento papal, começando por um que, segundo o bispo, encerra uma beleza particular pela simbologia que evoca e que o Papa recupera da Exortação apostólica Christus vivit: “Fixa os braços abertos de Cristo crucificado, deixa-te salvar sempre de novo. E quando te aproximares para confessar os teus pecados, crê firmemente na sua misericórdia que te liberta de toda a culpa. Contempla o seu sangue derramado pelo grande amor que te tem e deixa-te purificar por ele. Assim, poderás renascer sempre de novo”. Para o Bispo, esta é a descrição perfeita da atitude de disponibilidade que o cristão deve ter.
Quaresma é partilha
Outro aspeto focado na mensagem do Papa, foi a necessidade que o cristão deve ter de dar testemunho concreto do amor com que Cristo o abraça. Essa concretização realiza-se em duas vertentes. Por um lado “colocar o Mistério pascal no centro da vida significa sentir compaixão pelas chagas de Cristo crucificado presentes nas inúmeras vítimas inocentes das guerras, das prepotências contra a vida desde a do nascituro até à do idoso, das variadas formas de violência, dos desastres ambientais, da iníqua distribuição dos bens da terra, do tráfico de seres humanos em todas as suas formas e da sede desenfreada de lucro, que é uma forma de idolatria”. Por outro, “também hoje é importante chamar os homens e mulheres de boa vontade à partilha dos seus bens com os mais necessitados através da esmola, como forma de participação pessoal na edificação dum mundo mais justo”.
Programa para os diocesanos
O Bispo de Leiria-Fátima fez também questão de lembrar alguns pontos da sua própria mensagem para a Quaresma. Para além do destaque para a vivência do Retiro Popular através da criação de grupos informais de reflexão e leitura orante e que D. António referiu ter sido preparado por jovens, também exortou para a participação em massa nas “24 Horas Para o Senhor” que estão marcadas para os dias 20 e 21 de março, sexta-feira e sábado, ao cuidado das paróquias, vigararias e outras comunidades. Para além destes dois pontos, foi salientada a atenção que deve ser dada ao sacramento da Reconciliação.
Mensagem do Papa para a Quaresma: http://bit.ly/2ThT9DK
Galeria fotográfica: http://bit.ly/395wtNO