No encerramento das jornadas pastorais do episcopado português, em Fátima, D. José Ornelas apelou a uma tomada de posição firme por parte do Governo português face aos conflitos armados em curso, em particular no Médio Oriente. O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) questionou a atuação das forças israelitas e defendeu a necessidade de medidas concretas contra quem promove a guerra.
“Não é compreensível que se dispare sobre gente faminta que vem à procura de alimentos. Isto é uma aberração em termos humanos, políticos e de construção de futuro”, afirmou, dirigindo-se aos jornalistas. “É tempo de o Governo português dizer claramente que não pode tolerar isto, em nome do direito, da humanidade e da decência.”
Sobre a escalada do conflito entre Israel e o Irão, D. José Ornelas alertou para os perigos de normalizar a violência. “Não se pode, sob o manto da defesa, pôr em causa a existência de outros. O que acontece agora não é mais grave do que aquilo que tem acontecido até aqui.”
O bispo destacou ainda a posição do Papa Francisco, que recordou na audiência pública semanal que “ninguém se deve habituar à guerra”. Para D. José Ornelas, “vivemos momentos perigosos para todos” e “tolerar ou justificar a violência não é aceitável”.
A Comissão Nacional Justiça e Paz da Igreja Católica já tinha, este mês, condenado os “crimes de guerra” na Faixa de Gaza, pedindo à comunidade internacional que defenda os direitos da população palestiniana.