A coordenadora do Grupo VITA, Rute Agulhas, destacou que o prazo para pedidos de compensação financeira a vítimas de abusos sexuais na Igreja Católica, prorrogado até 31 de março de 2025, “não é uma barreira rígida que encerra o processo”. A psicóloga reforçou que, mesmo após essa data, os casos serão analisados conforme o regulamento, garantindo flexibilidade para as vítimas que precisam de mais tempo para tomar uma decisão.
Até ao momento, o Grupo VITA recebeu 117 contactos, incluindo 56 pedidos de compensação financeira. Agulhas sublinha que este prolongamento tranquiliza as vítimas, reduzindo a pressão temporal, já que o processo de decidir pedir apoio ou compensação é emocionalmente desafiante e pode mudar ao longo do tempo.
Criado pela Conferência Episcopal Portuguesa em abril de 2023, o Grupo VITA tem promovido ações de formação em várias dioceses e continuará em 2025, com o lançamento de programas preventivos: o ‘Girassol’, para crianças dos 6 aos 9 anos, e o jogo digital ‘Lighthouse Game’, para jovens dos 10 aos 14 anos. A coordenadora assinala que “a cultura do cuidado está a espalhar-se” e a gerar maior adesão entre agentes pastorais e outros profissionais.
Este esforço coincide com o Dia Europeu da Proteção das Crianças contra a Exploração e o Abuso Sexual, assinalado a 18 de novembro.