Passo a passo

Lembro-me aqui, a título de exemplo, do professor universitário que arrendou um apartamento para o sem-abrigo que conheceu na rua, assumindo com o seu vencimento o pagamento pontual da renda...

Na sua mensagem para o VI Dia Mundial dos Pobres, o Santo Padre leva-nos à reflexão sobre o nosso estilo de vida e as inúmeras pobrezas da hora actual.

Quais os nossos excessos em detrimento do que é essencial; sabendo que aquilo que vai além do que nos é necessário, às vezes por vaidade, pode faltar àquele que não tem o que lhe é igualmente necessário; “ para que os pobres sejam libertos da miséria e os ricos da vaidade…” diz o Papa.

Na verdade, a aproximação aos mais pobres pode tornar-nos ricos de liberdade; pode libertar-nos de algo supérfluo que nos escravize, angustie e esgote energias e recursos.

Assumir “a pobreza d’Ele liberta-nos e dá-nos serenidade.” (v. Mensagem cit.)

A erradicação da pobreza anda de braço dado com o sentido de comunidade. É nas comunidades que melhor se identificam as situações de carência a que é necessário acorrer de imediato ou que é urgente acolher e “quanto mais cresce o sentido de comunidade e comunhão como estilo de vida, tanto mais se desenvolve a solidariedade.” (v. Mensagem cit.)

E o imediato consiste em dar de comer a quem tem fome, de beber a quem tem sede, de vestir a quem está nu. E, às vezes, um tecto a quem o não tem. Não se olha à causa da pobreza nem se fazem julgamentos – “prontos no querer” e “no executar” (2Cor 8,11) – é o primeiro passo.

O segundo passo é avançar para que o pobre possa sair da situação de pobreza e passe a ser elemento plenamente integrado da comunidade, encontrando com ele e para ele uma solução de formação e/ou de trabalho digno e justamente remunerado, caso esteja em idade activa e condição física adequada.

Pois, “Quem não quiser trabalhar, não tem o direito de comer. Ora, nós temos ouvido dizer que há entre vós, pessoas desregradas, as quais, em lugar de trabalharem, se ocupam com futilidades. A estas ordenamos e exortamos em nome do Senhor Jesus Cristo, a que trabalhem pacificamente, para comerem assim o pão que eles mesmos tiverem ganho” (2 Tessalonicenses, 10-12).

Não assim tão raras vezes, isso tem sido conseguido por pessoas e entidades que trabalham amiúde com os pobres e para os pobres, nomeadamente pela Cáritas, tornando-se a situação de pobreza apenas um “incidente” passageiro na vida daquelas pessoas.

É uma vertente sempre a promover, trabalhando em rede multidisciplinar para aferir das reais necessidades em presença.

Também há pessoas substancialmente abastadas que, muitas vezes até mais discretamente, olham pelos mais pobres.

Lembro-me aqui, a título de exemplo, do professor universitário que arrendou um apartamento para o sem-abrigo que conheceu na rua, assumindo com o seu vencimento o pagamento pontual da renda, ou do empresário que se dirigiu à Clínica para pagar o tratamento dentário feito ao toxicodependente, desempregado e em situação de real pobreza.

É da mais elementar justiça que aquele que se encontra em situação de pobreza, se veja atendido na medida da sua real necessidade, encontrando resposta adequada e proporcional para a sua insuficiência material e exclusão social e oportunidade para a superar pelos próprios meios.

Mas é igualmente justo, que não subsistam situações artificial e astuciosamente elaboradas como sendo de pobreza, que angariem recursos que poderão vir a faltar e/ou a tornar-se insuficientes para aqueles que, efectivamente estão em situação de pobreza, dela não conseguindo e/ou não podendo sair, pelo menos no imediato.

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