O Papa Leão XIV afirmou, na audiência geral na Aula Paulo VI, que o perdão não consiste em negar o mal, mas em impedir que este produza ainda mais mal. Diante de milhares de peregrinos, o Santo Padre sublinhou que “sem perdão nunca haverá paz”.
A catequese, integrada no capítulo “A Páscoa de Jesus”, centrou-se num gesto marcante da última ceia: Jesus oferecer um pedaço de pão a Judas, que o iria trair. “Este bocado é a nossa salvação, porque nos diz que Deus faz tudo para nos alcançar, mesmo quando O rejeitamos”, explicou.
Leão XIV destacou que o perdão não é esquecimento nem fraqueza, mas a capacidade de amar até ao fim, deixando o outro livre, mesmo quando falha. “O amor de Jesus não nega a verdade da dor, mas não permite que o mal tenha a última palavra”, afirmou. O Papa reconheceu as “noites da alma” que todos enfrentam, momentos de desilusão e de traição, e indicou que a resposta cristã deve ser o amor, capaz de abrir novos caminhos.
“Quando a luz do perdão se filtra pelas fissuras mais profundas do coração, compreendemos que nunca é em vão”, disse, acrescentando que o perdão liberta quem o dá e restabelece a paz.
No final, convocou um dia de oração e jejum pela paz, a 22 de agosto, memória litúrgica de Nossa Senhora Rainha, pedindo que todos supliquem ao Senhor o dom da justiça e o consolo para os que sofrem com as guerras.