O Papa Leão XIV manifestou este domingo, desde a janela do apartamento pontifício, a sua preocupação com as notícias “alarmantes” que chegam do Médio Oriente, após ataques norte-americanos a centros nucleares no Irão, num contexto já marcado pelo conflito entre Israel e a Palestina.
“Chegam-nos notícias alarmantes do Médio Oriente, sobretudo do Irão”, afirmou o Papa, diante de milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro. “Corre-se o risco de esquecer o sofrimento quotidiano da população, especialmente em Gaza, onde a necessidade de apoio humanitário é cada vez mais urgente.”
Recordando que “não existem conflitos distantes quando a dignidade humana está em jogo”, o Papa apelou à responsabilidade de todos os líderes internacionais. “Hoje, mais do que nunca, a humanidade clama e invoca a paz. É um grito que não deve ser abafado pelo estrondo das armas nem pelas palavras retóricas que incitam ao conflito.”
Criticando a lógica da guerra, Leão XIV sublinhou que nenhuma vitória militar compensa o sofrimento humano: “Nenhuma vitória armada poderá compensar a dor das mães, o medo das crianças e o futuro roubado.”
O Papa apelou à diplomacia e à construção de caminhos de paz, rejeitando a violência como resposta. “A guerra não resolve os problemas, antes os agrava e deixa feridas que duram gerações.”
Também o secretário-geral da ONU, António Guterres, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa, alertaram para os riscos de uma escalada no Médio Oriente, pedindo contenção e diálogo para evitar mais sofrimento civil.