Entrar na “prisão escola” de Leiria e levar os símbolos das JMJ àqueles jovens deu-nos força para continuar nesta missão dos Samaritanos.
Foi uma celebração vivida não só pelos reclusos, mas também pelos Samaritanos, responsáveis pelos símbolos das JMJ e pelos funcionários prisionais (diretora, assistente e educadores sociais, guardas e até enfermeiras). Podendo parecer contraditório, sentimos uma verdadeira comunidade na prisão.
E aqueles que não partilhavam a mesma religião quiseram participar também; afinal viemos para reunir e não para separar.
Além dos símbolos das JMJ, a presença do nosso Bispo, D. José Ornelas, na sua proximidade com aqueles jovens, fez toda a diferença! Foi encantador ver à chegada, o nosso Bispo a cumprimentar cada jovem, interagindo com palavras e um aperto de mão. Devo referir que esta sempre foi a forma de estar dos Samaritanos.
Ficam aqui algumas palavras da homilia de D. José Ornelas que sentimos com muita profundidade:
“Olha para o céu, e sabe que tens lá um pai e uma mãe que te amam, sempre.”
“Em Deus não há becos, há caminhos.”
Num contexto de realidades familiares muito difíceis é necessária muita cautela na escolha das palavras. Palavras certeiras, simples e profundas!
Algo que ocorreu durante toda a celebração foi a participação contínua dos jovens reclusos. Levaram sempre os símbolos, cantaram, rezaram, leram. Mas no fim, num ato espontâneo, os jovens começaram a pedir para o Bispo benzer os objetos religiosos que tinham. Eram sobretudo terços e fios (com crucifixos) que tinham ao pescoço. Ao ver estes gestos alguém comenta “eles estão a absorver estas palavras”, pelos olhares que trocámos sentimos o mesmo. Esperamos que com estes símbolos, os que transitaram e os que ficaram, estes jovens reclusos se aproximem mais de Cristo.
No final da celebração veio a sensação de plenitude entre os Samaritanos. Conseguimos trazer os símbolos até aos corações dos nossos jovens!