Onze jovens fazem a sua primeira profissão religiosa no convento de Monte Real

No próximo dia 11 de agosto celebra-se a festa litúrgica de santa Clara de Assis e, no mosteiro de santa Clara, em Monte Real, 11 jovens noviças farão a sua primeira profissão religiosa.

No próximo dia 11 de agosto celebra-se a festa litúrgica de santa Clara de Assis e, no mosteiro de santa Clara, em Monte Real, 11 jovens noviças farão a sua primeira profissão religiosa.

A ordem de santa Clara é a segunda das três ordens franciscanas, fundada em 1212 por santa Clara de Assis, sob a orientação de S. Francisco. No mosteiro de santa Clara em Monte Real, estão em formação onze noviças que emitirão os votos temporários no dia 11 de agosto, e ainda oito noviças do primeiro ano, naturais de Timor-Leste e pertencentes à fundação das irmãs clarissas em Tunubibi, diocese de Maliana.

O que leva uma jovem hoje a consagrar-se numa forma de vida que a muitos pode parecer contraditória com o espírito hedonista e materialista do mundo em que vivemos?

Testemunhos

A irmã Sandra de Lau-Ala – Gleno, testemunha: “A minha vocação partiu de uma escolha de Deus. Senti-me amada e escolhida e quis responder a esse amor grande com o meu pequenino coração inteiro. Para mim a vocação é também uma descoberta lenta, de escuta pouco a pouco na descoberta dos sinais que Ele me envia. Quanto mais amor temos, mais puros seremos. Deus é exigente, mas também libertador. Os bens não têm a solução que eu procuro para a minha vida, Ele é a solução feliz.”

A irmã Ana Bela, natural de Ai-Teas / Manatuto, diz-nos: “Quero dizer o meu sim a Deus como o de Maria Santíssima que se abandonou totalmente nas mãos de Deus e se deixou guiar pelo Espírito Santo e permaneceu firme ao pé da cruz do Filho. Agradeço a Deus a minha vocação de intercessora por todos os homens, sobretudo pelos que não creem, não adoram, não esperam e não O amam.”

Para a irmã Domingas, natural de Eratoi-Ermera, “Não é fácil, hoje, falar da vida contemplativa porque muita gente não entende. Eu também não entendia, pois em Timor só havia uma comunidade monástica. Na altura em que conheci as irmãs clarissas, gostei do hábito e do sorriso delas, mas não sabia porquê. Quando fui convidada a fazer uma experiência no mosteiro, percebi onde estava a fonte de toda a sua vida, a Eucaristia. Depois de seis anos de caminho formativo, acredito que este é o lugar que Deus quer que eu ocupe na Igreja – ser clarissa do desagravo para permanecer com Ele dia e noite em oração, reparação e desagravo por toda a humanidade.”

A irmã Marizha, de Uma-Sau / Manatuto Vila, encontrou o sentido da sua vida contemplativa claustral na Eucaristia: “Compreendi que Deus criou a clausura na clausura da Eucaristia. A Custódia é a clausura de Deus por Amor. Então, a minha vida ganha sentido escondida com Cristo. Como santa Clara escreve numa das suas cartas, também eu posso tornar-me portadora de Deus de modo espiritual, no meu coração. Para ficar mais perto de todos, preciso de permanecer n’Ele. Agradeço a Deus por esta vocação de amor e serviço. Eu era muito feliz e amada – até mimada, na casa dos meus pais, mas hoje possuo uma alegria serena que vem do amor incondicional de Deus e do serviço orante e humilde aos irmãos.”

Já a irmã Bendita, natural de Lete-Foho/Ermera, partilha: “Tinha a minha vida organizada, trabalhava para ajudar os meus pais e a família e pensava que estava tudo bem. Até ao momento em que encontrei as irmãs clarissas e elas me convidaram para uma experiência vocacional. E foi aí que tudo mudou. Sinto que a vocação é uma resposta de amor ao amor maior de Deus. Sei que Deus me ama e gostaria que todas as pessoas pudessem sentir-se assim, amadas por Deus. A ingratidão é falta de amor.”

A irmã Florinda, de Lebululi / Ermera, conta que “Os votos religiosos são a forma de responder com a vida inteira à inquietação que Deus me colocou no coração. Procuro a vontade de Deus. Apesar da minha fragilidade, Ele confia em mim. Dou-Lhe graças pela minha vocação e pela liberdade para a concretizar. Em Timor não é fácil obter autorização da família para entrar na vida religiosa, mas a minha família deu-me liberdade total. Bendito seja Deus!

Para a irmã Zulmira, de Nona-Bite/Ermera, “No primeiro contacto com as irmãs clarissas, gostei muito da sua forma simples de se relacionar e da maneira pobre como viviam. Não sabia exatamente o que Deus queria de mim e fui entendendo pouco a pouco que Deus não me promete o que eu quero, mas dá-me muito mais do que imagino. E posso dizer com certeza que estar, viver e permanecer com Deus e n’Ele é a realidade mais bela da minha vida. No batismo fui consagrada a Deus, mas hoje confirmo, com imensa alegria e liberdade, essa consagração pela profissão dos votos que representam a minha vida inteira, em pobreza, obediência, castidade e clausura.”

A irmã Elisabethe, de Lequeci/Ermera, diz: “Confesso que a ideia da vida religiosa nunca foi algo em que eu pensasse muito. Fui batizada aos quinze anos e não entendia muito de religião. Quando me convidaram para uma experiência vocacional, fui muito relutantemente, mas a família era tudo para mim. E quando surgiu a pergunta se queria voltar, respondia que talvez… Na véspera da data para ingressar no mosteiro eu só repetia: não vou… não vou… não vou… Mas no dia seguinte, à hora marcada, estava com as outras colegas disposta a arriscar. Hoje, há seis anos no mosteiro, não imagino uma missão melhor para a minha vida. Sou feliz como irmã clarissa do desagravo ao serviço de Deus e dos irmãos.”

Onze jovens fazem a sua primeira profissão religiosa no convento de Monte Real

A irmã Etelvina, de Mane-Lobas / Maubisse, diz-nos: “Desde que me lembro, sempre quis ser religiosa. Mas não sabia como nem onde. Quando finalizei o secundário, falei com um sacerdote que conhecia as irmãs clarissas de Tunubibi, uma comunidade nova com uma vida diferente de todas as outras. Esse mesmo sacerdote entrou em contacto com as irmãs. Quando cheguei ao mosteiro, foi difícil entender o ritmo de oração e trabalho, sobretudo a adoração. Mas Deus foi-me mostrando a beleza da nossa forma de vida tão simples em que tudo é de todas e não há diferenças entre nós. Partilhamos tudo, numa fraternidade verdadeira em que o amor supera as dificuldades. Santa Clara é uma mestra de amor e serviço que quero ter como modelo de consagração, assim como nossa senhora.”

A irmã Arlinda, de Urletoho-Ermera, partilha: “Quando fiz a experiência vocacional em 2018, não poderia imaginar o caminho de amor e misericórdia que Deus fez comigo. No início, não compreendia o valor de uma vida de silêncio, oração e trabalho humilde, sem outras valências sociais. Mas, pouco a pouco, fui percebendo que o valor da nossa vida estava no centro dela, na Eucaristia. É na adoração eucarística que encontro o sentido da nossa vida fraterna. Obediência, pobreza, castidade e clausura são as ofertas que nascem da humildade com que me coloco diante de Deus.”

Irmã Joana, de Liçapat/Ermera, partilha connosco: “Venho de uma cultura que valoriza muito a liberdade de movimento e a clausura não se compreende. Eu mesma tive muitas dúvidas no início da minha caminhada vocacional. Sentia que havia tanto para fazer, tanta gente para ajudar… porquê passar a vida a rezar e a trabalhar sem se ver nada no exterior? E fui percebendo no meu coração que quando estava diante de Jesus, podia fazer muito mais pelos irmãos do que na atividade, a minha oração chegava mais longe e o braço de Deus estendia-se até onde chegava a minha intercessão. Deus mostrou-me a beleza do escondimento e da fraternidade, numa vida aparentemente inútil à qual só Deus dá valor. Hoje digo com toda a alegria: obrigada por me ‘trazeres ao deserto e me falares ao coração!’”

Convite

A fé permitiu que santa Clara e S. Francisco de Assis descobrissem que, para a realização da sua obra, Jesus não escolheu o caminho da riqueza e do poder, mas o da pobreza, da humildade e do serviço. A conversão dos corações só acontece na medida em que, pela pobreza, pela humildade e pelo serviço, entramos no caminho de Cristo, seguindo as suas pegadas. Somos atraídos pelo exemplo.

A comunidade das irmãs pobres não se separa do mundo, nem vive voltada sobre si mesma. O espírito de Deus faz com que ela continuamente se movimente, sem cair num ativismo estéril, mas numa atenção cuidadosa e amorosa ao outro, num contínuo êxodo de si mesma. Desta forma, vivemos em igreja, para a igreja e em comunhão com todos os irmãos. Queremos, pois, convidar quantos puderem e quiserem a participar e testemunhar a profissão dos conselhos evangélicos destas 11 irmãs que, a 11 de agosto, emitirão os votos temporários na celebração eucarística às 16h30. Presidirá, se Deus quiser, o senhor D. José Ornelas, bispo da diocese de Leiria-Fátima.

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