A Igreja dedica o mês de novembro aos fiéis defuntos, entre nós chamado o “mês das almas”. Em muitas regiões, há celebrações e momentos em que os vivos procuram, através da oração, reflexão, música ou visitas, expressar os seus sentimentos de saudade pelos entes queridos.
Esta piedade para com os defuntos remonta aos primórdios da humanidade. Houve sempre uma atenção especial para quem deixa a vida terrena; basta observar as inscrições encontradas nas catacumbas ou nos túmulos. Quem visita o Museu de Leiria encontra lá o achado fúnebre do “menino do Lapedo”, com formas de enterramento cuidadosamente preparadas, segundo os arqueólogos.
A prática de conferir dignidade para além da morte sempre esteve associada à esperança de um dia nos voltarmos a reunir. As celebrações litúrgicas pelos defuntos sempre existiram, especialmente nos mosteiros; contudo, foi apenas no século IX que começaram as celebrações litúrgicas de um falecido, tradição que se mantém atualizada até aos nossos dias.
No nosso meio, é habitual, ao longo deste mês, fazer visitas aos cemitérios para cuidar dos lugares onde estão sepultados familiares e amigos. Procura-se também participar nas celebrações litúrgicas que a Igreja realiza, nomeadamente o Ofício das Almas.
O Papa Francisco tem como intenção para este mês que se reze por todos os pais que choram a morte de um filho ou filha, para que encontrem apoio na comunidade e recebam do Espírito consolador a paz de coração.
“Como Maria, que conheceu a dor da perda na Sexta-feira Santa, o sabor da ausência e o silêncio no sábado de espera, também para um pai ou uma mãe não há palavras que preencham o vazio; é um adeus que aguardará sempre a ressurreição do domingo da Glória. A dor e o luto podem ser tão avassaladores que se torna difícil concentrar-se noutras coisas ou participar nas atividades quotidianas.”
O Papa Francisco pede que as comunidades estejam atentas a estas situações particulares e que apoiem, através do silêncio e da proximidade, os pais que vivem estes momentos difíceis de perda.
Como é habitual nos Marrazes, celebrou-se o Dia de Todos os Santos e, no domingo, após a celebração da Eucaristia, realizou-se a romagem ao cemitério para, ali, em comunidade, rezar por todos os defuntos. Ao longo do mês, a comunidade participa em maior número nas celebrações onde são recordados os familiares e amigos, e por eles toda a comunidade reza.